PERGUNTA:
Em face de a mediunidade ser manifestação natural do próprio espírito do homem,
deveremos considerar que, sem qualquer exceção, todas as criaturas são médiuns?
RAMATÍS: Sim, porque todos nós transmitimos para o ambiente da matéria os
mais variados tons do nosso espírito, assim como sempre influenciamos os demais
companheiros pelos nossos pensamentos, atos e sentimentos. Há homens que,
devido ao seu espírito prenhe de otimismo e incessantemente afeito ao bem, são
médiuns da alegria, da esperança, do ânimo e da confiança, sempre convictos dos
elevados objetivos espirituais da vida humana.
Outros,
pessimistas inveterados, vertem constantemente de sua intimidade psíquica o mau
humor que tolda o azul do céu mais puro da jovialidade alheia e se transformam indesejavelmente
nos médiuns da melancolia, da tristeza, da descrença, da aflição e do desânimo.
A mente do homem encarnado é o campo que reflete a sua vida interior, assim como
transfere para o mundo exterior tanto o seu comportamento anímico quanto os pensamentos
dos espíritos encarnados ou desencarnados dos mais variados matizes, que o influenciam
em suas relações cotidianas.
Não
há dúvida, pois, de que todas as criaturas são médiuns. A mediunidade não é faculdade
adstrita somente a alguns seres, ou exclusivamente aos espíritas, mas todos os homens,
como espíritos encarnados na matéria, são intermediários das boas ou más
inspirações do Além-Túmulo. É evidente, entretanto, que a faculdade mediúnica
se manifesta de conformidade
com o entendimento e o progresso espiritual de cada criatura.
Em
geral, as criaturas humanas ignoram ou não percebem a sua faculdade mediúnica porquanto,
sendo esta fruto da sensibilidade psíquica, nem todos têm noção de quando participam
dos fenômenos do mundo oculto, e assim os confundem facilmente, tomando-os como
se fossem manifestações comuns da vida física. Mesmo os homens que se dizem
ateus ou são descrentes da imortalidade da sua própria alma, nem por isso estão
isentos da mediunidade. Eles também podem ser instrumentos inconscientes de
inúmeras ações, fenômenos e inspirações dos desencarnados.
Do
livro: “Mediunismo” Ramatís /Hercílio Maes – Editora do Conhecimento
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