Sabedoria Ramatis

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Jesus e as Suas Parábolas – IV parte








PERGUNTA: Quais os motivos que induziram Jesus a preferir as parábolas, quando também poderia ter preferido os adágios, provérbios, aforismos ou as alegorias e até fábulas, para expressar o seu ensino espiritual?

RAMATÍS:  Em toda a peregrinação do Amado Mestre sobre a face da Terra, poderíamos assinalar que em certos momentos ele serviu-se de outras e variadas expressões de comunicação entre os homens, além das parábolas. Aqui, narra uma história curta e convincente extraída dos costumes hebraicos; ali, através do aforismo, provérbio ou mesmo da fábula, expõe um acontecimento ou ato humano; acolá, serve-se da alegoria para evidenciar o "reino dos céus" em comparação com o mundo físico.
Mas, fundamentalmente, como experiente pedagogo e psicólogo sideral, sabia Jesus que as parábolas seriam o modo mais expressivo e duradouro para comunicar a sua mensagem crística, pois ajustar-se-ia a todas as épocas, latitudes geográficas e até regiões cósmicas. Só em casos de absoluta legislação doutrinária ou de esclarecimento imediato, Jesus usou outra fórmula além da parábola. 
Não lhe servia a fábula, porque em sua expressão fantasiosa ela violenta a ordem natural e lógica da vivência humana, onde os animais, as plantas e até os objetos falam, pensam ou movem-se numa imitação caricata humana. A alegoria, usada até hoje pelas sociedades iniciáticas, foi transformada em parábolas, por ser profundo conhecedor dos símbolos essênios, cuja origem perde-se na esteira do passado. O provérbio, embora de fácil comparação, pode se confundir pelo caráter, às vezes, misterioso, e assim exigir uma compreensão intelectiva mais avançada do povo judeu para melhor entendê-lo. Ademais, o provérbio não possui o encanto e a motivação poética da parábola.
Na parábola, tudo é reflexo da natureza e nada de fantástico; os diversos reinos mineral, vegetal e animal ali aparecem subordinados ao pensamento e à ação e orientação do próprio homem. A parábola sugere e ensina uma verdade fundamental, um centro atrativo para o qual deve convergir toda a atenção do narrador e ouvinte, porque ali se concentra a mensagem. Pelo seu espírito equilibrado e pela visão ampla da realidade, as palavras de Jesus ajustavam-se hermeticamente ao pensamento enunciado e, sob a vestimenta poética das parábolas, despertavam emoções duradouras, cujo eco ficou vibrando incessantemente na alma dos ouvintes enternecidos. Ademais, ele escolhia cada parábola de acordo com o tipo de auditório. A intenção era sempre de oferecer a solução espiritual mais sensata e lógica, atendendo aos problemas de ordem moral e social daqueles a quem expunha seus ensinos. (1)


1)  -Quando Jesus falava aos campônios expunha a parábola do semeador, do grão de mostarda, do joio e do trigo; aos pescadores referia-se à parábola dos peixes; num banquete ou festividade, falava dos talentos, do tesouro enterrado; entre negociantes e especuladores, da pérola de grande valor, o credor incompassivo, os dois devedores e entre magnatas, servia-se das parábolas do rico insensato, o rico e Lázaro; entre os assalariados explicava-lhes a parábola dos servos inúteis, dos trabalhadores da vinha, e do mordomo infiel; entre os homens de lei, mencionava o juiz iníquo e entre os religiosos a história do publicano e do fariseu. (N. de Ramatís.)


Do livro: “O Evangelho À Luz Do Cosmo” – Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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