PERGUNTA
- Há alguma relação científica com as leis do Cosmo, no conceito evangélico que
diz: "A cada um será dado segundo as suas obras"?
RAMATÍS
- Assim como o Espírito cósmico de Deus é o regente absoluto de todas
as atividades do Universo, revelando-se através de leis inteligentes e
imutáveis, o homem é o microcosmo divino que evolui no comando das ações e
reações das atividades educativas do mundo físico. Além da conceituação moral
dos ensinamentos do Mestre Jesus, há, também, o fundamento derivado das
próprias leis do Universo. Jesus não foi apenas um instrutor espiritual,
sociólogo ou expositor de um "Código Moral", mas, acima de tudo, um
avançado espírito, que já tinha sintetizado num único conceito os demais conceitos
de filosofia, ciência e religião, num processo incomum no cenário do vosso
orbe.
Sob
a vestimenta das parábolas evangélicas, transparecem nos seus ensinos os
princípios científicos de bem viver, como base da libertação do espírito
encarnado.
PERGUNTA
- Assim, o conceito de "cada um colhe o que semeia" é, então, uma lei
científica, malgrado a sua expressão de ensino moral ou advertência espiritual?
RAMATÍS
- Sem dúvida o conceito de Jesus de "cada um colhe o que semeia",
em equivalência com outras máximas, "a cada um segundo as suas
obras", "quem com
ferro fere, com ferro será ferido" ou, ainda, "pagarás até o último
ceitil", evidencia a presença de um princípio, legislativo de
"causa" e "efeito", que decorre da própria Lei única de
"ação" e "reação" do Cosmo. O conceito de que devemos
"colher conforme a semeadura" demonstra a existência de leis disciplinadoras
e coordenadoras, que devem proporcionar o resultado efetivo conforme a natureza
e intensidade de causa fundamental. Evidentemente, quem semeia
"cactos", jamais há de colher "morangos", assim como quem
movimenta uma causa funesta também há de suceder-lhe um resultado funesto. O
efeito destrutivo de um projétil depende exatamente do tipo da intensidade da
força que o impeliu. Todas as causas ocorridas no mundo material
agrupam,
atritam e movimentam elétrons, átomos e moléculas de substância física. Da mesma
forma, quando o homem mobiliza e gasta combustível espesso, lodoso e quase físico
do mundo astralino para vitalizar as suas atividades mentais inferiores, ele se
torna o centro da eclosão de tais acontecimentos negativos e censuráveis,
porque deve sofrer em si mesmo o efeito nocivo e danoso da carga patológica
acionada imprudentemente. Mas se eleva o seu campo mental e emotivo vibratório
à freqüência mais sutil, a fim de utilizar energia superior para nutrir bons
pensamentos e sentimentos, esse combustível sublimado, então, se metaboliza no
perispírito sem deixar-lhe resíduos enfermiços. Após o desencarne, o espírito
densificado pelo fluido espesso é atraído pela sua compacticidade astrofísica e
cai nas regiões astralinas purificadoras, vitimado pela própria atuação danosa
aos outros e sobretudo a si mesmo.
O
homem movimenta forças em todos os planos de vida, desde a mais sutil vibração de
onda do reino espiritual até atingir a compacticidade do mundo físico. Assim, o
mínimo pensamento e a mais sutil emoção do espírito encarnado pela sua conexão
ao corpo físico exigem o gasto energético proporcional à intensidade e natureza
das emissões mentais e ações emotivas, que repercutem plano por plano até
atingir o campo da vida material. De um modo geral, este conceito tem o seu
equivalente nas conhecidas leis de reflexão da luz, do som, cujo nome
transcendental é a lei do retorno e bastante conhecida no processo cármico e
atuação no ciclo das encarnações.
Do livro: “O
Evangelho À Luz Do Cosmo” – Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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