PERGUNTA:
Essa afirmação de que todos nós somos médiuns em potencial e de que estamos
constantemente sob a mira dos desencarnados, bons ou maus, não poderia semear o
temor nas criaturas insuficientemente esclarecidas para entenderem essa
revelação extemporânea? Desde que somos espíritos encarnados, é certo que
estamos em situação desvantajosa para com os espíritos malfeitores e em
liberdade no Além. Cremos que muito dificilmente poderíamos resistir por longo
tempo ao assédio tenaz desses espíritos mal intencionados; não é assim?
RAMATIS:
Não podemos modificar a realidade da vida criada por Deus desde o
início da humanidade, e que obedece ao seguinte princípio imutável: "os
homens bons atraem os bons espíritos e os homens maus
atraem os maus espíritos". Essas relações exercem-se através da
"afinidade eletiva", que é responsável pela atração e harmonia entre
os astros, tanto quanto rege a simpatia entre as substâncias e o amor entre os
homens.
Em
face de tal premissa, que regula a afeição, a atração ou o entendimento entre
todas as coisas da obra criada por Deus, só existe oportunidade para os
encarnados sofrerem a má atuação dos espíritos desencarnados quando também
perdem o senso diretivo do seu comando espiritual na matéria, para cedê-lo a outrem
mal-intencionado. Sem dúvida, isso só acontece para aqueles que se afastam dos
ensinamentos crísticos da vida superior, os quais foram divulgados e apregoados
a todos os povos por instrutores adequados a cada raça, índole psicológica e
até senso artístico. Ninguém pode alegar ignorância disso, pois Deus atendeu a
todos os homens de conformidade com suas características espirituais, costumes
e raça.
Hermes,
no Egito, Antúlio, na Atlântida, Buda, na Ásia, Zoroastro, na Pérsia, Crisna e
Rama, na Índia, Confúcio, na China, Pitágoras, na Grécia, e o inconfundível
Jesus, na Hebréia, foram os mensageiros divinos que esclareceram aos homens
quais os princípios que transformam a criatura animalizada no cidadão angélico
da moradia celestial. Eles fixaram as bases ou elaboraram os estatutos definitivos
da caminhada humana pela senda evolutiva em busca da Verdade. Muitas vezes suas
palavras revestiram-se de poesia; doutra feita, ecoavam sob a gravidade
sentenciosa da responsabilidade espiritual ou, então, o pensamento augusto e
sublime abrigava-se debaixo das parábolas encantadoras. Porém, na essência de
tudo o que esses admiráveis instrutores apregoaram ao homem ainda surpreso de o
afastarem da sua faina animalesca, permaneceu um só fundamento, uma só verdade
a revelação do Espírito Imortal.
Também
haveis de deixar o vosso corpo na cova terrena, e então sereis espíritos
desencarnados, tão benfeitores ou malfeitores quanto já o sois no trato das
paixões, dos vícios ou das virtudes esposadas na superfície do mundo físico.
Conheceis o roteiro que vos pode distanciar da companhia ou do domínio daqueles
que ainda se alimentam no banquete detestável das iguarias viciosas do mundo
animal. Os desencarnados respiram por afinidade no vosso hálito mental e
sintonizam-se à vossa esfera emotiva na conformidade com que lhes ofereceis o
alimento adequado; ou eles nutrem-se convosco na efervescência das paixões
delituosas ou intercambiam-vos emoções e pensamentos crísticos recepcionados na
esfera do Cristo.
Tudo
dependerá de vós, na resistência ou imunização contra os espíritos malfeitores
do Além. Só o procedimento superior, o afastamento dos vícios estigmatizantes e
das iniqüidades humanas é que sintonizam o homem à faixa sideral dos seres
angélicos e o protegem contra os espíritos imperfeitos ou
maus. Assim como os germes nocivos são atraídos pela deteriorização da fruta
podre, os espíritos mal intencionados também acodem pressurosos para junto
daqueles que lhes fornecem o alimento impuro e adequado.
Do
livro: “Mediunismo” Ramatís /Hercílio Maes – Editora do Conhecimento
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