“Eles se revelam facilmente por suas ações individuais ou coletivas
em todos os setores públicos ou particulares da vida humana.
O satanismo é um
símbolo do truncamento, da inversão dos valores tradicionais já consagrados ao
bem comum; é a falsa suposição do verdadeiro; é o reinado do trivial, do inútil
e do pervertido, num absoluto egoísmo e indiferença diante de qualquer aflição humana
ou necessidade alheia.
A banalidade é elevada à conta de sabedoria; a incoerência
e cabotinismo tornam-se os aferidores lógicos nas esferas da arte, da ciência,
da moral e da religião.
Os indivíduos satanizados ao contrário dos cristianizados são
criaturas cujo modo de vida se transforma em esplendoroso parasitismo; são
tipos insensíveis diante dos desgraçados mais esfarrapados! Seus corpos estão
cobertos com finíssimos tecidos e ornados com fascinantes pedrarias, mas, por
dentro, pulsa um coração gélido, impermeável ao apelo do próximo! Colocados na
administração pública, arrasam os patrimónios cole-tivos e amealham
desonestamente para a tribo familiar; criam oligarquias e se justificam colericamente
ante as investidas dos desesperados; formam impérios faustosos e esbanjam com
prodigalidade criminosa; alimentam movimentos estultos, festividades tolas e
realizações vazias de espírito!
A inconsciência da realidade espiritual lhes inspira os gastos
inúteis e as realizações estéreis; povoam os cemitérios com ricos mausoléus, a
fim de que seus cadáveres apodreçam luxuosamente, embora a pouca distância
estejam a ruir as choupanas dos vivos famintos e desnudos! Criando as indústrias
bélicas, promovem conflitos armados entre os povos subnutridos, para se
enriquecerem com os lucros homicidas. Quando se internacionalizam, sob aplausos
interesseiros, cuidam apenas dos seus interesses escabrosos e nunca da fraternidade
humana; são capazes de bombardear a própria terra natal, a fim de aumentarem os
seus créditos nos bancos.
Falta-lhes o amor puro e o apego ao ideal superior do bem comum;
movem-se calculadamente, egocêntricos, numa vida capciosa que lhes permita
ampliarem os seus domínios faustosos e amealhar a fortuna fácil!
Sagazes e eloquentes, eles se infiltram em todas as esferas do pensamento
humano, mas lhes é impossível manter em nível honesto a sua índole satânica, que logo os trai escandalosamente! Quando operam na
literatura infantil, pervertem a mente das crianças; sensualizam o pensamento
do moço na revista fescenina; induzem o leitor à venalidade e envenenam o
sentido exato das palavras; insuflam ódios entre as classes e, quando à frente
de doutrinas ou religiões, espalham definições separativistas e desmentem em
público aquilo que cultuam na atmosfera dos templos, pois falam muito em Deus
mas cortejam fanaticamente o mundo de César; pregam a simplicidade, mas vestem-se
de púrpura e de Holanda (como dizia Jesus) ou de tecidos caríssimos enfeitados
de ouro! Subvertem os seus deveres oficiais na segurança pública, atendendo aos
manejos torpes da política desonesta; advogam a charlatanice e a mentira; absolvem
o intelectual criminoso ou o ricaço faustoso, mas cobrem de ignomínia o infeliz
que furtou um pão para dá-lo ao filho esfaimado ou o delinquente descalço que
cometeu uma fraqueza! Alimentam estados de angústia e explosão de ódio entre o
povo, promovendo o aumento do preço do leite, dos géneros alimentícios, das utilidades,
dos transportes, do pão, e se enfurecem quando seus operários lhes pedem
aumento de salário para enfrentar a alta do custo da vida. Na ciência, transformam
a dor humana numa bolsa de negócios, em que os medicamentos se assemelham a
produtos de joalheria e o socorro aos enfermos à aquisição de luxuosos vestidos de modista! Aplaudidos pela falsa tradição do
mundo material e festejados pelo sentimentalismo dos homens tolos, gozam
comumente da regalia de monumentos nas praças públicas ou de placas douradas
nas avenidas festivas. Mas a Lei Divina os apanha e ajusta nos ciclos reencarnatórios,
fazendo-os vestir os mesmos trajes que desprezaram e sofrer as mesmas torpezas que
semearam.
Entretanto, a Lei Suprema que ordena a reencarnação dos servidores
do Cristo, para salvarem a humanidade das trevas, também assiste aos
satanizados que descem para a retificação dolorosa de última hora. Por isso, o
preparo do ambiente crístico para o terceiro milénio aguarda o vosso tributo de
amor e de paciência para com esses irmãos transviados, que já estão convosco, e
que já operam em todos os ângulos da vida terráquea. Vivendo satanicamente,
eles trincam em si mesmos o cristal refulgente de sua ventura espiritual!
O satanismo, na realidade, é desgraça dolorosa para os seus
próprios adeptos que, situados como rebeldes inimigos da Luz, requerem uma
terapêutica cruciante em longo exílio nas trevas dos mundos inferiores.”
Do Livro: “Mensagens do Astral” – Ramatís/Hercílio Maes - Editora do
Conhecimento
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