PERGUNTA: É sensato a criatura ser médium e
desistir de exercer a mediunidade pela insuficiência de suas condições físicas,
em ativas, financeiras e até morais?
RAMATÍS: Tais
médiuns demonstram que não estão cônscios de sua responsabilidade espiritual.
Em verdade, eles nascem comprometidos para um serviço excepcional a favor do próximo, além de sua própria redenção
e isso é escolha feita livremente antes deles ingressarem na carne. Imprudentemente,
muitos esquecem esse compromisso severo e entregam-se a todos os caprichos e
vícios próprios do homem comum.. Deste modo, atravessam a existência terrena na
figura do caçador de emoções e aventuras censuráveis, enquanto subestimam a
mediunidade que lhes pesa à conta de um fardo insuportável.
Embora sejam portadores de mensagem incomum, vivem
presos aos preconceitos e às convenções tolas da sociedade terrena, pois
transitam pelo mundo material escravos das minúcias e das futilidades mais
tolas. Olvidando a responsabilidade da faculdade mediúnica, vivem inconscientes do seu próprio destino
espiritual elevado.
Em tais condições negligenciam o seu labor mediúnico e
desperdiçam tempo precioso entre companhias censuráveis e nos ambientes
viciados. Quais antenas vivas, de maus fluidos, terminam saturados pelo
desânimo, pessimismo e pela desconfiança, completamente derrotados diante das
vicissitudes humanas.
São médiuns que encerram sua existência na condição de
elementos improdutivos, gastos e desesperançados. Excessivamente onerosos para
o Alto, mesmo quando atendem ao mais singelo serviço medi único, eles exigem
junto de si, a todo momento, a presença de espíritos técnicos e cooperadores
que lhes devem cuidar da saúde periclitante, afastá-los dos lugares perniciosos
e guiá-los às boas ações. Em verdade até para fazerem o Bem, falta-lhes o
senso e a iniciativa própria. No entanto, assim que se sentem higienizados pelos
bons fluidos do Além e assistidos pelos seus guias, eis que novamente relaxam
sua vigilância e defesa psíquica, para retomarem às mesmas condições
perniciosas anteriores. E assim, o recurso mais prudente a ser providenciado
pelo Alto é o de afastá-los definitivamente do serviço mediúnico ativo, pois em
caso contrário serão vítimas da superexcitação nervosa que ainda lhes causará
coisa pior.
Aliás, quanto ao médium doente ou perturbado a sua
cura positiva ou o exercício mediúnico sadio depende mais dos recursos sublimes
da oração, da boa leitura espiritualista, assim como da frequência a reuniões de
caráter evangélico. Desde que, aflito e enfraquecido física e psiquicamente,
tente os trabalhos medi únicos, há de sentir-se mais agravado pela sua
excitação medi única. Daí a necessidade de reconfortar-se no orvalho sedativo
do Evangelho do Cristo. Além disso, deve atender à sua saúde física abstendo-se
de bebidas alcoólicas, condimentos excitantes, entorpecentes e de sedativo
ingerido a granel para anestesiar a dor ínfima. Em caso contrário, será criatura
assediada pelos espíritos de glutões, gozadores e fesceninos, uma vez que o
médium é porta aberta em permanente contato com o Invisível. {2}
Deve cultuar vida saudável e correta, que lhe preserve
o corpo físico dos excessos esportivos violentos, cujas emoções dão motivo a desperdício
do seu magnetismo terapêutico. Sem dúvida, a luta do médium para
sobreviver no mundo físico é bem mais intensa e sacrificial do que a existência
do homem comum, que apenas atende às contingências instintivas de cuidar da
prole, que é fruto do cumprimento da lei do "crescei e
multiplicaivos". Aliás, quando o médium retoma ao Além, ele já se dá por
muito satisfeito, caso tenha desempenhado um mínimo de dez por cento do programa
a que se comprometeu e foi elaborado pelos seus mentores siderais.
2- Nota do Revisor: Recomendamos a excelente comunicação
do espírito de Irmão X, inserta na revista "O Reformador" de julho de
1963, página 147, intitulada. "Médiuns Espíritas", que serve de importante
advertência a todos os médiuns.
Do livro: “Elucidações
Do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento
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