Sabedoria Ramatis

Sabedoria Ramatis

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas - Vlll parte







PERGUNTA: - Qual a razão de muitos dos mitos e histórias das tribos indígenas e das nações africanas contadas de geração a geração serem semelhantes, mesmo que transmitidos em épocas diferentes e com personagens peculiares a cada cultura, mantendo vivos os conhecimentos dos orixás?

RAMATÍS: - No passado das civilizações, seja na Atlântida, Ásia, África, Europa, ou nas Américas, reencarnaram os mesmos espíritos. em várias ocasiões. Eles traziam no inconsciente, o qual não se reportava às cores das peles ou raças que os abrigavam provisoriamente nos corpos físicos, a sabedoria antiga dos iniciados extraterrestres. Ocorre que a transmissão dos saberes ocultos sempre foi velada, um tanto misteriosa ao homem comum, preocupado em saciar a fome e sem tempo para maiores abstrações filosóficas. Seria perigoso o magismo praticado pelos magos nos templos, se fosse aberto a todos.
Por esse motivo, os Senhores da Luz Velada, espíritos de escol de outros orbes que velavam pela transmissão dos conhecimentos mágicos, quando encarnados como instrutores atlantes, hierofantes egípcios, mahatmas indianos, pajés sul-ameríndios ou sacerdotes tribais africanos, preservaram o saber tecendo histórias que viraram lendas para o povo, numa versão popularizada para as mentes brutas, tornando esse saber"palatável" oralmente à interpretação esotérica superficial das leis divinas que regem o micro e o macrocosmo. Fixaram em santuários, pirâmides, criptas e cavernas o que não era acessível ao primitivismo do povo absorvido pela sobrevivência num cotidiano inóspito.
Imaginai centenas de poços na crosta que saciam a sede das populações locais, em que os muros e telhados que enfeitam sua superfície são diferentes, mas a água da fonte que os enche é igual em todos os locais. Assim é a umbanda: diferença nos terreiros não significa desigualdade perante os orixás; ela vos une numa mesma essência, e não vos separa na ilusão das formas.


 (origem: A Missão da Umbanda- Ramatís/Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas - Vll parte







PERGUNTA: - É fato que espíritos originários de outros orbes, que aqui aportaram desde os primórdios do planeta, depois da decadência atlante, com o passar dos séculos vieram a originar nações indígenas brasileiras que herdaram suas tradições mágicas, rituais e curadoras, atualmente canalizadas nas falanges de caboclos da umbanda?

RAMATÍS: - No início dos tempos em vosso planeta, época em que o orbe era uma massa ígnea coberta de vapores sulfurosos, a região que se solidificou mais rápido, tendo despontado posteriormente na superfície, foi onde hoje está localizado o Brasil. Na escala geológica do planeta, isso propiciou que a primeira crosta terrestre emersa do oceano primitivo fosse a pátria verde e amarela. Tal região foi a que se formou mais rapidamente, oferecendo condição propícia, na natureza que se forjou, para a encarnação de espíritos extraterrestres no ciclo hominal terrícola. Podeis concluir que as tradições mágicas e xamânicas que nasceram nas tribos brasileiras de antanho antecederam todos os demais ciclos reencarnatórios que se efetivaram.
Na verdade, essa "porta" de entrada espiritual planetária originou o conhecimento em todas as outras raças, nações e tribos antigas, não só da indígena formada primeiramente. Os payés (pajés) interpretavam os astros, liam as energias irradiadas e, por meio da natureza e do intercâmbio psicoastral com entidades incorpóreas de outros orbes, que vieram em suas vimanas (naves) intensamente. até o auge da Atlântida, adquiriam instruções e eram governados do Espaço. Com certeza, a umbanda pratica essa herança mágica ancestral, seja de caboclo, preto velho ou oriental; as aparências dos espíritos são meras formas e uma não é melhor que a outra. Os conhecimentos milenares ficam registrados no espírito e independem da nação, tribo ou raça, desde que isso se configure como ilusões, impressões transitórias do vaso da matéria que abriga uma coletividade encarnada.
Obviamente os espíritos que se enfeixam nas aparências de caboclos, ligados à antiga raça vermelha, assim o fazem prioritariamente para impressionar mediunicamente vossos embotados sentidos psíquicos, não pelo fato de serem herdeiros das tradições mágicas, rituais e curadoras, uma vez que as outras "raças" dos espíritos também o são e que a vertente que a trouxe é e foi uma só e se espargiu pelas migrações provocadas ao longo da história e geografia terrenas.


(origem: A Missão da Umbanda- Ramatís/Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas – Vl parte













PERGUNTA: Historicamente, na África, o indivíduo se destribaliza, deixando nas lembranças de seu passado os cultos e ritos ancestrais quando se transfere para as cidades, adotando rapidamente novos costumes religiosos. No processo de "migração" dos negros para o Brasil isso não ocorreu. Por que essa inversão de comportamento?

RAMATÍS: - A manutenção das crenças nativas africanas pelos grupos raciais que vieram "migrados" (escravos) apresentou-se como uma maneira de sobrevivência inglória. Na verdade, era uma expressão de revolta contra a nova condição imposta pelo dominador branco. O relho nas costas e 'as repetidas chibatadas faziam curvar o corpo físico sob o guante doloroso das muitas horas de trabalho ao sol, mas não curvavam o espírito dos sacerdotes iorubás, angolanos e jejes. Os rituais e cultos de harmonização com as forças vivas da natureza, praticados no interior da África, onde os negros podiam conviver com a força dos orixás e senti-las encontraram forte similitude com a geografia brasileira, rodeada de matas, montanhas, lagos, cachoeiras, rios e mares.
O homem que deixava a tribo para buscar vida nova na cidade, por sua vontade, desejava ser considerado incluído na nova sistemática social, tendo outra religião como fator relevante e de "progresso", o que favoreceria seus contatos e relacionamentos. Ao contrário, no solo verde e amarelo do enorme Brasil a ser conquistado, o escravo não teve opção de escolha exterior, diante da subjugação do escravizador, e se apegou interiormente às suas lembranças, como forma de adquirir ânimo para suportar os males, o que o fez ser radicalmente fiel às suas origens. Dentro das senzalas imundas, as diversas religiões africanas se conectavam com os orixás, por meio dos cânticos velados e transes rituais, servindo como verdadeiros exaustores psicoemocionais da negritude e que, junto com a utilização milenar das ervas, mantinha a saúde de seus membros. Não sabiam todos os envolvidos que as tradições preservadas estavam de acordo com os ditames cósmicos que impunham o enredamento cármico dessas várias tribos negras com a raça branca, em que o excesso de hoje, para muitos, foi a ausência de ontem para outros tantos. O negro dominado e submisso de agora foi o dominador orgulhoso de antigamente, nas conquistas fratricidas de novos territórios; aquele que é perseguido e rejeitado hoje também realizou tal feito no passado. Houve perfeito equilíbrio do calendário divino, ocasionando sábia inversão de papéis que levou espíritos endurecidos à retificação nas leis espirituais, as quais se estendem indistintamente sobre todos, independentemente de raça e cor da pele, pois são aspectos transitórios, em favor da perenidade do amor que perdoa, e não subjuga.

PERGUNTA: - O Brasil tem larga tradição católica, originária preponderantemente de Portugal, país de extrema devoção aos santos, com os quais os fiéis estabelecem relação de favor sempre em troca de algo, presumindo "intimidade" com as coisas do sagrado. Isso não é intensificado na umbanda?

RAMATÍS: - A fé católica nos santos e milagres era comum aos portugueses que aportaram no Brasil. Os lusitanos acostumados às "rezadeiras", com promessas aos santos padroeiros, seus intercessores divinizados, acreditavam que seus pedidos eram levados mais rapidamente a Deus. Na luta dos conquistadores contra os índios selvagens e os negros sem alma,[6] pela preservação da povoação dos territórios, invocavam os santos guerreiros, como Santo Antônio, São Jorge, São Sebastião e São Miguel. Contra as doenças de pele, a tuberculose e a hidrocefalia, entre tantas outras enfermidades da época que acometiam seus familiares, reivindicavam apoio dos Céus por meio de ladainhas e autoflagelações a São Roque, São Brás e São Lázaro; das mulheres, como bom comportamento, exigiam que durante as missas intermináveis ficassem ajoelhadas, orando à Virgem Maria, em suas aparições como Nossa Senhora das Dores, da Conceição, do Parto, característica das famílias patriarcais portuguesas que elegiam a pureza de Maria como modelo de comportamento para suas moçoilas e matronas.

[6] Os negros e índios passaram a ter alma, para a Igreja Católica, a partir de 1741, com a bula papal Immensa Pastorum, selada pelo papa Bento XIV, que declarava que essas raças, apesar de infiéis, eram receptivas à conversão como todas as outras. A aceitação das almas dos negros e índios simboliza a imposição da espiritualidade branca do catolicismo sobre as concepções originais dos escravos e silvícolas, que se apresentavam de fé inabalável, profundamente aferrados a seus mitos e rituais milenares, os quais foram combatidos ferrenhamente com muitos assassinatos que "contribuíam" para os "Céus" na extinção dos "endemoniados" da Terra, que não aceitavam a catequização imposta.

Na verdade, o catolicismo colonial é profundamente mágico e místico. Mesmo o clero proibindo as superstições pagãs, taxadas de heréticas em plena vigência inquisitorial, o discurso doutrinário não pregava a inexistência dos fenômenos ocultos e milagreiros. De maneira velada, os clérigos incentivavam essas práticas mágicas de apelo ao divino para conseguir benesses materiais, desde que a intervenção ao sobrenatural na vida dos crentes fosse propriedade da Igreja e por ela
patrocinada. Assim, bentinhos, figuras, medalhas de santos, depois de benzidos pelos sacerdotes e colocados debaixo de travesseiros e colchões, detinham poderes miraculosos. Quando costurados em pequeno pedaço de pano viravam amuletos poderosos contra as forças maléficas do demônio. Ter em casa um vidro de água benta garantia proteção contra os maus espíritos, bastando espargi- Ia nos cantos, entre cânticos. As fitas cortadas e abençoadas pelos padres nas missas dominicais, se amarradas na cintura do crente, removiam dores, nevralgias e problemas de coluna. Para as almas alcançarem os céus, além da imprescindível extrema-unção, quanto mais velas, novenas e ladainhas fúnebres, maiores seriam os portões de entrada do paraíso.
Todo o fascínio mágico do catolicismo se confundia com a missa dominical: as rezas ritmadas, os sinos e campânulas, o altar com ossos e pedaços de roupas dos santos, a purificação pela fumaça aromática dos incensadores, os anjos e querubins retratados na abóbada celestial nos tetos das capelas, sob os olhos intimidados dos crentes pedintes, tudo isso estabelecia uma fascinação mágica de que as lideranças eclesiais se aproveitam para reprimir fiéis, convertê-los e atraí-los.
Os negros e índios das cidades, proibidos de entrar pela porta principal das igrejas, eram acomodados em pé nas laterais, aos fundos (os melhores lugares eram da nobreza branca), e ficaram totalmente submetidos à religião do conquistador português, sendo convertidos, porém preservando sua religiosidade original, sem perda da fé ancestral. Nos dias atuais, na umbanda, essa relação de troca mágica entre os consulentes pedintes e os espíritos é ainda visível. De fato, a grande aceitação das tradições afro-ameríndias amalgamadas com o espiritismo e os santos católicos penetrou intensamente na alma mística do brasileiro: Existe um infindável número de terreiros umbandistas e centros universalistas em que é possível o estreitamento do contato com os espíritos dos mortos, criando uma relação mágico-religiosa personalizada pelo transe mediúnico. Nela, deságua o carma grupal que envolve as individualidades encarnadas e desencarnadas em busca de redenção espiritual, pois todas estão detidas no orbe terrícola, impedidas momentaneamente de alcançar o passaporte cósmico que as levará a novas paragens espirituais. Como dizem os pretos velhos em suas mensagens simples e de grande sabedoria: "...quando a pedra aperta no sapato, há de se parar um pouco para aliviar a dor no pé, podendo o filho continuar depois a caminhada".
Considerando o mediunismo de forma ampla, o qual não se restringe à umbanda, não vos deixeis enganar, tendo em vista que as preces veladas, as posturas silenciosas e compungidas de muitos espíritas e espiritualistas da "Nova Era" são recheadas de pedidos íntimos e secretos de apelo materialista, além de muito escassos no merecimento, de acordo com as leis de causa e efeito e respeitando o livre-arbítrio do próximo. Na relação individual com o plano espiritual, são inevitáveis os maneirismos e condicionamentos mentais arraigados no inconsciente, como podereis deduzir por vós ao avaliar vosso próprio íntimo.

(Origem: A Missão da Umbanda - Ramatís/Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas, indígenas, negras e brancas - V parte








PERGUNTA: - Umbanda, uma religião brasileira ou afro-brasileira?

RAMATÍS: - Inquestionavelmente a umbanda nasceu em solo pátrio, abrigando influências religiosas indígenas, negras e brancas. Unem-se em suas práticas, tal como está estruturada atualmente, em doutrina mediúnico-espiritualista de terreiro, espíritos de caboclos, pretos velhos e crianças, além de todas as outras formas e "raças" espirituais que as entidades do plano astral utilizam para fazer a caridade, tendo em vista que a umbanda é guindada à universalidade no intercâmbio mediúnico,  preponderantemente com influência africanista, em seu aspecto positivo, benfeitor. É o contrário da rotina fetichista e atávica dos ritos de alguns terreiros eminentemente de cultos africanos e indígenas já distorcidos dos rituais ancestrais das nações e tribos originais de que são procedentes, o que podeis denominar práticas mágicas populares, que não se enquadram nas "normas" do culto umbandista ditadas pelo missionário e luminoso Caboclo das Sete Encruzilhadas, particularmente quanto à gratuidade, dispensa de oferendas votivas com sacrifícios animais e não-utilização de sangue ritualístico. Respeitosamente, e sem excluir nenhuma forma de mediunismo que almeja a caridade com o Cristo, diante da saudável diversidade da umbanda, faz-se necessário, neste momento da formação da consciência coletiva umbandista, distinguirdes as práticas mágicas populares, distorcidas diante das leis de causalidade que regem a harmonia cósmica, do verdadeiro movimento de umbanda, que se espraia na Terra provindo do Espaço com a finalidade de interiorizar nos corações o "espírito" da caridade.
As normas de culto ditadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas servem como balizadores àqueles que estão em dúvida sobre se os terreiros que frequentam são amparados ou não pela Divina Luz.
Está claro que toda sorte de mediunismo tem um valor diante da inexorável evolução dos seres, desde que a cada um seja dado em conformidade com seu merecimento e afinidade, necessidade de retificação e capacidade de assimilação, nada se perdendo do rumo do Pai. Ao público espiritualista que nos é simpático; impõem-nos os compromissos assumidos com os Maiorais do Espaço para ditar elucidações ampliando o discernimento das coletividades encarnadas que nos leem. Assim, esclarecemos que há tipos de rituais confundidos com a umbanda que vão desde a ritual com beberagem de ervas; o tambor de mina, em que se misturam cultos de diversas nações africanas com a pajelança para dar passagem às entidades de cura e para "tirar" feitiço; o catimbó, em que a fumaça da queima de certas folhas oferece êxtase, dando poderes "sobrenaturais" ao pajé e colocando-o em comunicação com os espíritos; o ritual de jurema, em que os "juremeiros" manifestam índios ousados, violentos e ardilosos ostentando enfeites de penas, cocares, tacapes, arcos-e-flechas, dançando em rito exterior que arrebata as populações carentes de assistência social e à saúde, com suas ervas e raízes curativas apresentando proezas fenomênicas entre fogo, brasa e cacos de vidros; bem como os rituais africanistas descaracterizados das matrizes ancestrais das antigas nações. Não vos iludais com as aparências espirituais, em que espíritos com formas astrais símiles aos da verdadeira umbanda nas apresentações e completamente diferentes de sua essência caritativa, alimentam-se energeticamente em ritos "iniciáticos" sanguinolentos, regalados entre danças e acepipes de pedaços de animais sacrificados e farofas, finamente temperados, que enchem as covas estomacais qual enterro famoso em átrio sepulcral, tudo pago para o bem-estar dos médiuns e consulentes. Afirmamos que nada disso é umbanda, enquanto movimento plasmado pelo Cristo Cósmico, que se irradia para a crosta terrícola do Astral superior. Umbanda é uma verdade que independe da vontade e das suscetibilidades feridas de lideranças sacerdotais que conspurcam seu nome sagrado com práticas que não são condizentes com a caridade referendada no Evangelho de Jesus.
Por outro lado, reconhecemos a existência de variados ritos, usos e costumes na umbanda; alguns um tanto fetichistas, outros um pouco distorcidos: aqui um grito exagerado, ali uma apoteose dispensável, acolá um médium envaidecido com o guia "infalível", o consulente desejoso do milagre em seu favor, doa a quem doer. O hábil jardineiro do tempo extrai delicadamente os espinhos para não ferir as mãos. Nem tudo são belas e perfumadas rosas no jardim dos orixás. No atual movimento umbandista, isso é explicável pelo fato de não termos padronização ritualística ou codificação, o que, por sua vez, acaba "enxotando" os dogmas, tornando o movimento dinâmico e sempre evoluindo, como tudo no Cosmo. Oxalá e seus ditames preveem o equilíbrio nessa diversidade.
É oportuno registrar que os costumes africanistas tribais de religiosidade ancestral aportaram no Brasil com acentuadas distorções de suas práticas originais. Já eram atacados pela Inquisição antes de as levas de escravos capturados serem jogadas nos fétidos porões das naus portuguesas.
Via de regra, isso foi intensificado aqui pela continuidade da opressão do clero, que redundou em várias outras adaptações, com raras exceções que conseguiram manter os ritos primários incólumes. Impôs-se uma necessidade de sobrevivência da população negra explorada, "liberta" com a Lei Áurea, que ficou excluída do contexto social e entregue à própria sorte, sem nenhum apoio do Estado monárquico, que se curvava ao controle de um catolicismo arcaico e perseguidor (ambos se beneficiaram da pujança econômica oferecida pelo braço escravo)  Finalmente livres, os negros se viram sem as moedas dos patrões que os alimentavam sem o mínimo para a manutenção de suas vidas. Foram, circunstancialmente, "obrigados" a cobrar pela magia curativa que faziam gratuitamente aos sinhôs e sinhás no recôndito das senzalas de chão batido. Dessa vez, estimulados pelos constantes pedidos dos próprios homens brancos que furtivamente saíam das missas e procuravam as choupanas dos ex-escravos alforriados, os quais subitamente se viram transformados em ilustres magistas de aluguel. Distorceram, portanto, as leis divinas e deu no que deu: o vil mercantilismo religioso que viceja culturalmente em todos os recantos desta nação atual, formando o carma grupal a ser queimado no futuro, assim como foi no passado. Afinal, quando nos vestimos com a roupagem transitória de Pai Benedito, perfilado na linha de frente da umbanda, não fazemos a magia branca de raiz, ancestral e originária do Congo, da Angola, da Etiópia, do Egito ou dos velhos templos da Luz de nossa remota e saudosa Atlântida?
A magia que praticamos do "lado de cá", apátrida, referendada por leis cósmicas universais e imutáveis, não é atingida pelas ilusões dos homens, que infelizmente se perpetuam, pelos equívocos que passam de geração a geração, ao longo das encarnações sucessivas nessa pátria verde e amarela.


 (Origem livro: A Missão da Umbanda - Ramtís/Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas - lV parte









PERGUNTA: - Quais as diferenças entre umbanda e espiritismo?

RAMATÍS: - As peculiaridades que distinguem as práticas espíritas das umbandistas foram aprofundadas em outra obra. É importante relembrar que a umbanda é um movimento espiritualista visivelmente diferente do espiritismo, mas com muita sincronia em vários aspectos, tendo em vista que ambos são regidos pelas leis universais que regulam o intercâmbio entre os planos de vida. A umbanda fundamenta-se na magia e nas forças da natureza manifestadas nos planos das formas (mental e astral), representadas pelos orixás. Ela não concorre com os centros espíritas, que não permitem símbolos mágicos, cânticos, defumações, ervas, essências aromáticas, fogo, pólvora, velas. O espiritismo preconiza libertar os homens das formas transitórias e não aceita a magia em seus postulados doutrinários. Infelizmente, muitos homens ditos espíritas se consideram melhores, superiores e salvos em relação aos umbandistas, condenando equivocadamente a umbanda em suas atividades de intercâmbio com o Espaço. Lamentavelmente, muitos dirigentes zelosos da pureza doutrinária, às escondidas, como criança que rouba doce da geladeira, encaminham consulentes, alvos de magia negra, aos terreiros, abafando esses casos dos estudos doutrinários, mesmo que ocorram diuturnamente em seus centros.

PERGUNTA: - Essa ênfase na umbanda não contraria vosso compromisso de trazer os conhecimentos do Oriente para o Ocidente de forma palatável ao racionalismo ocidental, pouco afeito a símbolos e ao esoterismo?

RAMATÍS: - A umbanda é dinâmica e se adapta aos prosélitos em seus anseios espirituais, desapegada de dogmas intocáveis e engessamentos doutrinários. Como se encerra seu primeiro centenário, período cíclico de sua afirmação, para angariar o máximo de fiéis no menor tempo possível, suas lideranças terrenas não se preocuparam em buscar uma unidade doutrinária mínima. Ela vicejou num meio caracterizado pela variedade de ritos, cultos e símbolos que tendem à "umbandização", acrescidos do sincretismo, como "aval" para a inclusão urbana e social num habitat cultural predominantemente católico. Obviamente haverá continuação desse movimento de forma mais digna, ficando a doutrina de umbanda "depurada", sem traumas ou imposições das lideranças, fato essencial para sua estabilidade; doravante, isso ensejará constante estudo, no sentido de conduzi-Ia, no plano físico, a um conquistado e merecido conceito de religião estruturada, a serviço da coletividade .encarnada e desencarnada da pátria verde e amarela.
A umbanda é produto da evolução espiritual, como tudo no Cosmo. Estando suas origens contidas nas filosofias orientais, com fragmentos mais ou menos acentuados, dependendo de sua origem étnica e geográfica, quanto mais pesquisardes os cultos que deram origem às religiões, do mundo antigo e primitivo ao civilizado e cosmopolita, mais facilmente podereis constatar a procedência e veracidade dos fundamentos umbandistas, desde os idos da antiga raça vermelha, na Atlântida. Verificai a Sabedoria Divina nessa reunião das práticas e crenças dos índios, negros e brancos do Brasil, que vibra em harmonia com nossos compromissos assumidos no Espaço, neste momento consciencial da coletividade terrena, consoante a nova raça que se formará na crosta, fraterna e universalista, num amálgama entre as culturas e filosofias do Oriente e do Ocidente.


PERGUNTA: - Vossa maneira direta e sem rodeios de abordar assuntos polêmicos que outros autores espirituais se eximem de elucidar, num universo caracterizado pela diversidade de ritos, não ocasionará interpretações melindrosas e posturas de parcialidade doutrinária de alguns confrades, lideres da umbanda?

RAMATÍS: - A profícua cultura dos umbandistas, de imparcialidade e de não estabelecer julgamentos belicosos diante da diversidade, não deve vos levar à passividade letárgica que se isenta de apontar desvios estruturais na umbanda praticada na Terra, tampouco fortalecer o temor de ressentimentos e melindres de irmãos de seara. O conhecimento das leis universais estimula aqueles que o detêm. Seres do "lado de cá" indicam fraternalmente o respeito às diferenças, mas sem abrir mão de diretrizes e princípios básicos que norteiam a umbanda: o amor e a caridade crística. Dessa forma, os Maiorais da Grande Fraternidade Universal estão engajados nesses esclarecimentos e nos autorizam a continuar laborando em prol da ampliação do discernimento dos terrícolas. O momento está de acordo com o merecimento coletivo da comunidade encarnada, principalmente quanto à elucidação dos aspectos sociológicos e cósmicos da umbanda. É necessário ampliarmos o entendimento do mediunismo, que não se limita ao espaço da porta de acesso para dentro dos terreiros, mostrando as distorções ritualísticas que aconteceram no processo de inclusão social, nas comunidades da religião nascente, além dos aspectos esotéricos no plano espiritual, em que a umbanda é movimento doutrinário arquitetado do plano astral para a Terra.
É claro que nosso labor mantém os fundamentos verdadeiros já existentes, trazidos pelos diversos canais sérios e fidedignos da espiritualidade, tendo em vista que o novo não destrói o que já está estabelecido, apenas o amplia. Assim, almejamos sacudir a paralisia enraizada em algumas lideranças religiosas da umbanda, desarrumando as mentes acomodadas e parciais, em conformidade com a harmonia cósmica de um universo dinâmico onde tudo se transforma ininterruptamente, de acordo com as leis universais imutáveis.


(Origem livro: A Missão da Umbanda - Ramtís/Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas - lll parte








PERGUNTA: Alguns "umbandistas" acusam-vos de serdes demasiadamente eletivo, complicando o que é simples, "misturando" conceitos de apometria, teosofia, hinduismo, maçonaria e rosacrucianismo, em vossos recentes ensinamentos sobre a umbanda. Quais vossas considerações sobre isso?

RAMATÍS: - Se residis num apartamento em que cada uma das janelas é feita de um material específico e pintada com uma cor distinta, vosso endereço deixará de ser o mesmo dos demais moradores do prédio? Obviamente as opiniões estandardizadas de alguns prosélitos, quando contrariados em seu ideal de umbanda, podem confundir o que é eletivo com o ser elitista.
Sem dúvida, muitos irmãos encarnados que se dizem umbandistas se mostram refratários à diversidade, querendo impor verdades em meio a diferenças, apontando para todos os lados o que é ou não umbanda, indicando qual espírito pertence e qual não pertence a suas hostes, transferindo para o "lado de cá" essa guerra de vaidades veladas. Nossos singelos conhecimentos, transmitidos pela mediunidade intuitiva do atual sensitivo, não ousam impor verdades absolutas, tampouco totalizar a umbanda num elitismo sacerdotal, abstraindo da simplicidade seus usos e costumes, como almejam muitos "magos" e sacerdotes.
O simples conhecimento não significa sabedoria; a sabedoria está na forma como ele é aplicado. Está claro que a busca do saber se efetiva por meio do estudo continuado das verdades cósmicas universais, que independem das doutrinas da Terra, o que vos levará a um comportamento de eleição diante da enorme diversidade de conhecimentos espiritualistas registrados na História e contidos na umbanda.
O "estar" teosofista, maçom, hinduísta, budista, rosacruciano, espírita, umbandista é mero rótulo que fragmenta as leis cósmicas na Terra e separa o homem de sua essência, que é "ser" espírito, iludindo-o com a aparência transitória da personalidade terrena, algemada ao molde da carne. Vibrando na essência permanente da umbanda, do Alto para a Terra, unem-se espíritos de pretos velhos, caboclos, crianças, exus, hindus, árabes, etíopes, chineses, europeus, negros, vermelhos, amarelos e brancos, que se manifestam aos vossos olhos por todas as raças que já pisaram em solo terreno. O que é "permanente" e se fará infinito, como unidade essencial nas diversas formas de exteriorização da umbanda, é o amor e a caridade em nome do Cristo.


PERGUNTA: - Para maiores esclarecimentos, para vos comunicardes é necessária a mecânica de incorporação? Além disso, é habitual usardes emissários para transmitir vossas mensagens?

RAMATÍS: - Não há necessidade de "incorporação" para ditarmos as mensagens. O acoplamento do corpo astral da entidade comunicante com os chacras do sensitivo, levemente desdobrado, é efetivado durante as consultas na sessão de caridade, ocasião em que necessitamos de enormes quantidades de ectoplasma. Mesmo assim, essa mecânica é feita em conjunto com a irradiação intuitiva, sendo praticamente impossível uma incorporação longa nesses moldes, sob pena de afetar a contextura vibratória dos chacras em seus giros e em suas frequências originais (os espíritos dos caboclos e pais velhos têm vórtices vibratórios mais potentes que o dos médiuns, mesmo impondo enorme rebaixamento para serem sentidos).
Para a escrita, utilizamos o corpo mental e o processo da irradiação intuitiva, em que, por meio do pensamento, envolvemos a mente do sensitivo, e, a partir de então, em estado de inspiração que denota consciência alterada, ele deixa os pensamentos fluírem. Ao mesmo tempo, ele escreve rapidamente, digitando as ideias no teclado do computador, deixando-as fluir com agilidade muito superior àquela que pode ser atingida em estado normal de vigília.
Embora não tenhamos mais um corpo astral, [3] atuamos seguidamente e com desenvoltura no plano astral, por meio dos chamados corpos de ilusão (nos aglutinamos, por nossa força mental, às moléculas astralinas, a fim de formar novos veículos de manifestação, como hindu, caboclo atlante, preto velho ou outra configuração que se fizer necessária, para atuar perante os sensitivos).
Quanto ao atual instrumento de que nos servimos, isso não se faz mais necessário, uma vez que ele percebe nitidamente nossa vibração e nosso magnetismo peculiares, independentemente de quaisquer formas ilusórias. Essa facilidade de recepção se moldou por muitos séculos, entre várias encarnações, com o exercício mediúnico continuado na umbanda, na vida atual, indispensável à sua percepção, para ditar diretamente nosso pensamento. Não é de nossa índole espiritual utilizar emissários, para nossa comunicação com os que estão na Terra. Lamentavelmente, vemos muitos escritos circulando nos meios espiritualistas que são improcedentes.

Para compreender melhor, consultar a obra A Segunda Morte, R. A. Ranieri,
publicada pela Editora da Fraternidade.


(Texto retirado do livro: A Missão da Umbanda - Ramatís/Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas - ll parte



(Retirado do livro: A Missão da Umbanda)



PERGUNTA: - Sedes um espírito "famoso" no meio universalista, pelo conjunto de livros psicografados com a inigualável sensibilidade de vosso primeiro médium. Para alguns, o fato de vos servirdes de mais de um sensitivo "desacredita" os novos títulos. Neste momento, em que trazeis importantes conhecimentos sobre a umbanda, alguns espíritas duvidam da veracidade de vossas comunicações por intermédio do atual médium e proíbem vossos livros. Outros, umbandistas, dizem que sedes um "espírito espírita" e que vossos ensinamentos não são de uma entidade "de umbanda". Por que vossos escritos sempre causam tantas polêmicas?
RAMATÍS: - É nosso compromisso com os Maiorais do Espaço, neste início de terceiro milênio, abordar a umbanda em concordância com o atual estado de consciência coletiva, confrontando-a com as práticas mágicas populares, contribuindo humildemente para que a convergência no meio umbandista aconteça sem absorver fundamentos distorcidos e inaceitáveis diante do ideal de caridade. Não nos preocupamos em agradar a todos, nem pretendemos ser unanimidade. Jesus, o Maior dos Maiorais, que nos autoriza a labutar na mediunidade caritativa neste orbe, se pensasse de forma contrária não teria deixado Seu Evangelho libertador. Importa registrar que "nossa" obra não ficou concluída anteriormente por não ser o momento cósmico para esta abordagem da umbanda, como o é agora. Para tal desiderato, tivemos de preparar o atual sensitivo, desde muito antes desta encarnação. É lógico que todo esse esforço proveio do fato de o corpo físico do médium anterior ter se decomposto diante do inexorável ranscorrer dos anos, uma vez que, se estivesse"vivo" no escafandro grosseiro, seria o aparelho ideal, pela grande afinidade que nos une; a memória dessa união se perde entre as incontáveis
estrelas do Cosmo infinito.

Para maiores informações quanto à preparação dos médiuns afins com Ramatís, seja
quando encarnados, seja no plano astral, é recomendado o livro Haiawatha, o Mestre da Raça
Vermelha, de Mariléa de Castro e Roger Feraudy, publicado pela EDITORA DO CONHECIMENTO.

Em verdade, a "personificação" do espírito num sensitivo psicógrafo é um mecanismo psicológico de transferência em que o leitor projeta no aparelho mediúnico que recebe as mensagens referências "palpáveis" da espiritualidade benfeitora.
Dado o apego dos homens aos conceitos acomodados na casa mental e uma recorrente indisposição por tudo aquilo que contraria a cartilha doutrinária das religiões definitivas, além das disposições internas caracterizadas pela preguiça de rever opiniões cristalizadas, irretocáveis, há uma ininterrupta vigilância sobre os médiuns quando se trata de nomes "famosos" de espíritos.
Como não conseguem indicar defeitos no conteúdo das comunicações, exaltam as diferenças de estilo, como se o médium intuitivo fosse um robô autômato. Eles preterem a essência pela forma que a transporta.
A dificuldade maior não está no fato de os espíritos encontrarem médiuns que consigam sintonizar com eles e que tenham afinidade com suas idéias. Isso acontece anonimamente, todos os dias, nos inúmeros centros espíritas e terreiros de umbanda. As montanhas a serem transpostas, cheias de pedras no percurso, são os ciúmes velados e as vaidades feridas dos "líderes", doutrinadores famosos, chefes de terreiro e fundadores de centros, que se consideram antigos proprietários dos saberes e dos espíritos, quando não impõem ao "lado de cá" os conteúdos que devem ser ditados. Esses irmãos se esquecem de que na mediunidade o telefone toca "de cima para baixo". Nenhum médium é dono. de espírito, nem os espíritos devem ser proprietários dos médiuns. Todos são livres, e cada orientador espiritual utiliza um, dois ou centenas de sensitivos diferentes; quanto maior sua influência, tanto mais dilatada é sua capacidade mental.
Não por acaso, entidades luminares do Espaço, sabendo da dificuldade de a comunidade terrena aceitar novos sensitivos e já tendo concluído seus compromissos cármicos de transmissão de conhecimentos doutrinários através de médiuns que desencarnaram, preferem o anonimato, pois são menos afeitos a temas polêmicos.
Reportando-nos à sabedoria da Divina Luz, afirmamos que nas hostes umbandistas do Astral superior espíritos "famosos”, da envergadura de Joana de Ângelis, Bezerra de Menezes, Sócrates, Pitágoras, Platão, Saint Germain, Zoroastro, entre tantos outros da Grande Fraternidade Universal, enfeixam-se humildemente "atrás" de mais uma forma ilusória que os iguala, com nomes simbólicos de pretos velhos ou caboclos. Despersonalizam, assim, as referências mundanas dos inseguros humanos, que apegados ao ego inferior, personificam os espíritos em encarnações passadas, como freira, médico, ou filósofo de renome, como se eles estivessem aprisionadas a um único médium, tal qual um casamento indissolúvel. Naturalmente, "nossas" obras, pelo universalismo e convergência entre todas as doutrinas terrícolas, libertam os cidadãos comuns dos conceitos cósmicos, de acordo com sua índole psicológica avessa a dogmas, fazendo-os encontrarem-se com o livre pensador adormecido dentro de si. Obviamente, o universalismo convergente que preconizamos entre todas as doutrinas da Terra, entendendo que as diferenças unem, e não separam, tanto encanta mentes que nos são simpáticas quanto desagrada consciências sectárias.
Assim, qual incansável pescador num rio caudaloso que tira pacientemente os entulhos do anzol, a essência de "nossos" singelos escritos continuará causando polêmica e contrariando os tubarões, "donos da verdade", a fim de retirar o pó das mentes acomodadas e fisgar os pequenos peixes nos mares revoltos, as almas simples levadas pelas correntezas paralisantes das religiões e as doutrinas terrenas que rotulam a forma, excluindo o pensamento e a essência do amor universal.


(Do livro: A Missão da Umbanda - Ramatís/ Norberto Peixoto - Editora do Conhecimento)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas









"As normas de culto ditadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas servem como balizadores àqueles que estão em dúvida sobre se os terreiros que freqüentam são amparados ou não pela Divina Luz."

PERGUNTA: - Em vossas recentes mensagens e em vossos livros, verificamos a preponderância da umbanda como tema central Isso é um compromisso elucidativo vosso, anterior ao atual médium, ou influência dele, notadamente umbandista?

RAMATÍS: - Anteriormente, abordávamos a umbanda como "espiritualismo de terreiro".[1] No atual momento da coletividade terrícola, impõem-nos os compromissos assumidos com nossos Maiorais de que devemos elucidar a umbanda em sua significação cósmica superior, distinguindo-a das práticas mágicas populares que vicejam em vossa pátria, como contribuição ativa para a formação da consciência coletiva umbandista quando se aproxima seu centenário.

[1] Na obra A Missão do Espiritismo, de Hercílio Maes, publicada pela EDITORA DO
CONHECIMENTO. Mais especificamente no capítulo "Espiritismo e umbanda".

Desde os primórdios do planeta, quando se materializou o conhecimento uno trazido de outras latitudes siderais, acompanhamos a evolução dos homens. Agora é chegado o tempo de a Alta Confraria Cósmica que rege a umbanda elucidar sua elevada significação aos homens, extrapolando a condição de sistema doutrinário mediúnico. Nesse sentido, falta-nos trazer conhecimentos esotéricos da Luz Divina em prol desse projeto maior, esquematizado no Espaço, que traça os desígnios do movimento umbandista em solo terreno.
Quanto ao fato de o sensitivo que ora nos recepciona ser notadamente umbandista, isso se faz necessário. Ele há de nos sentir nos refolhos de seu ser, manter-se equilibrado, vivenciar e praticar a caridade nos terreiros, tendo no Astral a cobertura das falanges de umbanda, para que consiga recepcionar nossos pensamentos e traduzir o que temos a transmitir. Nada adianta ao oleiro ter o melhor terreno que fornece a mais valiosa argila se não sabe moldar o barro em peça útil de louça. Isso só se consegue com treino árduo no comando da olaria.
É inevitável a influência do instrumento mediúnico consciente, o que diminui nosso esforço, além da preparação que todo médium recebe antes de reencarnar e nas vidas anteriores.
Obviamente as excrescências anímicas que vêm à tona devem levar o atual instrumento a um exercício continuado de vigilância e humildade, a compartilhar e dividir tudo isso com o grupo que o apoia, sob pena de rapidamente se instalarem a vaidade e o impedimento vibratório por recepcionar nossas ideias.


(Origem: A Missão da Umbanda - Ramatís/ Norberto Peixoto- Editora do Conhecimento)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Educandário da Alma




(Texto retirado do livro Chama Crística)


"Estais na carne para vos educar. A manifestação do princípio espiritual na matéria densa é abençoado educandário da alma. Se soubésseis a importância e a relevância da encarnação, começaríeis imediatamente um processo de reflexão. No entanto, ocorre ao homem esquecer-se de sua real situação. É espírito, estando momentaneamente preso ao casulo carnal, num interregno reencarnatório e, no mais das vezes, a eximir-se de suas responsabilidades e dos comprometimentos, promessas feitas e assumidas no Astral. No fulcro dessa ausência, encontra-se o medo da morte, rito de passagem tantas vezes atravessado pelo espírito imortal. Gerou-se no seu psiquismo mais profundo, nos porões mais escuros e empoeirados do inconsciente, a falta de coragem e de ânimo para dedicar-se às questões espirituais, transcendentes e ocultas.
A dificuldade natural de contemplar-se o que não está restrito aos sentidos fisiológicos, exigindo-se a aquisição de percepção extrafísica, por si só não serve de justificativa. Embora já tenha atravessado milênios de práticas religiosas, a humanidade ainda está engatinhando na busca de si mesma, da recaptura da chama crística perdida e quase apagada, do porquê do existir, de onde se veio e para onde se vai. O homem-espírito, desconhecedor da condição da vida eterna, apega-se à satisfação das exigências mais fugazes do seu calceta, que é o equipo carnal, numa corrida desenfreada pelo prazer transitório e pela felicidade ilusória. Entende que a vida é finita, que deve-se aproveitar o aqui e o agora, transformando-se em homem fisiológico: alimentação excessiva, desregramento sexual, embriaguês ao término do expediente laboral, preguiça e sono letárgico nos fins de semana e, advento da modernidade, excessiva exposição à televisão alienadora e hipnotizante. Fica anestesiado e esquecido de maiores burilamentos e de buscar conhecer-se. Torna-se insaciável, enfadado e escravo dos estímulos exteriores. Como as respostas estão dentro de cada um, não consegue descobrir-se. No entanto, bastaria analisar suas disposições, preferências e comportamentos.
Alie-se a isso a exacerbação do ego, inerente ao ser humano, desde as tribos mais antigas, perpetuando-se como predisposição psíquica quando do relacionamento com o meio da matéria e do mundo imaterial, que pulula em torno de vós como verdadeiro enxame de moscas, e teremos o cenário, numa visão dantesca, horrível comédia acessível àqueles que já conseguiram libertar-se do ciclo obrigatório da carne.
Dentro da Lei de Causa e Efeito, quando o homem teve o mais tênue sinal de consciência, da sua condição de pensar e raciocinar, tornou-se responsável pelos seus próprios atos e conseqüências. As causas de suas mazelas começaram a implantar-se e a gerar os efeitos correlatos, encontrando-se até os dias atuais enredado no seu próprio carma, na correspondência justa para a harmonização de cada célula pensante, que é um microcosmo. O reequilíbrio de cada unidade é fator predisponente ao equilíbrio do Todo, do macrocosmo. Aqui no Astral, tendes noção dos verdadeiros efeitos dos desatinos e dos erros cometidos, invisíveis quando do fato gerador. Agimos por compromisso com a evolução, espécie de ação de profilaxia, sobre vós, ainda quando vos encontrais imersos na carne, inspirando-vos, intuindo-vos e curando-vos de males e de doenças, se tendes merecimento, e para o despertar da fé. Assim procedemos, pois somente através da vitória sobre a matéria, da ruptura dos grilhões que vos prendem ao ciclo das encarnações, da superação dos sentimentos egocêntricos que ainda vos vibram no íntimo, conseguireis ter uma vida correspondente no Astral, mais fraterna, feliz e solidária. Relembrando-vos: tal desiderato é efeito primeiro de vossos atos e ações na carne, e só pode agravar-se ou atenuar-se por vossos atos e ações, quando fora da carne, nunca extinguir-se.
A disciplina e a educação do pensamento, esse corcel alado, selvagem e anárquico, se impõe, urge! A mediunidade é oportunidade inadiável, é um chamamento ao aperfeiçoamento anímico consciencial. Enquanto presos no invólucro carnal, tendes chance celestial de ressarcimento e estabilização das forças contrárias reguladoras da balança cármica, intensificadas em decorrência das dificuldades inerentes à vida material. Observai o dever de atuação na caridade, direcionando essa potencialidade para o bem de todos ao vosso redor, e educai os sentimentos, expurgando a nódoa do egoísmo a marcar-vos o perispírito, incompatível com o homem contemporâneo, com o carma coletivo e com a idade sideral do orbe terráqueo.
Não se pode mais esperar. Os tempos são chegados! A Nova Era, que se avizinha, requer maior altruísmo. Realçamos o egoísmo, pois antecede a todos os outros sentimentos negativos; dele derivam: o orgulho, a vaidade, a luxúria, a inveja, a cobiça, a covardia, entre tantos outros, que poderíamos enumerar, mas nos tornaríamos assaz maçantes. Nos atendimentos aos desencarnados, constata-se que em muito poderia ter sido minimizada a gravidade dos casos, se esses irmãos, quando mergulhados no oceano grosseiro da matéria, tivessem se preocupado com a vida do lado de cá. Nesses casos, faz-se de fundamental influência a disciplina e a educação das mentes dos médiuns, que serão as molas propulsoras da reeducação daqueles espíritos mais recalcitrantes e empedernidos. É o preparo inicial para a nova encarnação. Há os drogados, que pintavam, compunham músicas ou escreviam poesias nas viagens alucinógenas, e que aqui estão num quadro interminável de compulsividade. Há os assassinados em conjunto nos triângulos amorosos possessivos, que procuram intermitentemente rever suas amadas ou vingar-se, dementados e fixos que estão no quadro mental que se formou na hora do desencarne. Existe o vigário que não entende porque não vê os anjos e os santos a lhe devotarem festividades na sua entrada ao céu paradisíaco; que se exalta com todos e quer voltar às facilidades e mimos dos seus paroquianos fiéis. Todos, impreterivelmente, a par da misericórdia do Altíssimo e, como numa reaprendizagem corretiva, levados ao esclarecimento e à conscientização, se farão acompanhantes dos medianeiros, trabalhadores do cristianismo puro. Com a convivência e exposição aos fluidos mais densos, através da disciplina e imposição da vontade do médium sobre as suas, educar-se-ão novamente, podendo continuar suas caminhadas evolutivas no local do Astral que esteja em sintonia com suas afinidades e densidades perispirituais. Os drogados só poderão pintar, compor ou declamar poemas, quando a instrumentação mediúnica der passividade, em local e horário adrede programados. O assassinado vingativo, em busca da amada, escutará do doutrinador as explicações cabíveis de acordo com seu nível de discernimento. O vigário verá que não existe céu como concebe e, através da observação do assédio diário dos seus análogos que pulsa ao redor do médium, compreenderá a verdadeira vida espiritual e retirará o véu que lhe cobre os olhos. Todos esses recursos aplicados fazem parte da psicoterapia divina, de que o Evangelho do Cristo é a viga mestra. Médiuns, identificai costumeiramente, quem vos está acompanhando, e tende muito amor por esses irmãos doentes. Somente através dos fluidos animalizados, do empréstimo de um corpo, da demonstração e da retidão de vossas condutas, é que esses sofredores se convencem e se decidem a mudar, a melhorar e a continuar a galgar os degraus da escada de Jacó, rumo a Deus, ao Cristo, à verdadeira vida.
Jesus, concisa e precisamente, definiu as grandes dificuldades que a civilização humana teria para vencer, e superar o egoísmo, quando instituiu a necessidade de amar ao próximo igual ao amar a si mesmo. Psicoterapeuta divino, sabia ser esta a máxima possibilidade de expressão de amor do terrícola. O mestre amava a Deus acima de todas as coisas e aos homens mais do que a si mesmo. Exemplificou na renúncia total, em prol da humanidade, pelo calvário a que se expôs, culminando com sua crucificação."

Muita paz e muita luz!

Ramatís

(Retirado do livro: Chama Crística)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Eu Crístico



(Texto abaixo retirado do livro: Chama Crística)


O Amor Universal Crístico, oriundo de Deus, está introduzido em vosso orbe pelos ensinamentos deixados por Jesus de Nazaré. É a denominação sideral do amor livre de quaisquer amarras, religiões, raças, aspectos doutrinários ou filosóficos, independendo de interesses particularistas ou de grupos. O crístico ama a todos, é solidário e fraterno, receptivo aos diversos caminhos que o levam ao Alto, ao encontro com a Divindade, que é o Pai.
O Cristo-Jesus em nenhum momento foi separatista, fundou igreja ou instituiu sacerdócio. Jesus nunca pertenceu a qualquer sacerdócio oficializado, o que até hoje desagrada os religiosos. ele ensinou as verdades divinas que transformaram o mundo, estando fora de qualquer clero, independente, universalista, tendo angariado os continua dores de seu sublime ministério nos homens do povo. Para o divino mestre, o verdadeiro sacerdócio dependia da bondade dos sentimentos e das obras concretamente realizadas.
Jesus esclarecia com suas palavras e seus atos as antigas crenças, de maneira simples, sem ritualismos ou exagerada simbologia, verdadeiras presilhas exteriores do sentimento de religiosidade dos cidadãos. Em vossos dias, está a mensagem do divino mestre embolorada ainda, infelizmente, pelo excessivo dogmatismo, espécie de ritualismo sem instrumentos exteriores, que distorce a espontaneidade do amor. Até o presente momento, permanece no seio do catolicismo o patrulhamento baseado em tudo que o Papa disse, e no meio espírita mais ortodoxo, o cerceamento de tudo aquilo que Kardec não disse. São reminiscências no inconsciente, fruto de alguns séculos de dogmas.
Jesus nada exigiu para alcançar a perfeição. O sacrifício pedido era aquele que despedaçava o orgulho, as vaidades e as paixões. É espírito, sentimento e coração: nada de sacrifícios, nada de oferendas, nada de demonstrações externas. Seu código religioso é a bondade e a moral, que devem ser exercitadas. Não é a adoração exterior, a homenagem, a força dos mistérios ocultos que elevam o ser, e sim o culto íntimo de cada um validado pelas obras realizadas. Ele respeitava todas as formas de cerimônias, porém, terapeuta sidéreo, médico das almas, não receitava nenhuma como essencial para a perfeição e o merecimento do espírito.
Como mencionamos alhures, os terrícolas ainda não conseguem se despojar das formas, das exterioridades, dos instrumentos da fé. O Evangelho não as condena, e é possível fazê-las sem contrariar os ensinamentos do Cristo. Devem ser realizadas como meio de culto ao verdadeiramente espiritual, estimulando a introspecção e a veneração interior da Divindade, e não como premissa de obrigação essencial para a salvação das almas ou como prerrogativa de qualquer instituição religiosa.
Jesus sempre valorizou as obras, as realizações. Isso tanto é verdade, que ele nunca esteve adstrito aos templos, sendo toda a sua realização, enquanto esteve na crosta terrestre, no campo, no meio do povo, ao relento e sujeito às intempéries da natureza. O seu templo era o Cosmo, o Universo; a abóbada celeste o seu sustentáculo; sua cátedra as elevações montanhosas, e o seu altar era o seu amor por todos que o cercavam.
O que é ser crístico? O crístico ama desinteressadamente, eleva-se pelo sacrifício próprio, caminha com igualdade e fraternidade entre os seus semelhantes; a sua oferenda é o culto interno de veneração à Divindade; prepondera em seu coração o sentimento de humildade; sabe da sua falibilidade como criatura imersa no escafandro grosseiro da carne; é comprometido com a verdade e tem Deus interiorizado por mérito de suas obras, por conquista individual.
O Cristo-Jesus, quando chamava os justos à sua direita, falava: "Porque destes de comer ao faminto, e de beber ao sedento, e ao peregrino hospedastes, e vestistes o desnudo, e visitastes o enfermo e o encarcerado, vinde, abençoados de meu Pai".

Muita paz e muita luz!
Ramatís.
(Texto retirado do livro: Chama Crística)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Instrumentos da Fé












"Nas escolas filosóficas da Antigüidade, especialmente na Grécia, os mestres utilizavam-se de acentuado simbolismo nos ensinamentos aplicados aos discípulos mais instruídos das confrarias iniciáticas. Esse método de ensino muito lhes exigia e fazia-se necessário, pois era também uma forma de dificultar e restringir o acesso ao conhecimento, servindo de modo seletivo ao ingresso dos interessados, sendo que apenas os mais capazes, intelectualmente, conseguiam integrar esses
círculos restritos.
No estudo da psique humana, eram bastante utilizados, como símbolos, os quatro elementos da natureza: a terra, o ar, o fogo e a água, que eram tomados por base e colocados em contraposição dualista, como forma de entendimento da alma e como introdução ao conhecimento ocultista das formas energéticas da natureza, ou elementais. A terra simbolizava o homem racional, previsível e "pé no chão", em comparação com o ar, o homem filosófico, contemplativo e algo melancólico. O fogo, significando as paixões, os desejos ardentes e a exigência de satisfação imediata, em oposição à água, a serenidade, o domínio de si e a sensibilidade do feminino. Esta é apenas uma pálida idéia dos ensinamentos esotéricos, que, na verdade, eram muito mais profundos e demandavam tempo para sua assimilação. Mostrava-se a coexistência de dois princípios irredutíveis e de posições opostas, em qualquer ordem de idéias. O exemplo exposto, refere-se à alma e ao corpo, ao bem e ao mal, à matéria e ao espírito. Como modelo comparativo, a terra e o fogo estariam mais para os ocidentais e o ar e a água mais para os orientais. Nenhum é melhor que o outro e todos são iguais perante o Pai. Da amálgama desses elementos opostos, surgirá o homem do Terceiro Milênio, mais espiritualizado, muito mais mental.
O aprendizado, a assimilação dos conhecimentos, sem objetos comparativos exteriores, é processo mental que demora a acontecer na evolução do homem. As antigas fraternidades niciáticas utilizavam-se muito do simbolismo associado a elementos externos para a fixação mental, como foi demonstrado. Poderia o homem atual tornar-se, de repente, puramente mental e prescindir dessas associações? Não! O maior mentalismo que se avizinha, comotodas as ocorrências na natureza e no Cosmo, não acontecerá de maneira abrupta e será gradativo e quase que imperceptível.
A comunidade terrícola ainda está muito longe de prescindir dos instrumentos palpáveis que impulsionam à fé. A grande maioria das populações, no estágio evolutivo em que se encontra, ainda precisa dessas escoras para conseguir se religar ao Criador. Não têm consciência da onipresença de Deus e as mentes não estão treinadas para despertar, solitariamente, as potencialidades divinas que lhes são imanentes. São milênios de amarras coercitivas e punitivas, diante da "posse" religiosa pelas instituições, aliadas ao poder temporal dos governantes, julgando e concedendo pelo evo dos tempos o direito aos crentes e imaculados do privilégio de ingresso ao céu paradisíaco e de hosanas eternas, ou a arbitrariedade de envio das pobres almas pecadoras e censuradas às perpétuas labaredas infernais.
A religião é um meio de religar-se ao Todo, ao Criador. Não é um fim em si mesma, com propósitos e interesses exclusivistas, de classes, portanto, a instituição religiosa não deveria sobrepor-se à religiosidade. Dentro das leis de causalidade que regem a harmonia cósmica, fixaram-se no inconsciente dos terrícolas atavismos contrários ao que se espera em relação à fé, atribuindo-se a instrumentos exteriores a força de religação com Deus, que, originariamente, provém do interior de cada um.
À época presente, o que seriam as seitas protestantes sem a Bíblia e suas interpretações mais ardentes e lamuriosas; a Umbanda sem as oferendas, os despachos à beira da natureza, os pontos e as pembas; o catolicismo sem seus paramentos, suas insígnias e o ato confessional de joelhos diante da impessoalidade do sacerdote; os rosa-cruzes e maçons sem os templos e seus graus simbólicos e filosóficos; os místicos sem os mantras e o retiro meditativo; a benzedeira sem a velinha acesa? Se ainda vos exaltais ao não encontrar os objetos e os vestuários nos lugares normais em vossas residências, como quereis abrir mão desses instrumentos da fé? Há, no meio espírita, certos irmãos mais radicais e ortodoxos, sentindo-se superiores e com ojeriza por esses instrumentos de fé, alegando que tudo depende da mente e do pensamento, e que nós, do lado de cá, nos comunicamos somente pelo pensamento. Como não iríamos considerar
esses irmãos um passo atrás na longa caminhada evolutiva? Quem sabe esses irmãos não conseguem ser vistos dos planos vibratórios mais elevados e sutis, em que os pensamentos se apresentam destituídos da forma como compreendeis?
Uma das prerrogativas para a ascese do espírito imortal é o amor ao próximo. Os irmãos que estão um degrau à frente na escada ascensional da evolução espiritual não se encontram distanciados ou impedidos de estender a mão para aqueles que estão atrás, ou que baseiam sua fé em instrumentos exteriores. Por sua vez, a exteriorização da fé, necessidade e direito dos cidadãos, não determina a ascensão, e sim os sentimentos e as obras realizadas. A fraternidade e a solidariedade estão presentes em todas as paragens do Cosmo.
O Criador é onipresente, e a Lei do Amor Universal é única em todos os planos evolutivos. Da ameba ao anjo, da bactéria ao arcanjo, o amor do Altíssimo desce como fonte no meio do deserto de vossas veleidades. Há ainda alguns partidários ferrenhos do término do passe. Que seria das casas espíritas sem o passe, formulário da fé, ato alegórico do contato com a Espiritualidade?
Ficariam vazias! A humanidade não está preparada para o passe mental. Respeitai o agente da fé de cada um; observai os sentimentos e vereis que os amorosos palpitam nos simples, pobres de espírito, e independem da crença e da fé que praticam. Jesus, o espírito mais evoluído e de maior mentalismo que já pisou em vosso orbe, nunca deixou de impor as mãos, mesmo podendo agir somente com o seu pensamento crístico. Acatemos o tempo necessário à evolução de cada um, até quando chegar o momento do despertar interno sem exigência de exteriorizações."

Muita paz e muita luz!

Ramatís

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Magia do Magnetismo Curador




 (Texto retirado do livro: Chama Crística)




"Logo depois de surgirem as primeiras manifestações do pensamento, durante o processo evolutivo do homem primitivo, ele viu-se igual aos semelhantes que o cercavam, mas sentiu-se único e diferente. Em certo estágio, passou a comunicar se por sons articulados, por palavras inteligíveis, adquirindo condições de transmitir aos seus descendentes imediatos os conhecimentos conquistados. Com o passar dos milênios, dominando as técnicas de obtenção dos alimentos e proteção da prole, supriu as suas necessidades básicas, conquistou abrigo e começou a se reproduzir. Conscientizou-se do fenômeno da morte e passou a questionar o porquê das coisas que o rodeavam.
Os mais evidentes questionamentos foram a luz e as trevas, o sentido da vida e do calor, o enigma da abóbada celeste e a supremacia do Sol. Por trás do fogo, primordial à vida de então, inconscientemente pressentiu algo imaterial, uma luz inteligente que lhe propiciava segurança; pálida lembrança da Suprema Divindade que o criou. Contemplando o espetáculo do firmamento estrelado, despertou-se-lhe a curiosidade. Quando via as folhas das árvores balançando ao vento, imaginava um ser oculto. Diante de um temporal com raios e trovões; concebia um Deus poderoso e irado. Com uma compulsividade nata de atribuir Divindade aos fenômenos que não compreendia, demonstrava ser a semente cósmica do Criador, destinada a germinar. Possuindo uma noção exata de algo superior, transcendendo ao seu entendimento, ansiava atingir o inatingível, possuir o poder
da magia. Contemplando o astro rei, o Sol, sentia-se seguro, em quase êxtase sublimado, engrandecido. Essas primeiras reflexões abstratas faziam parte daquele ser que deixava para trás a consciência mais primitiva e tomava-se autoconsciente, que era único, fazendo parte de um Todo incompreensível.
Estavam instaladas no orbe terrícola as condições básicas da .evolução para a influência favorável dos Maiorais siderais e das instâncias de grau mais elevado no planejamento cósmico, encarregados da evolução da vida nos incontáveis planetas do Universo; para a vinda, de outras constelações, de espíritos mais evoluídos, que trariam conhecimentos e acompanhariam outros emigrados exilados, que não tinham condições morais de permanecer naquelas instâncias mais evoluídas, sendo-lhes imposta a 'continuidade evolutiva em orbes mais atrasados. Chega, então, enorme agrupamento de espíritos emigrados, que se estabelecem e formam colônia no Astral da antiga Lemúria e da Atlântida. Os sacerdotes iniciados, líderes daquelas colônias astralinas, trazem consigo o conhecimento esotérico Aumbandhã, significando a própria "Lei Maior Divina". Eram de grande mentalismo; dominavam, com desenvoltura rotineira, o que se designa em vosso vocabulário atual como transmutação alquímica, fluidologia e ectoplasmia curativa, materialização e desmaterialização, magnetismo e cromoterapia, desdobramentos dos corpos mediadores físico, etérico, astral e mental; controlavam, perfeitamente, os elementais nas suas sete gradações ou sete planos vibracionais de manifestação do espírito. Esses elementais, formas energéticas neutras - não são positivos nem negativos, nem bons nem maus -, eram utilizados pelos sacerdotes, magos brancos atlantes, que assim arregimentavam as forças ocultas necessárias à magia, à construção e à evolução das criaturas. Os lemurianos e os atlantes de pele vermelha não foram procedentes do satélite de Capela, da constelação do Cocheiro (1); vieram de um outro orbe, do sistema estelar de Sírius, ou Estrela Cão, em que o Sol é uma estrela de intenso amarelo-ouro, inigualável em sua beleza, num mesmo movimento espiritual de transmigração que trouxe os capelinos. Adoradores do Sol, irrepreensíveis magos e alquimistas, transmutavam os metais grosseiros em ouro.
(1) Vide"Os Exilados da Capela", de Edgar Armond (Editora LAKE), e"A Caminho da Luz", de
Emmanuel (Editora FEB), sobre o exílio compulsório dos capelinos para a Terra.
Os capelinos, de cútis branca, tinham uma estrela distante, de minguados raios solares, como leve claridade das manhãs invernais, a iluminá-los. Não por acaso, semelhantes em evolução e em conhecimentos iniciáticos aos de pele vermelha. Esses migrados, impostos à força coercitiva
animal de corpos rudes e primitivos, em diferente composição anatomofisiológica dos corpos originais do astro-mãe, dos quais eram procedentes, teriam que adaptar-se à vida selvagem, de condições climáticas inóspitas e perigosas da Terra de então.
Latentes em suas memórias astrais, todos os conhecimentos e realizações adquiridos anteriormente, contribuiriam para a evolução dos espíritos irmãos do vosso orbe, originalmente hominais terrícolas. Por intercessão de espíritos superiores e amorosos, que os acompanharam nessa migração, e por deliberação dos engenheiros siderais, geneticistas cósmicos encarregados da criação dos corpos e dos grupos biológicos e das raças dos diversos mundos, e que deveriam ser, no futuro, homogêneos, permitiu-se a formação dessa raça vermelha em vosso orbe.
Da amálgama dessas duas raças provenientes de outras paragens no Cosmo, enxotadas do Éden remoto, após os cataclismos que afundaram as civilizações lemuriana e atlante, obrigando-as à migração, constituiu-se em solo brasileiro o tronco indígena Tupi, mais avermelhado, e do outro lado do oceano, o tronco dos Árias, um misto dessas duas raças-mãe, cujos descendentes foram os celtas, os latinos e os gregos. Conforme dissertado alhures, esse movimento migratório espalhou-se aos quatro cantos do orbe terrícola, ato sidéreo que contribuiu para a busca da homogeneidade étnica e cultural ao longo de toda a História da humanidade e que deverá desaguar no Terceiro Milênio, quando chegar a hora da depuração espiritual da Terra, da separação do joio do trigo e da transmigração, agora, dos exilados terrícolas, enviados a outras constelações planetárias, num processo análogo ao ocorrido na época da antiga Lemúria e Atlântida.
A sua pele avermelhada, que originalmente fazia parte da configuração perispiritual dos emigrados, se fez presente quando da reencarnação daqueles exilados, num processo marcante de interferência das mentes poderosas e criadoras responsáveis por esta programação, repercutindo vibratoriamente na formação do novo equipo físico e, sobremaneira, na cor da epiderme.
Desventuradamente, deixaram-se levar pela ambição desmesurada e pela magia negra, quando utilizaram todos os conhecimentos iniciáticos milenares, gananciosamente, em proveito próprio e para o mal.
Os lemurianos e os atlantes eram exímios curadores. Hodiernamente, cessado o período de maior convencimento dos incrédulos materialistas, com o término das materializações fenomenológicas e das curas com incisão e cortes chocantes, sensacionais aos olhos do leigo e muito trabalhosas para a Espiritualidade, chega o momento do despontar da mediunidade de cura. Muitos espíritos daqueles antigos lemurianos e atlantes da raça vermelha, hoje encarnados,
que em vidas passadas foram alquimistas a serviço das organizações trevosas e dos seus maquiavélicos magos negros, e que muito manipularam os elementais da natureza, forças neutras e puras das sete faixas vibratórias do Cosmo, despolarizando as correspondências vibracionais daqueles que queriam atingir, em proveito próprio, estão reencarnados e comprometidos com o desiderato curativo dos semelhantes dos dois lados da vida. Tiveram seus corpos perispiríticos sensibilizados antes de reencarnar, com maior afastamento do duplo etérico, propositalmente distanciado do corpo físico, quando do acoplamento do espírito reencarnante, miniaturizado no momento conceptivo da união dos dois gametas.
Decorrência natural da influência desse magnetismo modelador, imantado desde a concepção e durante a formação do novo corpo físico, por toda a vida até o desencarne, se forma verdadeira "abertura" por onde o corpo etérico, hipersensibilizado, exsuda abundante ectoplasma. O metabolismo corpóreo é a ininterrupta água corrente do rio que enche a represa, como se fosse uma grande turbina geradora de energia numa hidrelétrica, que nunca pára de trabalhar.
Esse médium é uma antena viva do mundo astral, pois o duplo etérico mais afastado do corpo físico toma-o mais sensível às impressões transmitidas pelo corpo astral ou perispírito, provenientes dele próprio ou de agentes espirituais externos. Facilita-se a rememoração do que ocorre, quando em desdobramento provocado, nas incursões de socorro ou cura, no baixo Umbral, nos subterrâneos trevosos do orbe, nas cavernas úmidas e fétidas, nos locais lamacentos, inimagináveis para vós. Nessas ocasiões, o cérebro físico guarda impressões, condicionado que está aos estímulos constantes, oriundos da janela vibratória que potencializa o duplo etérico e do cabo de ligação que é o cordão de prata, retendo mais facilmente as impressões do cérebro perispiritual. Em muitos casos, não permitimos ao médium a vista ampla desse cenário dantesco, pois ele pode se desequilibrar diante do que chamais de "inferno". Essas incursões, em desdobramento provocado, fazem parte do resgate daqueles irmãos mais sofridos e deformados pela deterioração ocasionada por terem ficado longo tempo sem reencarnar. Alguns irmãos socorridos encontram-se tão desvitalizados, com sérias deformações perispirituais, que ternos dificuldade de expressar os seus formatos em palavras inteligíveis para vós. O magnetismo do orbe vai deteriorando seus perispíritos gradativamente.
Há irmãos com tais deformações, que mostram-se como seres teratológicos, escatológicos, abomináveis à primeira impressão, mas dignos de todo o nosso amor. Outros socorridos encontram-se tão desvitalizados e enrijecidos, que são como rochas humanas, pessoas calcificadas, tristes estátuas a ornar um vale petrificado..
Em mensagens anteriores, abordamos as repercussões vibratórias do acoplamento áurico e a função do perispírito do médium como novo modelo organizador do perispírito deformado do socorrido. Além do magnetismo normal do perispírito do médium, o ectoplasma abundante exalado pelo duplo etérico contribui para a revitalização e o retomo à forma perispiritual original do atendido.
Como semelhante cura semelhante, e como nós, em espíritos, não possuímos ectoplasma, que é o fluido animalizado produzido no duplo etérico e decorrente do metabolismo biológico do equipo físico, não podemos interceder nesses níveis mais densos e pesados, sendo, portanto, necessário um médium de cura desdobrado nessas cidades degradantes, abaixo da crosta terrestre.
Como explanamos alhures, não há nada de excepcional no fato de utilizarmos os fluidos dos encarnados para tais intentos. Precisamos de algo tão ou mais denso que os fluidos existentes nessas regiões, e somente os fluidos animalizados do metabolismo físico lhes são semelhante ou os superam em densidade.
Há uma certa complexidade nessas movimentações. Primeiramente, ternos que preservar a segurança da instrumentação mediúnica, pois trata-se de um trabalho assistido de caridade, eminentemente de interesse altruístico. Segundo, ternos, em alguns casos mais difíceis, de desdobrar somente o duplo etérico do medianeiro em decorrência da volumosa quantidade de fluidos animalizados utilizada. Nessas ocasiões, os cuidados são redobrados. É extremamente desenvolvida a sensibilidade desse corpo intermediador e os assédios das organizações trevosas
são contumazes. Elas tentam atacar o corpo físico inerte ou abalar a estrutura do cordão de prata, órgão elástico e hipersensível a qualquer estímulo brusco, que, rompendo-se, desliga o corpo astral dos corpos etérico e físico, havendo o desencarne abrupto, como ocorre em vossos acidentes automobilísticos.
O duplo etérico desdobrado, por Lei de Afinidade, só se desloca para locais, no Astral, de grande densidade, em comunidades que encontram-se mais abaixo da crosta planetária. Não entraremos em maiores detalhamentos quanto a essas paisagens, pois não são a finalidade desta singela exposição (2). O medianeiro fica em desdobramento provocado pelos jatos magnéticos que lançamos, contrários ao campo vibracional que imanta o positivo com o negativo na vida densa. É um transe cataléptico letárgico, baixando-lhe a temperatura e o metabolismo do corpo, à noite, durante o sono físico. Isso ocorre porque ele fica sem o corpo etérico que o liga ao corpo astral, tornando-se um amontoado de carne sem comando, pois o verdadeiro propulsor de tudo é a mente, que encontra-se desligada do órgão físico, que é o cérebro.
(2) Para descrição dessas paragens e comunidades trevosas, vide a obra "A Vida Além da
Sepultura", de Ramatis e Atanagildo (Editora do Conhecimento), bem como "O Abismo", de R. A. Ranieri
(Editora Eco).
Trabalhamos em grupo para segurança dos intentos incursionistas de socorro. Há vários técnicos, cada um dentro de sua especialidade. Os nossos amigos índios peles-vermelhas oferecem apoio e retaguarda nessas verdadeiras batalhas astrais do bem contra o mal. São eles oriundos da colônia espiritual de Juremá, espíritos de grande evolução e que, por amor aos terrícolas, adotam as configurações perispirituais em que foram muitos felizes há milênios atrás. Já estando libertos do cárcere da carne, laboram incessantemente na caridade, dando-nos grande apoio, seja na manipulação de outros fluidos curativos, que são agregados ao fluido animal do médium, seja na movimentação de verdadeiras falanges que vão à frente "abrindo os caminhos": um neologismo da Umbanda, definindo bem esta movimentação estremada. Estabiliza-se uma gigantesca manta magnética, uma bolha contornando o corpo etérico do instrumento mediúnico, à similitude de um cisco que escorre através de uma gota de água na vidraça. Os caciques chegam a mobilizar até 5 mil índios, armados com lanças e dardos magnéticos, pois as entidades malévolas que se fazem presentes nesses locais trevosos somente respeitam a força e a atitude coercitiva.
Na maioria das vezes, quando coordenamos esses trabalhos, elas não podem nos ver. Utilizamos o corpo astral, mas não é possível condensá-lo totalmente, pelo fato de, há muito, termos nos desvencilhado do grilhão da carne e do ego aprisionador. Os pretos-velhos também se fazem integrantes, pois são exímios nos desmanches de bases de feitiçaria e magia dos magos negros.
Nos trabalhos direcionados ao desmanche e varredura energética das bases dos magos negros, que, muitas vezes, utilizam-se de aparatos tecnológicos ainda desconhecidos das mesas mediúnicas e escravizam os irmãos deformados (3), potencializa-se a substância ectoplásmica,
deslocando-a aos lugares onde está a origem dos instrumentos' de magia negra, objetos vibratoriamente magnetizados e que captam a freqüência vibratória do alvo visado – geralmente irmãos encarnados - como se desse a leitura das coordenadas para a realização do feitiço correspondente (4). Com este recurso, desmagnetiza-se, neutraliza-se e desmancha-se essas aparelhagens, em verdadeiras tempestades astrais, que vão varrendo e higienizando esses laboratórios do mal, antros da anarquia.
(3) Nota de Ramatis: Os nossos irmãos com deformações nos corpos astrais, quer seja pela força mental de indução dos magos negros, quer seja por estarem por longa data fugindo do magnetismo reencarnatório do orbe, são classificados por alguns escritores e ativistas da mediunidade, espíritas e espiritualistas, inadvertidamente, como EXUS, palavra que, em sânscrito (EXUD), é tão antiga quanto a civilização terrícola, sendo originária da Atlântida. Historicamente, desviou-se de sua denominação original, quando passaram-se a designar como EXUS os sacerdotes banidos das fraternidades brancas, que  utilizavam-se dos elementais da natureza para o mal, para a magia negra. Como esses elementais, agentes e  veículos da magia, originariamente formas energéticas neutras, são acinzentados, quando vistos pelos clarividentes, criou-se essa interpretação errônea.
Essas formas energéticas existem nas sete faixas vibratórias do Cosmo, e são agentes da magia universal, receptivos ao pensamento, tanto para o bem como para o mal. Indevidamente, associaram-nas ao mal, à feitiçaria e à magia negra. Não adentraremos em maiores pormenores quanto à utilização desses elementais, pois fugiríamos do escopo da presente abordagem.
A Umbanda atual, praticada no Brasil, pela caridade que realiza, é importante para a Espiritualidade, sendo um dos instrumentos de união das religiões no Terceiro Milênio, a Nova Era que se delineia, e para a religiosidade como um todo. Não é "baixo espiritismo", e os nossos irmãos com deformações em seus corpos astrais, "soldados do mal", escravizados pelos magos negros, não são o que alguns, com ar de superioridade, costumeiramente denominam de EXUS.
(4) Vide a obra "Magia de Redenção", de Ramatís (Editora do Conhecimento), que elucida, clara e integralmente, o mecanismo do feitiço.
Muitas vezes, ao acordar, o médium se lembrará dos fatos; sentir-se-á cansado, exaurido de energia, com apetite aguçado. Essa situação ocorre em grande parte e em variada amplitude, conforme a quantidade doada e retirada de ectoplasma. É um acontecimento natural, facilmente resolvido com a ingestão de água, sucos, comestíveis ricos em carboidratos e glicose e, se possível, um repouso a contento, que nem sempre é viável, pois nosso obreiro, às vezes, tem a labuta do dia seguinte pela frente. Tentamos programar essas ações nas noites que antecedem a folga dos medianeiros nos seus trabalhos profanos, mas nem sempre é possível diante da urgência socorrista.
Os lamas tibetanos curam com a concentração mental, produzindo ondas de energia, fazendo com que os espíritos engendrem esta energia ao redor do emissor e a canalizem àqueles que são objeto da assistência. Na cura aos encarnados, utilizamo-nos dos recursos ectoplásmicos para a materialização e desmaterialização de tecidos humanos. As energias fluídicas manipuladas do ectoplasma do médium e da natureza são usadas em um processo de desintegração atômica das células doentes e a imediata reintegração de células sadias na área afetada. Com o magnetismo, afrouxamos os laços que mantêm coesa a estrutura molecular original das células doentes, como se essa massa compactada se expandisse e retomasse ao fluido cósmico universal, já que nada se perde no Cosmo, tudo se transmuta.
Esses enxertos ectoplásmicos, com novas células sadias, são verdadeiros trabalhos de magia curativa. Essas próteses ectoplásmicas têm que ser imantadas à mesma freqüência do campo magnético do enCarnado. Cria-se na aura do órgão substituído, enxertado parcial ou totalmente, uma força magnética de retenção. Como um molde colocado, a ordenar novo pedaço ou conjunto a ser constituído, normalizamos a disfunção vibratória perispirítica e favorecemos a força centrífuga
do modelo organizador biológico, que prepondera em todo e qualquer corpo astral,
especificamente no local da área desmaterializada, anteriormente doente. Evita-se a rejeição e favorece-se a reprodução de células sadias, construindo-se, definitivamente, um tecido recuperado saudável. Observamos os tipos histológicos e sangüíneos, o grau de temperatura e o padrão vibratório da peça a ser implantada. É tudo muito rápido para vós, questão de segundos. A extrema plasticidade do ectoplasma semimaterializado no interior do organismo permite que desmaterializemos o tecido doente e, concomitantemente, moldemos o novo tecido orgânico sadio. Neste tempo, o ectoplasma semimaterializado passa a materializado.
Esses procedimentos, ainda desconhecidos de vossa ciência médica, já dão sinal em alguns laboratórios terrícolas de pesquisa científica. A criação de pedaços ou até órgãos inteiros, dentro do corpo de uma pessoa doente, a partir do uso de próteses biodegradáveis, de uma cultura das mesmas células do órgão afetado pela moléstia, respeitando-se a Lei das Correspondências Vibracionais, que há entre os semelhantes, e evitando-se a rejeição, já é uma realidade. Com o auxílio de vossos computadores, os médicos terrenos já conseguem projetar essas próteses naturais, que são absorvidas pelo corpo do paciente quando da formação de novas células saudáveis, e, através de sua reprodução, acabam ocupando o espaço da própria prótese, que se biodegrada.
Nessas operações espirituais de cura, magia do magnetismo curador, também nos
utilizamos de aparelhos polarizadores para novas técnicas ainda desconhecidas das mesas mediúnicas, por onde jorram luzes de cores variadas. A luz branca alivia as dores, acalma e neutraliza os miasmas; a vermelha auxilia nas trocas magnéticas, do positivo para o negativo e vice-versa, reequilibrando as polaridades em vosso plano e anulando as células cancerosas; o verde, em seus diversos matizes, elimina os coágulos e evita as tromboses; o amarelo vibrante, tendendo ao alaranjado e dourado, higieniza o corpo astral e regulariza todas as cargas desequilibradas em suas polaridades, além de exterminar os miasmas e as imantações de feitiços. E, na transmutação de todos os fluidos manipulados, seja os do médium como os da natureza, alguns provenientes de outros orbes e de outras estrelas do Infinito cósmico, está o violeta. Nessas manipulações cromáticas de cura, as nuanças são infinitas, proporcionais às escalas do Cosmo. Em todas essas ações da magia do magnetismo de cura, está o imenso amor de Deus, a Divindade Suprema que nos guia a todos. E através do seu maior representante na aura terrícola, o Cristo-Jesus, temos os exemplos grandiosos de cura. É inesquecível a cura definitiva de um leproso: Jesus se deslocava para Jerusalém, quando dez leprosos vieram ao seu encontro e pediram compaixão ao Mestre. Jesus, ao vê-los, disse: "Ide apresentar-vos aos sacerdotes" e, no trajeto, os dez ficaram curados das chagas leprosas. Somente um, ao perceber que estava curado, voltou para agradecer a Jesus, e o Mestre lhe disse: "Levanta-te e vai, tua fé te curou".


Muita paz e muita luz!

Ramatís.
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