PERGUNTA:
E que
dizeis sobre a ressurreição de Jesus, no terceiro dia de sua crucificação, após
sua morte corporal?
RAMATÍS:
Embora Jesus tenha aparecido em espírito, a Maria
de Magdala, aos apóstolos e outros discípulos na estrada de Emaus, isso foi um
fenômeno de ectoplasmia, pois Madalena era poderoso médium, que, algumas vezes,
concorrera para certos acontecimentos incomuns na peregrinação do Mestre.
Quando surgiu entre os apóstolos e Tome quis tomar-lhe as mãos, isso foi possível devido justamente à faculdade ectoplásmica dos presentes, que lhe permitiu a materialização em corpo inteiro e o êxito da "voz direta", sob os fulgores da luz sideral. Nos demais casos, em que outras pessoas viram Jesus, deu-se apenas o fenômeno de vidência, coisa bastante comum entre os médiuns.
Quando surgiu entre os apóstolos e Tome quis tomar-lhe as mãos, isso foi possível devido justamente à faculdade ectoplásmica dos presentes, que lhe permitiu a materialização em corpo inteiro e o êxito da "voz direta", sob os fulgores da luz sideral. Nos demais casos, em que outras pessoas viram Jesus, deu-se apenas o fenômeno de vidência, coisa bastante comum entre os médiuns.
Jesus não deixou o túmulo, em corpo e alma, pois as suas aparições
jamais desmentiram o bom senso das leis da física transcendental, nem foram
conseqüência de fatos miraculosos, mas apenas manifestação das próprias
energias que lhe foram doadas pelos seus discípulos e amigos siderais.
PERGUNTA: Mas o seu corpo não desapareceu do túmulo?
RAMATÍS:
Quando Maria de Magdala "foi cedo ao
túmulo, sendo ainda escuro, viu a pedra removida" (João. X — 38). E'
evidente que, se Jesus tivesse ressuscitado em corpo e alma e aparecido aos
apóstolos atravessando as paredes de tijolos da casa onde eles se encontravam, também
teria atravessado o seu túmulo sem precisar remover a pedra de entrada! Após a
morte do Mestre, o acessor de Pôncio Pilatos autorizou que o seu corpo fosse
entregue à família, conforme pedido feito por José de Arimatéia. Então Maria,
sua mãe, Tiago, o maior, juntamente com João, Marcos, Pedro e Tiago irmão de
João, desceram o corpo que estava na cruz; e as mulheres se encarregaram de
preparar a balsamizaçao de acordo com os costumes da época e da raça judaica.
Em seguida, seriam aplicados óleos cheirosos e extratos de plantas aromáticas, pois
o enterro seria no dia seguinte. E o túmulo foi fechado com pesada pedra como
porta; pois era uma pequena gruta escavada no topo da colina pedregosa. A turba
já se aquietara, satisfeita em sua sanha homicida, como a fera que se acomoda
depois do estômago farto. Os soldados desciam a encosta gracejando na sua
inconsciência infeliz. Alguns discípulos de Jesus, temerosos de vexames ou
agressões, iam furtivamente ao monte do Calvário, movidos pela intensa amargura
e saudade daquele homem de virtudes tão raras e sublimes!
No entanto, Pedro ficara bastante preocupado, depois que ouvira rumores
de vândalos e criaturas embriagadas, a soldo do Sinédrio, que se propunham
profanar o túmulo de Jesus e arrastar-lhe o corpo pelas ruas. Era intenção dos
sacerdotes extinguir qualquer impressão favorável à doutrina e à pessoa de
Jesus, evitando quaisquer demonstrações dramáticas, que dessem vida e alento à tragédia
da cruz. O rabi da Galiléia deveria ser esquecido ou aviltado a todo custo, para
afastar-se o perigo de se formar uma casta de seguidores, estimulados por
qualquer pretenso milagre ou saudosismo religioso. Deste modo, Pedro resolveu
procurar José de Arimatéia e expor-lhe as suas desconfianças; e como o seu
amigo também alimentava as mesmas preocupações, decidiram transferir o corpo de
Jesus para outro local, desconhecido de todos.
Então, após verificarem que a cidade dormia, ambos dirigiram-se ao
sepulcro; e, munidos de roletes de lenho e alavancas, fizeram deslizar a pedra
de entrada mediante esses gonzos improvisados. Em seguida, mudaram as vestes
ensangüentadas de Jesus, por novos lençóis limpos e incensados; depois, no
silêncio da noite, desceram a encosta do Calvário e sepultaram o corpo num
túmulo desconhecido, abandonado no meio do capinzal e de ruínas esquecidas.
Deste modo, evitaram a coisa mais atroz para o judeu, na época, e que seria
suprema profanação e o próprio abandono de Jeová; um corpo insepulto! E no caso
de Jesus, semelhante aviltamento à sua figura missionária daria ensejo a
incertezas e dúvidas que truncariam muita fé do idealcristão! Seu corpo, ficando insepulto, significaria, conforme a tradição
hebraica, uma negação aos direitos de liderança; e sua memória não deveria ser
maculada por acontecimento tão fanático!
No entanto, Pedro e José de Arimatéia captaram as orientações do
Alto; e num empreendimento elogiável, guardaram absoluto segredo até de Maria
de Magdala e da mãe do Amado Mestre, apagando todos os vestígios da mudança.
Embora tal fato fosse a causa de Madalena ter encontrado o túmulo vazio, e isto
desse lugar à fantasia da ressurreição de Jesus, em "corpo e espírito",
Pedro e José de Arimatéia consentiram que esse boato prevalecesse, pois
contribuía para que os asseclas do Sinédrio desistissem de profanar o corpo de
Jesus, deixando-o insepulto para humilhá-lo! Ademais, isso avivava o ânimo dos
seus próprios discípulos, o que era preciso fazer-se, no momento, em que a
maioria começava a debandar. Mas em face da compreensão da humanidade, no vosso
século, é preciso reajustar-se todos os fatos ocorridos na vida do Amado Jesus,
para que ele reine no coração de todos os homens, sem quaisquer dúvidas e
desconfianças geradas por acontecimentos fantasiosos!
(Do Livro: “O Sublime
Peregrino” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento)
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