PERGUNTA: - Diante da "complexidade" do
tema ao espiritualista menos familiarizado com o esoterismo umbandista, pedimos
o vosso comentário sobre o que efetivamente sejam os orixás.
VOVÓ MARIA CONGA:
- Tentaremos ser o mais direta e simples possível, utilizando exemplos aos
menos chegados ao esoterismo umbandista, facilitando o entendimento ao maior
número de filhos.
Existem planos vibratórios que estão paralelos em
densidade e freqüência, mas interpostos uns aos outros. Quando um
recém-desencarnado que foi socorrido desperta em um hospital espiritual do
Plano Astral, ele se encontra num entreposto transitório, intermediário entre
duas dimensões de vida diferentes. Essas estruturas energéticas são "construídas"
por seres espirituais de alta estirpe, que elaboram formas mentais e as plasmam
com o pensamento no éter que a todos envolve. Desse hospital, passará para a
dimensão correspondente ao seu nível energético e padrão vibracional do corpo
astral. Há os que continuam perambulando no que os filhos denominam de Umbral,
que poderemos chamar de Astral Inferior, uma região muito "pesada" e
que reflete o estado íntimo de cada criatura que por ali se encontra.
Tudo é exteriorizado das mentes afins, com formas de
cavernas escuras, abismos intermináveis, favelas e cidades medievais perdidas
no tempo. O que regula a manifestação de todos esses espíritos nas formas
plasmadas, do físico ao plano dimensional mais rarefeito que os filhos possam
conceber, são os orixás, verdadeiras vibrações cósmicas provindas do hálito de
Deus. Quando um espírito elevado plasma, com sua força mental, um hospital no
Astral, essa formação energética se mantém indefinidamente pelas leis
reguladoras dos orixás. Os espíritos não precisam ficar o tempo todo
mentalizando para manter a forma requerida.
Assim é no Universo infinito, onde essas posições
vibradas, ou orixás, se fazem presentes em todos os planos em que a vida
espiritual se viabiliza pela manifestação nas formas. Os orixás não encarnam e
são princípios vibratórios regentes no Cosmo.
PERGUNTA: - Se os orixás são vibrações cósmicas
reguladoras da manifestação dos espíritos na forma, por que há tanto folclore,
imagens e orixás se fazendo "ver" no mediunismo umbandista? Os homens
não se excederam no fetichismo e não personificaram em demasia?
VOVÓ MARIA CONGA:
- Sem dúvida! Os homens necessitam de apoios visíveis e que possam tocar em
seus sentidos físicos, para acreditarem e terem fé. Infelizmente, quando um
"Ogum" rodopia na entrada de um terreiro com espada de São Jorge na
mão, um "Xangô" cai ao chão em urros batendo com a
cabeça ou "Oxossi" se personifica em um médium vestido de índio em
espécie de transe anímico e folclórico, entristecemo-nos por todos esses exageros.
Respeitamos a consciência e a necessidade espiritual de cada cidadão, mas não podemos
estar de acordo com os disparates de alguns "umbandistas" que
transformam as giras e os terreiros em verdadeiros espetáculos circenses, onde
as apoteoses chegam a ser mais importantes que qualquer outro trabalho de
caridade. A discrição, a humildade e a simplicidade dos verdadeiros guias e
protetores das vibrações dos orixás da Umbanda Sagrada aceitam e respeitam as
imagens que materializam a fé ausente, muito em decorrência do sincretismo religioso
e pouco dos ensinamentos umbandistas, mas abominam os exageros em que alguns homens
incorrem pela vaidade desmesurada que os move.
Do
livro: “Evolução No Planeta Azul” Ramatís e Vovó Maria Conga/Norberto Peixoto –
Editora do Conhecimento
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