Sabedoria Ramatis

Sabedoria Ramatis

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Despachos e "iniciações" com sacrifícios nos ritos e cultos sincréticos distorcidos - Vll







PERGUNTA: O que é "arriar" uma oferenda? É só colocar no chão de terra batida ou na encruzilhada da via urbana?

RAMATÍS: - Os antigos sacerdotes negros dos clãs tribais, iniciados e hábeis manipuladores das energias ocultas do planeta, entendiam que todo o trabalho que tinham para entrar nas florestas, escolher e separar as folhas, macerá-las para retirar o sumo, localizar flores às margens de cachoeiras e riachos, frutas e raízes nas matas seria inválido se não fosse bem "arriado" na natureza. Na cosmogonia das religiões africanistas, especialmente a iorubá, o ato de "arriar" uma oferenda estabelece e perpetua uma troca de força sagrada entre dois mundos: o divino oculto e o profano visível; tudo é energia e tem mais afinidade com este ou aquele orixá.
Essa energia deve estar sempre em movimento em ambos os sentidos: entre o plano concreto material e o invisível-astral. Assim como a água em seu ciclo sucessivo de chuva, evaporação, resfriamento e degelo, a dinâmica de transferência energética é considerada essencial e parte da vida.
Está claro que nenhuma oferenda supera a fé e a confiança no Divino que jaz dentro de cada criatura. O ato de amor à natureza, e que ocasiona o sentimento de caridade, auxílio ao próximo e preservação da vida animal, difere em muito da busca do "divino" em favorecimento próprio, disposição solitária e egoísta fundamentada na matança dos irmãos menores do orbe que servem de repasto não a espíritos de luz, mas a entidades que precisam da vitalidade fluidificada pelo sangue e "arriada" nas encruzilhadas de ruas urbanas para continuarem plasmando suas cidadelas de prazer no além-túmulo.
Contudo, atentai que muitos dos cidadãos que se enojam diante dos despachos nas esquinas, quando vão, ainda durante a manhã, sonolentos em deslocamento para o trabalho, sentindo-se superiores aos "crioulos" atrasados, em seus encontros semanais nos centros assépticos louvando hosanas ao senhor, esquecem-se de que perante a equanimidade do Incriado (o Deus único) o bife acebolado sobre a mesa também foi um inocente porquinho, vaca ou javali, morto pelo ser humano para encher a barriga de outros de sua espécie. O ente que come não é menos responsável perante as leis universais que aquele que mata.
Embalados em caixas coloridas que hipnotizam a mente diante das prateleiras dos mercados perfumados, com funcionários sorridentes, o mesmo acontece com o empanado de frango, o hambúrguer e a salsicha do cachorro-quente, todos mastigados para saciar a fome animalesca dissimulada dos homens civilizados.

 (Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Despachos e "iniciações" com sacrifícios nos ritos e cultos sincréticos distorcidos - Vl








PERGUNTA:  E quanto às denominadas "brigas de santo"? Já escutamos histórias de quizilas em que dois "orixás" estariam brigando ferrenhamente pela cabeça do médium. Há inclusive casos de desmaios, em que o "orixá" toma conta do corpo mostrando sua força, o que muito envaidece os médiuns pela incorporação forte. Quais vossas elucidações quanto ao tema que leva muitos irmãos "umbandistas" a procurar locais assim para "assentar" seus "santos"?

RAMATIS: - Sem dúvida a cada um é dado conforme sua capacidade de compreensão e consciência da espiritualidade. Guias, protetores ou entidades benfeitoras da umbanda jamais brigam [4] entre si pela posse de um médium. A expressão mediúnica é um acontecimento natural que depende da anterioridade do espírito em outras encarnações e do fortalecimento dos laços morais para o auxílio ao próximo, no sentido de propiciar o natural enlaçamento vibratório entre entidade e aparelho para a caridade.
Por outro prisma, verdadeiramente existem sérias disputas pelo corpo físico de certos sensitivos que serão fornecedores de fluidos, sensações e gozos para o além-túmulo, verdadeiros repastos vivos do "lado de cá", simulacro de divinização, como se o veículo denso humanizado fosse um templo sagrado que abrigará o "orixá". Assim enxameiam entidades vaidosas, concupiscentes e sedentas de vitalidade animal, perdidas em ritos iniciáticos tribais do passado remoto, empurrando-se em torno do chacra coronário com o intuito de se apoderarem da glândula pineal do médium (sede da mediunidade) e fazerem dele seu escravo, intento que se concretiza com a raspagem do cabelo e a colocação de sangue quente jorrado do animal imolado direto na incisão feita no alto da cabeça.

 [4] A pretensa "briga de orixás" é mais uma das grandes confusões que geram graves distorções entre o corpo mediúnico de um terreiro. Não é raro que determinada pessoa vá pela primeira vez a um terreiro e, seguindo orientação de uma "entidade incorporada", já na sessão
seguinte, participe dos trabalhos mediúnicos. Na maioria desses casos a pessoa não é médium então o "pai-de-santo" faz de tudo para colocar na cabeça da pessoa um "orixá", que é claro, não existe. Surgem então as dificuldades para "incorporar" aquilo que ele não tem. Depois vem a desculpa de que os "orixás" estão brigando pela "valiosa" cabeça do filho. 

O "pai-de-santo" determina que sejam feitas obrigações com comidas e sangue, boris e outras sandices que vão carrear larvas astrais, provocando problemas de saúde e desestruturando a vida da pessoa. Existe também a incongruente "disputa" entre os "orixás" e dizem que os "xangôs" não baixam no reino quando "ogum" está, e vice-versa. Na verdade, a briga é dos médiuns que deixam seu inconsciente aflorar de forma desordenada e põem para fora as diferenças com outros membros da corrente mediúnica. 
Por tudo que o leitor já viu, fica fácil entender que essas confusões são completamente alheias à verdadeira umbanda. Nem todos são médiuns, tampouco podemos classificar qualquer terreiro como de umbanda. "Briga de orixás", Umbanda, um Ensaio de Ecletismo, de Diamantino F. Trindade, publicação da Editora Ícone, p. 185,1994.


Observações do médium:

Há tempos presenciei a convulsão de uma consulente em plena sessão de caridade, durante o passe. Foi marcado um atendimento em dia específico. Era uma bonita jovem de 24 anos que desde os 19 sofria desmaios convulsivos não explicados pela medicina, cada vez mais recorrentes e acompanhados por outra expressão de seu psiquismo: adquiria voz gutural e contorno psicológico dominador e violento, dançando e exigindo sacrifício de animal de quatro patas. Em diversas ocasiões do surto sonambúlico, raspou a cabeça e fez retalhos nos braços com gilete, deixando o sangue esvair-se num aparente processo de autoflagelação, exigindo que a deitassem para o "santo". Essa irmã, católica e sem nenhum parente praticante de ritos afro-brasileiros, procurou a umbanda por sua livre vontade, seguindo seu próprio discernimento, embora muito perturbada e enfraquecida. Na frente do congá manifestou-se uma entidade mentalmente fixa nos rituais da África antiga, que fora iniciada com o sacrifício de um bode. Muito alta, careca e musculosa, de sexualidade indefinida, feições e crânio marcados com pequenos círculos feitos com uma espécie de tinta, exigiu que a moça "fizesse" o "santo", fixando-se (ele, o espírito) na cabeça da atendida para que se tornasse proprietário de seu corpo físico, afirmando que com isso tudo melhoraria para a encarnada, que precisava urgentemente daquilo. Ato contínuo, Vovó Maria Conga, preta. velha que nos dá cobertura, conversou com a entidade dizendo que os tempos eram outros; tempos para se praticar o Evangelho e propagar o amor do Cristo, e que ele precisava compreender essa mudança, pois o livre-arbítrio da filha impunha outro caminho, de reequilíbrio, por seu esforço individual e pela vontade expressa de servir o próximo na caridade umbandista, em nome de Jesus. Imediatamente, também enxerguei pela clarividência dois enormes, esbeltos e bonitos negros entrarem no templo. Estavam paramentados com vestuário sacerdotal da antiga África; seguraram a entidade perturbada e perdida no passado remoto pelos braços, dizendo que iriam levá-la a um local no Astral, afim com seu merecimento e onde .ela seria instruída e iniciada em culto ancestral de sua nação familiar, peculiar à sua encarnação como ex-sacerdote. Posteriormente, seria conduzida a outro local físico para ser assentada com um aparelho mediúnico em correspondência vibratória justa com o momento evolutivo de ambos, encarnado e desencarnado. Do contrário, o espírito em questão continuaria enlouquecido na crosta, obsediando outros sensitivos deseducados. Logo após essa ocorrência, manifestaram-se vários espíritos hipnotizados com a cena do sacrifício animal, que era constantemente plasmada pela força mental da entidade encaminhada, o que os atraiu por afinidade, gerando um bolsão de sofredores do Umbral, presos à consulente.
A partir de então, a atendida nunca mais teve nenhum transe convulsivo e está perfeitamente integrada à sua mediunidade, na umbanda. Por último, Vovó Maria Conga informou que o encaminhamento da entidade desencarnada a outro culto não ocorreu por iniciativa dos benfeitores da umbanda, e sim pelos zeladores dela, o que foi consentido simplesmente por respeito ao livre-arbítrio do encaminhado, que prontamente aceitou ir ao Astral encontrar-se com sua "família-de-santo", comunidade ritualisticamente afim com seu entendimento espiritual e momento evolutivo cármico.
É interessante comentar que a entrada dos sacerdotes visitantes no templo no Astral ocorreu a pedido deles, o que foi autorizado pelos guias, com o devido acompanhamento dos exus guardiões que dão cobertura ao grupo e a esse tipo de trabalho caritativo.



(Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Despachos e "iniciações" com sacrifícios nos ritos e cultos sincréticos distorcidos - V










 PERGUNTA: - Existe a crença de que os eguns não reencarnam. Como ficam, diante das leis universais, os atos de magia negativa que desconsideram a relação de causa e efeito e as consequências geradas para futuras encarnações?

RAMATIS: - Obviamente os que agem com fé verdadeira e desconhecem as verdades cósmicas, apresentam atenuantes em comparação com os que sorrateiramente vilipendiam as leis universais. No contexto atual o conhecimento das reencarnações sucessivas "mora ao lado", ali no terreiro de umbanda e no centro espírita.
O estado do espírito no Astral no que se refere à graduação do "peso” específico de seu corpo astral que por sua vez, determina a faixa vibratória de sua localização no Além não depende de crença cega, dogmas de culto e religiões temporais.
É certo que a oferta regular de alimentos e oferendas com animais mortos aos ditos familiares (eguns), imanta-os na crosta junto aos "vivos" sequiosos de seus serviços.
As definições de como se darão as futuras reencarnações são decorrentes dos atos presentes, que estão tecendo constantemente a rede de causalidade, a qual por sua vez, determinará os sofrimentos e as alegrias futuras. Em verdade a descrença dogmática na reencarnação como aquela que diz que os espíritos familiares e ancestrais sempre habitarão o mundo dos eguns para fazer favores à parentela carnal, libera os adeptos para as práticas mágicas em proveito próprio pelo fato de desacreditarem o merecimento e livre-arbítrio individual das outras criaturas, levando-os a não se preocuparem com as sérias consequências cármicas vindouras. Entendem que não distorcem algo que não existe, interpretação equivocada pelo fato de o conhecimento estar à disposição, faltando tão-somente olhos para ver e ouvidos para escutar.



Observações do médium:

Tendo a oportunidade de trabalhar como médium e dirigente em um grupo de apometria [2] numa casa de umbanda  corrente de cura e desobsessão do Caboclo Pena Branca, foi inevitável com o tempo, presenciarmos diversificada casuística com os mais variados relatos de desequilíbrios anímicos e mediúnicos, agravados por atos de magia negativa que contrariam a leis cósmicas de equilíbrio universal e que se perpetuam entre as encarnações sucessivas, retendo os seres no ciclo carnal.
Recentemente uma consulente apresentava terrível dor de cabeça, queda de cabelos e dificuldade para dormir. Estava quase enlouquecendo e toda vez que estava prestes a dormir se via desdobrada, enterrada num buraco com terra fétida entre andrajos malcheirosos. Envolvido pela irradiação magnética de Vovó Maria Conga que atua em meu chacra frontal, ocasiões em que se abre para mim a clarividência, enxerguei a atendida como uma sacerdotisa de um clã tribal da antiga África. Ela estava deitada, morta, como objeto de um ritual de assentamento de egum. Na condição de ex-sacerdotisa da tribo, "não precisaria mais reencarnar", devendo ficar para sempre no mundo dos mortos, assistindo os vivos, seus eternos filhos-de-santo.
Sua cabeça fora encharcada com sangue de um animal de quatro patas sacrificado e depois amarrada com um pano, especialmente trabalhado para não apodrecer em contato com a terra, numa espécie de mumificação. Junto ao sepulcro, em rito para a imantação do corpo astral do defunto na contraparte etérica do espaço físico onde habitava a tribo, foi enterrada também a pedra mineral de seu orixá regente de cabeça e demais materiais consagrados por anos de atos litúrgicos, inclusive a "faca" mortal e os vasilhames onde se recolhiam o sangue e as vísceras utilizados nas oferendas pessoais da ex-sacerdotisa, bem como todos os demais amuletos, guias e talismãs.
Como a Lei vale para todos, com a desintegração da tribo pelo comércio de escravos não se alimentaram mais os eguns com os eflúvios etéricos das comidas, dos pedaços de animais e do sangue votivos. Inevitavelmente a ex-sacerdotisa teve de reencarnar e, nos dias de hoje vê-se em faixa de ressonância vibratória do passado, pelo fato de estar na mesma idade cronológica em que aconteceu no passado sua iniciação no rito ancestral de egum, o que lhe causa as perturbações no presente. Foram desfeitos no plano astral os campos de força que estavam vibrando e retendo uma comunidade de espíritos dementados, desnutridos e extremamente hipnotizados nos objetos dos antigos orixás, liberando-os para atendimento no hospital da Metrópole do Grande Coração [3] complexo astral da linha do Oriente que nos assiste na corrente de cura e desobsessão do Senhor Pena Branca. A consulente nunca mais sentiu dor de cabeça e continua exercitando normalmente sua mediunidade na umbanda sem necessidade de ritos ou oferendas que requeiram ceifar a vida de um animal.
É interessante observar que muitos dos espíritos atendidos só aceitaram o socorro de entidades paramentadas como sacerdotes tribais das nações do pretérito, o que demonstra que a diversidade da umbanda ampara igualando no amor universal todos o seres na dimensão suprafísica ficando os preconceitos e as posturas refratárias exclusivamente como responsabilidade dos homens e das religiões e doutrinas sectárias.

[2] Técnica de desdobramento anímico-mediúnica desenvolvida por dr. Lacerda de Azevedo. Informações no livro Espírito Matéria, editado pela Casa do Jardim.

[3] Maiores informações no capítulo "A Metrópole do Grande Coração", da obra A Vida Além da Sepultura, de Ramatís, psicografia de Hercílio Mães, publicadas pela EDITORA DO CONHECIMENTO.


(Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Despachos e "iniciações" com sacrifícios nos ritos e cultos sincréticos distorcidos - lV











PERGUNTA: Podeis dizer-nos algo mais sobre a imperiosa necessidade de "limpeza" das zonas umbralinas do Astral inferior, e como isso pode causar repercussões vibratórias calamitosas no plano físico?

RAMATÍS: O assunto é muito amplo e foi aprofundado em outra obra Comentaremos, então, algo dentro do contexto de influência das práticas mágicas populares. Atualmente, há um desnível energético entre as comunidades do Astral inferior e a coletividade encarnada. 
As habitações umbralinas estão cada vez mais fortalecidas em razão da constante oferta de vitalidade etérica do sangue, por meio de ritos que distorcem o merecimento coletivo, pelo total desrespeito ao livre-arbítrio individual. Na verdade, uma é mantenedora da outra nesse desequilíbrio. Os bárbaros ritos de magismo com sacrifícios de animais, realizados usando a mediunidade, potencializam negativamente os rebeldes e imorais habitantes da subcrosta.
Obviamente isso causa impacto em toda a conduta da sociedade humana, de enorme repercussão vibratória na aura planetária, já que a magia negativa realizada com rituais de sacrifício, somada às matanças nos abatedouros e frigoríficos, é praticada em todo o globo terrestre. Como "o que está em cima é igual ao que está embaixo", igualmente existe ressonância no plano tridimensional físico, que tem por objetivo sempre o verdadeiro equilíbrio atemporal. Lembrai-vos dos cataclismos, tornados e enchentes que começam a se repetir no presente e verificareis uma reprise da época da submersão do continente da Atlântida, meramente por uma relação de causalidade que se repete.
Enquanto os terrícolas não se espiritualizarem, libertando-se dos fetichismos atávicos, as bases que sustentam as fortalezas dos magos trevosos do Umbral serão alimentadas.
Urge o equilíbrio; as recentes movimentações das placas tectônicas planetárias demonstram intensas mudanças da natureza, a qual está se adaptando às ondas mentais mais rápidas dos espíritos que reencarnam neste início de terceiro milênio e às irremediáveis remoções das cidadelas do Umbral. Os repetentes na escola do Evangelho do Cristo terão irremediavelmente de ser transportados para orbes mais atrasados. É seu direito cósmico continuar evoluindo. Os espíritos são imortais, e suas moradas são muitas, todas de acordo com a evolução das consciências. Tudo é movimento na busca harmônica que se sustenta com o amor. É inconcebível matar para um falso equilíbrio. Enquanto não cessarem os atos egoísticos que ceifam vidas na busca de benesses espirituais, a natureza não deixará de responder com força, na perseguição pela verdadeira harmonia cósmica. 

PERGUNTA: Verificamos, em alguns terreiros de práticas mágicas, um espaço para assentamentos dos mortos, os conhecidos eguns, espíritos desencarnados de familiares que também são objetos de culto. Existem, inclusive, compartimentos com objetos que pertenceram ao defunto e são enterrados em potes. Qual a finalidade oculta desses assentamentos vibratórios?

RAMATÍS: - A finalidade é a fixação e o aprisionamento vibratório dos entes desencarnados, que por sua vez foram condicionados pelas tradições orais e almejam isso para não ficarem vagando na crosta qual zumbis. Esses espíritos que desencarnaram e são ligados a esse culto ancestral na Terra ficam presos na contraparte etéreo-astral do terreiro, não se libertando da crosta e servindo, submissos, aos mais diversos tipos de tarefas e realizações dos humanos da Terra. Nessas comunidades não existe a consciência de merecimento e livre-arbítrio, e, além disso, é muito tênue a linha divisória entre o magismo positivo e o negativo. Dessa maneira, realiza-se outro ciclo de oferendas votivas cultuadas com animais sacrificados e muito sangue, pois é urgente "alimentar" energeticamente esses espíritos aprisionados, sedentos das sensações corpóreas. Por isso, nesses locais todo o "equilíbrio" (força mantenedora ou axé), em movimento entre os dois planos de vida, tem de ser constantemente renovado com sacrifícios animais, sob pena de "desequilíbrio" por perda da vitalidade dos habitantes do além-túmulo, os quais, hipnotizados e presos no vaso carnal dos médiuns que se reúnem para cultuá-los, precisam ser alimentados, advindo daí as infindáveis comidas de "santos". São seres aprisionados entre si, em total cegueira existencial, habitantes de diferentes dimensões, presos às questões terrenas, sentindo fome, sede e libido, locupletando-se nos gozos e objetivos personalistas propiciados pelo invólucro carnal possuído. Nessa relação ancestral, qual parasita que em simbiose se confunde com seu hospedeiro, urge o esclarecimento para libertar consciências escravas dos fetichismos e crendices que alimentam e fortalecem os habitantes do Astral inferior, diante da comunidade encarnada.


(Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Despachos e "iniciações" com sacrifícios nos ritos e cultos sincréticos distorcidos - lll








PERGUNTA: Já escutamos dirigentes espirituais afirmarem que o médium se encontra desarmonizado porque não está cuidando do "santo" adequadamente. O que significa a expressão "zelar pelo 'santo' assentado", e quais os motivos por que isso exige tantos rituais e tempo dos terreiros ligados às praticas mágicas populares?


RAMATÍS: - Existe uma relação de dependência dos seres humanos iniciados nessas práticas mágicas populares: têm obrigação de estar permanentemente refazendo as oferendas e os sacrifícios na busca dinâmica, mútua, de renovação da força (axé). Ou seja, é um sistema de oferta e devolução mecanicista, de dar e receber, com o objetivo de se harmonizar com o suposto "orixá" de cabeça, que, por sua vez, foi assentado com raspagem e incisão no alto do chacra coronário, tendo como princípio energético catalisador o sangue quente, repleto de vitalidade animal. Este serve para a fixação vibratória de entidades que se apropriam da inteligência, motricidade e ideação do médium (glândula pineal), tendo com ele uma relação individual, potencializada artificialmente, como se fossem hospedeiros, e culminando nos transes e nas catarses ritualísticas.
Esse "acasalamento" fluídico, para manter o equilíbrio, fundamenta-se num sistema perpétuo, durante a vida encarnada e posteriormente desencarnada, de dar e receber. Esquece-se muito facilmente que a ritualística exterior e os pactos fundados  em iniciações não demonstram os compromissos ocultos atemporais que reverberam no espírito por uma "eternidade". Quem oferta sangue quente hoje será o ofertado de amanhã, ambos chumbados na crosta e escravizados à vitalidade propiciada pelas matanças animais.
Para conseguir a renovação da força e a proteção do suposto "orixá", o iniciado deve revitalizar e dinamizar o fluxo de axé, por meio dos incontáveis sacrifícios votivos e festins de comilanças. É um pacto de interdependência, uma vez que o dito "orixá" , na verdade um ou mais espíritos densos imantados ao médium, necessita de vitalidade animal para se fortalecer, e, ao mesmo tempo, oferecer em troca seus agrados ao medianeiro. Assim, o mimam, arrumam namorada, emprego, retiram os inimigos do caminho, aumentam os prazeres carnais, entre outras facilidades da vida mundana, protegendo e mantendo em boa situação os repastos vivos e todos aqueles que mostram fidelidade regular quanto aos sacrifícios e oferendas prescritas pelo pai-de santo.
Esse pacto é uma via de mão única, e a vontade do "iniciado" nada vale se ele não cumprir os preceitos para zelar com seu assento vibratório, já que os elementos que servem como
condensadores energéticos devem ser renovados freqüentemente, pois perdem, por fadiga fluídica, a capacidade de fornecer os tão almejados eflúvios etéreos que servem de alimento vital para as entidades do baixo Astral.
Há de se comentar que é conhecimento fechado, não divulgado pela maioria dos diretores de terreiros que praticam esses ritos, o fato de que quando o filho do "santo" viola, frauda ou não cumpre toda uma série de compromissos, tabus e preceitos, mantenedores do fluxo vital do plano físico para o Astral, e vice-versa, cessam as benesses das entidades do "lado de cá" para a realização dos desejos individuais do médium; isso quando os "vivos" da Terra, antigos iniciadores, não fazem despacho para a desgraça do "infiel" que ousa abandoná-los. Ocorre um motim astral, uma revolta contra o ente que até então era mimado, pelo fato de ele não mais fornecer os acepipes e sacrifícios sanguinolentos. A partir de então, atacam o antigo "serviçal", como vampiros determinados a sugar-lhe as próprias vísceras, qual parasita que "mata" a planta que não consegue mais produzir seiva vegetal pela aridez do solo, em meio à seca de verão. Por isso, o assunto é velado aos neófitos, para não se assustarem; assim como só são informados os enormes favores, nunca as gigantescas obrigações que, se não cumpridas, ocasionará funestas contrariedades e retaliações, tal como a montanha vistosa esconde, aos olhos incautos, que em seu cume existe um precipício.
O enorme perigo da ira, dos revides e das quizilas que recaem sobre os "iniciados" que se arriscam a deixar o "santo" acaba sendo resolvido quando há merecimento, e o obsediado exercita seu livre-arbítrio nos templos da Divina Luz, da verdadeira umbanda.
Na verdade zelar pelo "santo" não é de forma alguma uma opção de exercício religioso em conseqüência do livre-arbítrio, mas sim um pacto de sangue que deve ser constantemente refeito com o suposto "orixá", cujo não cumprimento implica riscos enormes, colocando sob pesado choque vibratório os que estão nessa roda nefasta de sacrifícios animais e ousam sair. A obediência cega perante o "santo" fascina e nubla as consciências, forjando escravos que ceifam a vida dos animais menores do orbe e fortalecem as cidadelas do Astral inferior, enraizadas desde eras ancestrais na dependência de se "alimentarem" dos fluídos volatilizados pelo sangue derramado na crosta planetária.


(Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Despachos e "iniciações" com sacrifícios nos ritos e cultos sincréticos distorcidos - ll








PERGUNTA: O que são os assentamentos dos orixás?


RAMATÍS: - Há de se ter noção de que todo o trabalho mágico das religiões africanistas (não o da umbanda) fundamenta-se no intercâmbio entre dois níveis de existência. São duas formas, ou possibilidades de vida, que coexistem paralelamente. O aiye é o universo físico concreto, com todos os seres vivos; e o orum, o sobrenatural, onde vivem os "orixás" e os eguns (espíritos de mortos e antepassados naturais).
O mundo material é compreendido como uma conseqüência do espiritual. Todo o culto é fundamentado no rebaixamento vibracional dos habitantes do aiye, para o orum; do divino espiritual, para os homens filhos dos orixás; do sagrado abstrato, para o profano concreto.
A "materialização" dos orixás ocorre pelo transe ritualístico, pelo filho que cede seu corpo e psiquismo para a manifestação dessas energias. Acontece que todo iniciado no transe tem seu assento vibratório do orixá, um altar individual com determinados elementos férreos e minerais que simbolizam, energeticamente, as insígnias do orixá servindo de ponto de imantação no plano material. São os denominados pegis: locais onde são realizadas as venerações e colocadas as oferendas devidas, geralmente animais votivos e alimentos. Por meio das oferendas diante do pegi acontecem e se fortalecem as trocas praticadas, o dar e o receber. Os filhos de um "orixá" ofertam em permuta, para receber a força (axé) num ciclo de oferendas votivas e derrame de sangue que nunca termina, numa distorcida filosofia mantenedora da harmonia, já dissociada dos ritos tribais de antigamente, em que os sacerdotes iniciadores não auferiam o vil metal nem cobravam pela assistência curativa às populações.
Na atualidade, existe uma desconexão temporal em nome dessas tradições, caracterizada por um apelo mágico negativo, popular, imposto por uma acirrada concorrência entre os terreiros, que por sua vez são demandados por criaturas que exigem resultados rápidos no intercâmbio espiritual, o que impõe mais sacrifícios ofertados, perpetuando uma série de fenômenos que se sucedem fortalecendo a "indispensável" matança de animais e a oferta de sangue quente. Como a fixação do "orixá" na cabeça (coronário) do médium é realizada com sangue, um condensador vital de baixa vibração, uma entidade de reduzida envergadura espiritual se apropria do psiquismo de seu "filho", levando-o a fazer todas as suas vontades, falsamente, como se estivesse nas tribos de antigamente, oferecendo em troca progresso material, realizações amorosas, prazeres e outras sensações animalizadas.
A relação entre os espíritos e o aparelho, potencializada no assento do orixá, tem de ser periodicamente renovada, oferecendo os alimentos vitais, fluídicos, para que, em troca, não haja a desgraça do médium. É uma relação de temor e medo em nome de um falso sagrado, formando escravos dos "orixás" por toda a vida, em que ininterruptamente, em certos períodos, há de se sacrificar um animal para a satisfação do Além dominador.
Na umbanda preservam-se os aspectos positivos, benfeitores, das tradições africanistas. Não se impõem assentamentos vibratórios individuais dos orixás fundamentados em iniciações sanguinolentas, com raspagens de cabeças e oferendas regulares para satisfazer o "santo". Assim, basta fixar no congá alguns elementos condensadores para servirem de imantação, afim com o orixá regente do terreiro. 
A mediunidade canalizada para a caridade, o amor por todos os seres vivos em auxílio aos sofredores é o mais seguro "assento" dos orixás no templo interno de cada criatura.


(Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Despachos e "iniciações" com sacrifícios nos ritos e cultos sincréticos distorcidos - l










PERGUNTA: Sendo o transe ritualístico visto como demonstração de possessão demoníaca, as adivinhações e oferendas votivas taxadas de barbarismo primitivo e bruxaria, desde o Brasil colonial até os dias de hoje, e diante de uma sociedade que cobra uma postura ecológica das religiões, não "permitindo" sacrifícios animais, como as tradições africanistas, com todas essas rejeições, saíram das lembranças dos negros escravos e se perpetuaram como práticas vigentes nas coletividades urbanas?



RAMATÍS: - Os padres tiveram interesses ambíguos na catequização dos negros: se por um lado queriam disciplinar as crenças religiosas de acordo com os sacramentos católicos, por outro faziam "vista grossa" às suas danças e cânticos realizados aos domingos e feriados nas fazendas, em frente às senzalas, pois entendiam tratar-se de mero folclore. 
Os clérigos foram engambelados pelos escravos que diziam realizar o "batuque" para os santos católicos, usando porém a língua natal. Agindo dessa forma, mostravam os congás (altares) improvisados num canto da entrada da senzala, junto com as imagens de Jesus, Santo Antônio, São Jerônimo, São Sebastião e São Jorge. Mas em segredo, arriavam as oferendas votivas em local escondido, no chão de seus alojamentos, como firmeza vibratória aos "deuses" cultuados. Longe dos olhos dos brancos católicos, eles "incorporavam" suas divindades, manipulavam objetos, como pedras, ervas e essências, e ofertavam o sangue de animais sacrificados para que fossem vitalizados e pudessem entrar em contato com os planos ocultos, a fim de prever o futuro, curar doenças, melhorar a sorte e transformar os destinos das pessoas. Contudo, se assim fossem vistos pela comunidade eclesiástica, seriam proibidos e acusados de bruxaria, e poderiam perder a vida. Na verdade o ponto central da questão é que na época colonial escravocrata, o catolicismo também possuía um apelo mágico. Era preciso que suas lideranças combatessem a crença primitiva em espíritos diabólicos que podiam se apoderar do corpo dos fiéis, pedir sacrifícios animais sanguinolentos e operar curas, distinguindo-a da fé nos santos, nas almas benditas e milagreiras.
Na opinião dos clérigos, urgia separar o simbolismo ritualístico da ingestão da hóstia, bem como os milagres propiciados pelo corpo e sangue derramado do Cristo na cruz, dos atos concretos, arcaicos e selvagens de negros ignorantes sem alma, mesmo que a hipocrisia dos homens, em seu imediatismo diante das leis cósmicas, ainda hoje não separe uma coisa da outra, eivados que estão de intenções de favorecimento, seja diante do mundo dos Céus católico ou da morada africanista dos orixás.
Com a alforria dos escravos, essas práticas mágicas foram popularizadas e se espalharam pelas periferias das cidades que se formavam.
Os ritos iniciáticos de divinização dos antigos clãs tribais foram terrivelmente distorcidos: os ex-escravos começaram a cobrar pela magia como forma de sobreviver na nova condição de "libertos", desrespeitando o livre-arbítrio dos cidadãos a quem se destinavam suas oferendas votivas pagas, agravando negativamente o merecimento de toda a coletividade, branca e negra, apegada aos fetichismos mágicos de "resultado" imediato. 


(Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

sábado, 19 de maio de 2012

Afinal, o que é exu?










RAMATÍS: O Incriado, o Imanifesto, o Deus único não se manifesta diretamente. D'Ele se expande um "fluido" informe que interpenetra em todas as sete dimensões vibratórias do Cosmo e, acima dessas faixas, torna-se novamente uno com o Pai. Num descenso vibratório, o Divino, por meio de exu, seu agente mágico, transforma-o em veículo de manifestação da Sua vontade, oportunizando Sua manifestação indireta em todas as vibrações e formas do Universo.
Todas as ondas, luzes e eletricidade, bem como todos os sons e magnetismo, são simples meios de manifestação de exu, que possibilitam a junção atômica das energias cósmicas nos formas que conseguis entender em vossa escassa percepção de encarnados. Liberando o panteão africanista das lendas antropomorfas recheadas de' símbolos e arquétipos do inconsciente coletivo, reforçados oralmente pelos sacerdotes tribais ao longo das gerações (maneira inteligente de fixar conhecimentos que de outra forma desapareceriam), conclui-se que exu é um aspecto do Divino que tudo sabe, para o qual não há segredos. A vibração de exu, indiferenciada, atua em todas as latitudes do Cosmo, não fazendo distinção de ninguém, tendo um caráter transformador, promovendo mudanças justas necessárias para o equilíbrio na balança cármica de cada espírito. Lembrai-vos de que antes da calmaria a tempestade rega a terra, refresca e traz vitalidade, ao mesmo tempo em que constrói, desfaz ribanceiras e quebra árvores com raios do céu. Exu é o princípio do movimento, aquele que tudo transforma, que não respeita limites, pois atua no ilimitado, liberto da temporalidade humana e da transitoriedade da matéria, interferindo em todos os entrecruzamentos vibratórios existentes entre os diversos planos do Universo. Por isso, exu é considerado o mensageiro dos planos ocultos, dos orixás, sendo o que leva e traz, o que abre e fecha, nada se fazendo sem ele na magia.
Nas dimensões mais rarefeitas, exu se confunde, unido aos orixás, com o eterno movimento cósmico provindo do Incriado, sendo característica d'Ele, denominação dessa qualidade transformadora impossível de ser transmitida no vocabulário terreno. Grosseiramente, exu movimenta a energia, não é a energia propriamente: o movimento rotatório do orbe cria as ondas, mas não é a água dos mares.
São muitos os espíritos que trabalham nas vibrações de exu, nas várias dimensões cósmicas. No Universo, tudo é energia, e na umbanda não é diferente: tudo se transforma para o equilíbrio, gerando harmonia. Por isso, precisais entender as correspondências vibracionais dos quatro elementos planetários: ar, terra, fogo e água, relacionando-os com cada um dos orixás, regentes maiores das energias cósmicas, aprofundando a compreensão da magia específica de cada exu. Eles atuam, segundo determinadas peculiaridades, nos sítios vibracionais da natureza, fazendo par com os orixás, pois o eletromagnetismo do orbe é dual: positivo e negativo. O Uno, o Eterno, o Incriado, Zambi, Olurum (um mesmo nome que representa a Unidade Cósmica) é "energia" e precisa se rebaixar para chegar aos planos vibratórios mais densos, onde estais agora. O Uno é dividido, tornando-se dual, tendo duas polaridades, onde existe a forma, o Universo manifestado na matéria, interpenetrado com o fluido cósmico universal.
Um exemplo de exu entidade, que tem para os zelosos das doutrinas puras um nome polêmico, pode ser citado: os denominados exus do lodo. Energicamente, os espíritos comprometidos com o tipo de trabalho que chancela esse nome atuam entre dois elementos planetários: terra e água. Se misturardes um pouco de terra com água, tereis a lama, o lodo. Essas entidades agem segundo o princípio universal de que semelhante "cura" semelhante: transmutam miasmas, vibriões etéricos, larvas astrais, formas-pensamento pegajosos, pútridos, viscosos e lamacentos, entre outras egrégoras "pesadas" de bruxarias e feitiçarias do baixo Astral que se formam nos campos psíquicos (auras) de cada consulente, em suas residências e seus locais de trabalho, desintegrando verdadeiros lodaçais energéticos, remetendo-os a locais da natureza do orbe que entrecruzam vibratoriamente a terra e a água: beira de rios e lagos, encostas de açudes, entre outros locais que têm lama e lodo. Nesses casos, entrecruzam-se nas demandas sob o comando de caboclos da falange de Ogum Iara. Podem também atuar próximo aos mares, à água salgada, agora sob o comando de caboclos da falange de Ogum Beira-Mar ou Ogum Sete Ondas.
Por isso, o ato ritualístico em alguns terreiros de jogar um copo de água na terra (solo) para fixar a vibração magnética da entidade, no momento de sua manifestação mediúnica (elemento que serve de apoio para a imantação vibratória das energias peculiares à magia trabalhada).



(Origem: “A Missão da Umbanda” - Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)


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