PERGUNTA:
No caso do filho doente ou da filha
obsidiada que, depois de curados miraculosamente pelo Espiritismo, convertem a
família descrente, não poderá tratar se de espíritos bons, que aceitam o
sofrimento sacrificial com o intuito magnânimo de ajudar os seus afetos
encarnados para mais breve ascensão espiritual?
RAMATÍS:
Já vos dissemos que, mesmo no Espaço, não há regra sem exceção,
pois Jesus, espírito excelso e justo, não hesitou em mergulhar nas sombras do
vosso mundo, para salvar os homens ignorantes de sua realidade espiritual.
Sem
dúvida, espíritos boníssimos também descem à carne e se ajustam à família consanguínea
terrena, com o fito único de despertar espiritualmente os seus velhos afetos milenários.
Em alguns casos, eles se sacrificam heroicamente a fim de socorrer, os próprios
adversários pregressos e que ainda se demoram hipnotizados pelas filosofias
destrutivas ou doutrinas enfermiças do mundo material.
Muitas
vezes, quando essas almas sublimes comprovam a inutilidade dos seus esforços
para inspirarem do Além os seus pupilos negligentes e conduzi-los ao Bem e à
Sabedoria Espiritual, decidem-se a habitar o mundo físico por amor a eles.
Assim como foi o excessivo amor de Jesus que, apiedado do sofrimento
humano, o conduziu para a Terra, e não alguma culpa cármica de crucificação,
muitas almas angélicas também abandonam o plano paradisíaco sob o penoso -sacrifício
de se encarnarem no seio da família
terrestre para despertar-lhe os sentimentos crísticos.
Muitas
delas, quando renascem junto de adversários empedernidos, enfrentam as
situações mais cruciantes para atenuar a fereza, o ódio e a violência que ainda
vicejam entre eles. Movidas pela compaixão do anjo, envidam todos os esforços
para subtraí-los às tragédias odiosas, que no futuro engrenaram os carmas
torturados. Algumas vezes, são sacrificadas pelas próprias almas delinquentes,
às quais tentam salvar dos padecimentos inenarráveis que as esperam nos charcos
do astral inferior. Mas ainda sentem-se felizes quando conseguem atear-lhes o
fogo do remorso ou do arrependimento, provocando-lhes os primeiros impulsos de
redenção espiritual.
Repetimos-vos,
no entanto, que Deus não é vingativo, nem sádico, e assim não cria a obsessão incurável,
a doença fatal, o aleijamento deformante ou qualquer outra desventura destinada
ao ser humano.
Ele
só objetiva a recuperação venturosa de todos os seus filhos eternos.
Tais
acontecimentos trágicos ou mórbidos são apenas frutos exclusivos da debilidade
moral e da ignorância do homem que mal balbucia as primeiras letras do alfabeto
da vida imortal.
Do livro: “Mediunismo” Ramatís /Hercílio Maes – Editora
do Conhecimento
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