PERGUNTA:
Poderíamos supor que, pelo fato de todas as criaturas serem médiuns, elas
também devem sofrer a influência incessante dos espíritos desencarnados? E por
isso deverão sujeitar-se constantemente à inspiração do bem como aos estímulos
do mal, devido a essa sintonia mediúnica?
RAMATÍS:
Sem dúvida, há possibilidade de todos os "vivos" serem influenciados
pelos espíritos desencarnados, que os espreitam incessantemente, valendo-se de
qualquer suscetibilidade psíquica ou vulnerabilidade moral para insinuarem-se
em suas intenções malévolas. É certo que nem todos os homens percebem
psiquicamente a presença dos desencarnados, ou distinguem fluidicamente os bons
dos maus espíritos, por cujo motivo afirmam-se completamente isentos de
qualquer sensibilidade mediúnica.
Na
verdade, o acontecimento é bem mais comum do que eles pensam, pois é constante
a ação ou atuação dos espíritos no seio da atividade humana dos encarnados. Muitas
pessoas, que se acreditam insensíveis à influência oculta do Além, mal sabem
que há muito tempo são o prolongamento vivo de alguns desencarnados astutos e
maus, reproduzindo no cenário do mundo físico os seus desejos subvertidos. Conforme
já vos temos lembrado, tudo é uma questão de afinidade eletiva, em que os vivos
sintonizam-se com
os mortos, conforme o seu padrão mental e a natureza dos seus sentimentos
cultuados na vida humana.
É
preciso não olvidar que os espíritos desencarnados, que em sua maioria ainda se
arrastam sobre a superfície terrena, algemados às paixões e aos desejos carnais
insatisfeitos, não se devotam aos objetivos elevados, nem mesmo se preocupam em
melhorar sua própria situação aflitiva ou condenável no Além.
Alguns
deles vagueiam vítimas de sua própria incúria espiritual e escravos das emoções
animais primitivas, consequentes ao desleixo e desinteresse por sua própria
sorte; outros, bastante experimentados nos labores repulsivos da obsessão e da
perfídia, procuram intrometer-se na vossa vida material, insuflando-vos ideias
errôneas e orientações confusas, a fim de levar-vos ao ridículo e ao desespero.
Não recuam diante dos maiores obstáculos, desde que possam prejudicar a vossa
estabilidade moral ou minar a vossa situação financeira.
Ociosos,
exigentes, sensuais e escravos dos vícios terrenos, vampirizam as energias
alheias, fazendo de suas vítimas na carne o prolongamento vivo e vicioso com
que saciam algo de suas paixões impuras.
Paulo
de Tarso, em epístola aos Romanos, faz uma das mais vivas afirmações disso,
quando proclama: "Estamos cercados de nuvens de testemunhos",
confirmando que os homens estão cercados de massas de espíritos, que os vigiam
em todos os seus atos e atividades da vida física. No seio da massa de
espíritos levianos, malévolos e viciados, infiltram-se algumas almas
benfeitoras, dispondo-se à luta heróica para converter esses desventurados das
sombras e amenizar lhes também a ação perniciosa sobre os encarnados.
São
essas almas que, emergindo do mundo oculto, inspiram-vos para o Bem e tudo
fazem para ajudar-vos na solução benfeitora dos problemas justos da vida
humana, no esforço de libertarem o homem da tristeza das vidas planetárias.
Infelizmente, enquanto um espírito consegue desviar-vos da senda tortuosa, há
sempre dezenas de outras almas subvertidas que tudo fazem para arrastar-vos aos
piores deslizes e equívocos espirituais. E,
conforme já vos dissemos anteriormente, embora todas as criaturas sejam
médiuns, a sua maior ou menor sintonia com os espíritos desencarnados também
depende da natureza de sua sensibilidade mediúnica inferior ou superior. Todo
homem é médium em potencial, e tanto pode relacionar-se ostensivamente com os
desencarnados, pela fenomenologia mediúnica visível do mundo material, como
recepcioná-los na intimidade de sua consciência imortal.
Do
livro: “Mediunismo” Ramatís /Hercílio Maes – Editora do Conhecimento
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