Sabedoria Ramatis

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domingo, 24 de março de 2013

Pagamento pelo benefício dos Espíritos e o fracasso dos médiuns – 5ª Parte









PERGUNTA- Pedimos vossas elucidações sobre as principais causas dos fracassos dos médiuns no seio da Umbanda. Em geral, como se dá a recepção dos intermediários "caídos" nas lides com o Além, quando retornam à pátria espiritual?



RAMATÍS - A Umbanda, por não possuir uma codificação doutrinária que "padronize" seus rituais, usos e costumes litúrgicos no intercâmbio mediúnico, abriga um grande número de seguidores e adeptos. Assim como vai esclarecendo, confortando, promovendo a reforma íntima e evangelizando através das consultas individuais e assistência espiritual do Plano Astral Superior, dando alento a todos os necessitados independente das crenças individuais, ao mesmo tempo sofre os desmandos de alguns filhos de fé umbandista que se deixam envolver pelo astral inferior e acabam praticando uma falsa Umbanda: com vaidade, ganho financeiro, oferendas descabidas e sacrifícios de animais.
Os médiuns vaidosos são os mais visados pelos ataques das Sombras, sempre dispostos a atender aqueles que se encontram com o ego exaltado. Pela característica das manifestações mediúnicas na Umbanda, é exigido aos médiuns um esforço contínuo no sentido de manterem a humildade, eis que não existe Guia mais "forte" do que outro, pois os critérios que levam à concretização dos pedidos dos consulentes independem do nome da entidade que assiste o medianeiro, da sua hierarquia espiritual ou se está mais ou menos "incorporado" no "cavalo". O que leva a brisa benfazeja para os que buscam a Umbanda para a cura, o alento espiritual, e até algumas questões que envolvam auxílio das falanges benfeitoras no campo, material, é nada mais que o merecimento, associado ao respeito do livre-arbítrio de todas as criaturas. Essa é a maior dificuldade dos médiuns: discernir as fronteiras tênues do que intermediam com o Astral - se é adequado dentro das leis de equilíbrio e de causalidade que regem o carma de todos os seres. A ambição atiçada pelo ganho fácil e seguidamente provocada pelos elogios dos consulentes, que procuram agradar os médiuns em troca de favores, trabalhos milagrosos e toda sorte de ajuda que envolve as situações comezinhas da vida material, é como a ferrugem que lentamente e sem maiores esforços corrói fina ourivesaria.
A mais terrível combinação para um médium fracassar, além da vaidade e da ambição do ganho fácil, é quando ainda há a fraqueza do espírito pelo sexo. Seguidamente os homens se encontram cercados de borboletas batendo suas asas coloridas. As mulheres se veem trespassadas por olhares brilhantes e pensamentos libidinosos dos companheiros desatentos. Quando não é o irmão ou irmã de corrente mediúnica que se "apaixona" perdidamente pelo outro dizendo ser um "reencontro" de vida passada, são os consulentes assediados que se mostram como potentes "armas" para as organizações das trevas que procuram infiltrar-se no grupo. Qualquer desatenção, invigilância, fragilidade momentânea, é motivo de quedas, na maioria das vezes definitivas. O exercício da mediunidade com as entidades de luz que labutam sob a égide da Umbanda é então suspenso; não cessa o trote do cavalo, somente muda o cavaleiro que o guia.
Aquilo que é semeado é colhido, muitas vezes multiplicado pela repercussão que um desatino mediúnico causa aos seus familiares e dependentes. É deveras triste a situação dos medianeiros que perderam o trilho da caridade desinteressada quando retomam para o lado de cá. Imaginai a sintonia estabeleci da pelo médium durante anos a fio de escambo mediúnico na crosta com as comunidades das trevas; estabelecem fortíssimos laços de imantação que várias encarnações sucessivas não dissolvem. O médium de outrora que costumeiramente se utilizava de escravos para a execução dos pedidos remunerados dos consulentes ou desrespeitava o livre-arbítrio alheio em proveito próprio ou de outros, no momento em que se vê diante dos antigos executantes do plano extra físico, torna-se, agora ele e tão somente ele, escravo dos que antigamente lhe prestavam os serviços mais sórdidos do além-túmulo.



Do Livro: “Jardim dos Orixás” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento




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