PERGUNTA: Que significa etimologicamente parábola?
RAMATÍS: A parábola é a colocação de uma coisa ao lado da outra, a qual então
serve para fins de comparação; a pintura de um objeto confrontado com outro de relação
mais remota. Dir-se-ia uma espécie de alegoria, porém, capaz de envolver algum preceito
ou princípio de moral, que mostre certa semelhança ou analogia entre os fenômenos
da natureza e a vida humana com os da vida espiritual.
Proporciona, assim, o ensejo
de se extrair dela princípios e verdade para a orientação dos que ouvem;
ilustra e relaciona um pensamento ou motivo em curso com a própria imagem
oferecida na parábola. Sob a influência de Jesus, as parábolas tornaram-se verdadeiras
jóias literárias de conteúdo tanto informativo como formativo transcendental, e
que passou a iluminar a literatura sacra e mesmo profana do mundo. Embora anunciando
fatos da vida em comum, as parábolas do Mestre tinham sempre a capacidade de
levar os ouvintes a concluírem regras de conduta superior.
PERGUNTA:
Mas os rabinos da época também
serviam-se de parábolas, conforme se verifica em muitos dos seus tradicionais
ensinamentos. Não é assim?
RAMATÍS: Basta-nos um simples confronto entre as parábolas proferidas pelos
rabinos com as enunciadas por Jesus, para distinguirmos o toque de beleza e a
suave estrutura com que ele as modelou, através de temas espirituais
dinamizados pelo seu sentimento angélico e harmonia poética sideral.
Expunha os
seus ensinamentos, através de parábolas, com a veemência e a convicção jamais
manifestada pelos rabinos judeus, ainda tão subordinados friamente à crença
dogmática mosaísta e incapazes de sentir ao próximo como a si mesmo. A gente da
Galiléia era rude e ignorante, mas simples e dotada de sentimentos puros e
cândidos, como reflexo de um ambiente formoso e recortado de tapetes de
vegetação bordados pelos fios de água cristalina dos regatos e dos rios. Ante a
prédica do novo rabi, que não somente ensinava, mas, diferindo da prédica comum
e dos proverbiais anátemas desencorajadores dos outros, era o exemplo vivo
daquilo que dizia em absoluta fidelidade ao Senhor, os galileus vibravam de
esperança. Eles sublimavam os seus interesses e ambições no imenso e
insofreável desejo de habitar aquele venturoso e eterno "reino de Deus".
Jesus não se servia das parábolas para expor e orientar sobre acontecimentos vulgares,
religiosos sectários, motivos políticos e mesmo regras sociais do povo judeu.
Ele comunicava o seu pensamento em frases límpidas e confortadoras de tão
elevado sentimento, que tocavam nos corações daquela gente e faziam-nos vibrar
a ponto de enternecerem a própria mente tão fria e rigidamente curtida nas
competições humanas.
Do livro: “O
Evangelho À Luz Do Cosmo” – Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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