Sabedoria Ramatis

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domingo, 9 de setembro de 2012

A "prova" da obsessão – lll Parte



PERGUNTA: Então poderíamos supor que, muitas vezes, são os próprios mestres e líderes de filosofias ou doutrinas perturbadoras que depois devem imolar-se em futuras existências físicas, para despertar os seus próprios discípulos ou seguidores iludidos no passado?


RAMATÍS: Sem dúvida; aqueles que hipnotizaram algumas almas para o culto de suas doutrinas subversivas, aniquilantes, negativistas ou fesceninas renascem posteriormente com a obrigação de se tomarem os "alvos"principais e responsáveis pela reforma e recuperação espiritual dos seus antigos seguidores, ainda confusos na senda da espiritualidade.
Sob a disciplina férrea, mas justa, da Lei Sideral, que retifica, mas não castiga, eles retomam ao cenário do mundo físico e se situam no seio das famílias terrenas, comprometidos em despertar da ilusão intelectiva, da hipnose dos sentidos passionais ou da escravidão do ateísmo infeliz aqueles mesmos que os seguiram tolamente no passado. Mas nessa tarefa sacrificial nada lhes é imposto arbitrariamente; é a sua razão esclarecida e a certeza de reduzir o seu débito cármico o que os faz aceitar conscientemente o serviço doloroso a favor do próximo, e também em seu próprio benefício.
É certo que a família ignora a razão dos acontecimentos dolorosos que eclodem, constituindo as desventuras no roteiro evolutivo em comum. E assim se formam os quadros de sofrimento redentor; aqui, é o filho que nasce com a enfermidade congênita e arrasta-se torturadamente, provocando angústias nos seus consangüíneos; ali, é o chefe da família que, arrasado por cruel enfermidade e resistente a todos os esforços da Medicina oficial, marcha tristemente para a cova terrena, lacerando os corações familiares; acolá, estranha enfermidade agride a filha querida, fazendo-a palmilhar a "via-crucis" de todos os consultórios e instituições psicopáticas, enquanto faz estrugirem gritos estranhos e mágoa a todos com palavras de baixo calão.
Mas a Lei está vigilante, e quando o desespero já se instalou no seio da família acabrunhada, eis que se opera então o milagre: sob fortuita coincidência, surge o médium curador, que faculta ao filho recuperar os movimentos físicos atrofiados desde o berço, ou restitui a saúde ao chefe da casa já desenganado pela Medicina, ou ainda, graças à dedicação de alguns adeptos da doutrina espírita, esclarece-se o espírito obsessor que torturava a filha querida. Deste modo, o Espiritismo é aceito no lar, que se faz venturoso, e os postulados da imortalidade do espírito penetram na alma daqueles que viviam escravizados cegamente aos dogmas infantis ou à absoluta descrença.
Abalam-se as velhas convicções ateístas e os sectarismos condenáveis esposados no seio da parentela, graças à cura milagrosa de alguns dos seus familiares através da singeleza da água fluida, do receituário mediúnico ou do passe espírita. E o Alto, através daqueles mesmos que, muitas vezes, no passado, abusaram do mando e do intelecto em desfavor do próximo, ministra-lhes novos conceitos de vida superior, servindo-se de suas carnes maceradas ou dos seus nervos atrofiados. 
Os conceitos errôneos ou negativos de ontem são compensados pelo sacrifício da dor física ou psíquica do presente.


Do livro: “Mediunismo” Ramatís /Hercílio Maes – Editora do Conhecimento

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