PERGUNTA: Que nos dizeis a respeito
das supostas relíquias do Mestre Jesus, às quais o Clero Católico atribui a
virtude de produzirem milagres? Existem?
RAMATÍS: Em todos os credos e religiões disseminados pelo
mundo, como o Catolicismo, Taoísmo, Budismo, Muçulmanismo e mesmo o Judaísmo,
avultam as relíquias de seus líderes, fundadores e missionários mais
importantes. Naturalmente, a par dos que acreditam sinceramente no poder
misterioso ou na veracidade de tais relíquias, há os charlatães e os especuladores, que se aproveitam da oportunidade para a realização
de negócios astutos.
Sucede o mesmo com as pretensas relíquias de Jesus, que o Clero
Católico expõem aos seus fiéis. Mas, na realidade, tais relíquias são falsas e
o bom senso mostra-nos facilmente o ridículo e a impossibilidade de sua
existência. Tapetes de bom tecido, compacto e duradouro, não resistem há um
século e se transformam em frangalhos nos museus; no entanto, o "santo
sudário" resiste há quase dois mil anos, embora tenha sido feito de linho frágil.
Um
litro de sangue evapora-se e coagula-se em algumas horas, mas as gotas de
sangue apanhadas de Jesus, na hora da crucificação, desafiam os séculos, mantendo-se
vivíssimas em ânforas de prata! Madeiras rijas e de longa duração, como o
carvalho e a imbuia, desintegram-se sob o impacto dos séculos; no entanto, a
cruz de Jesus, feita de dois troncos de árvores comuns, leve e de pouca
duração, resiste há milênios e seus fragmentos e pó ainda são reverenciados
pelos fiéis da Igreja em diversas partes do mundo!
Em seguida à morte de Jesus, os seus discípulos, devido às ameaças
de também serem punidos como sediciosos perante o Procurador de Roma, debandaram
rapidamente por todos os cantos de Jerusalém e não lhes passou pela mente
qualquer iniciativa de apanhar os restos da morte do Mestre e guardá-los como
relíquias! A maioria evitou qualquer contato nas proximidades do local do
Calvário, sem preocupar-se de colher gotas de sangue, pedaços de espinhos ou
fragmentos da cruz. A morte de Jesus provocou forte temor e até descrença na
maioria dos seus seguidores, pois em vez de vê-lo empunhando o cetro real ante
o povo judeu, terminara sendo crucificado como qualquer malfeitor incurso nas
leis romanas. Quem poderia antever que aquele homem executado por uma
condenação pública, seria capaz de se projetar pelos séculos afora e redimir a humanidade?
Ante a incapacidade de tal previsão, não se justifica que alguém se
interessasse, de imediato, em conservar como relíquia alguns cravos ou pedaços
da cruz do Sublime Peregrino!
Aliás, Jesus não foi crucificado com a coroa de espinhos, pois esta
foi uma encenação cruel da criadagem e servos de Pilatos, feita na sexta-feira,
durante a flagelação. Depois dos sarcasmos e da farsa ridícula a que submeteram
Jesus, o ramo de vime que fora usado para a confecção da coroa foi jogado fora como qualquer objeto inútil, sem valor.
(Do Livro: “O Sublime
Peregrino” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento)
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