PERGUNTA: Alguns "umbandistas"
acusam-vos de serdes demasiadamente eletivo, complicando o que é simples,
"misturando" conceitos de apometria, teosofia, hinduismo, maçonaria e
rosacrucianismo, em vossos recentes ensinamentos sobre a umbanda. Quais vossas considerações sobre isso?
RAMATÍS: - Se residis num
apartamento em que cada uma das janelas é feita de um material específico e
pintada com uma cor distinta, vosso endereço deixará de ser o mesmo dos demais
moradores do prédio? Obviamente as opiniões estandardizadas de alguns
prosélitos, quando contrariados em seu ideal de umbanda, podem confundir o que
é eletivo com o ser elitista.
Sem dúvida, muitos irmãos encarnados que
se dizem umbandistas se mostram refratários à diversidade, querendo impor
verdades em meio a diferenças, apontando para todos os lados o que é ou não
umbanda, indicando qual espírito pertence e qual não pertence a suas hostes,
transferindo para o "lado de cá" essa guerra de vaidades veladas.
Nossos singelos conhecimentos, transmitidos pela mediunidade intuitiva do atual
sensitivo, não ousam impor verdades absolutas, tampouco totalizar a umbanda num
elitismo sacerdotal, abstraindo da simplicidade seus usos e costumes, como
almejam muitos "magos" e sacerdotes.
O simples conhecimento não significa
sabedoria; a sabedoria está na forma como ele é aplicado. Está claro que a
busca do saber se efetiva por meio do estudo continuado das verdades cósmicas
universais, que independem das doutrinas da Terra, o que vos levará a um comportamento
de eleição diante da enorme diversidade de conhecimentos espiritualistas registrados
na História e contidos na umbanda.
O "estar" teosofista, maçom,
hinduísta, budista, rosacruciano, espírita, umbandista é mero rótulo que
fragmenta as leis cósmicas na Terra e separa o homem de sua essência, que é
"ser" espírito, iludindo-o com a aparência transitória da
personalidade terrena, algemada ao molde da carne. Vibrando na essência
permanente da umbanda, do Alto para a Terra, unem-se espíritos de pretos velhos, caboclos, crianças, exus,
hindus, árabes, etíopes, chineses, europeus, negros, vermelhos, amarelos e
brancos, que se manifestam aos vossos olhos por todas as raças que já pisaram
em solo terreno. O que é "permanente" e se fará infinito, como
unidade essencial nas diversas formas de exteriorização da umbanda, é o amor e
a caridade em nome do Cristo.
PERGUNTA: - Para maiores esclarecimentos, para
vos comunicardes é necessária a mecânica de incorporação? Além disso, é
habitual usardes emissários para transmitir vossas mensagens?
RAMATÍS: - Não há necessidade de "incorporação" para ditarmos as
mensagens. O acoplamento do corpo astral da entidade comunicante com os chacras
do sensitivo, levemente desdobrado, é efetivado durante as consultas na sessão
de caridade, ocasião em que necessitamos de enormes quantidades de ectoplasma.
Mesmo assim, essa mecânica é feita em conjunto com a irradiação intuitiva,
sendo praticamente impossível uma incorporação longa nesses moldes, sob pena de
afetar a contextura vibratória dos chacras em seus giros e em suas frequências
originais (os espíritos dos caboclos e pais velhos têm vórtices vibratórios mais
potentes que o dos médiuns, mesmo impondo enorme rebaixamento para serem
sentidos).
Para a escrita, utilizamos o corpo mental
e o processo da irradiação intuitiva, em que, por meio do pensamento,
envolvemos a mente do sensitivo, e, a partir de então, em estado de inspiração
que denota consciência alterada, ele deixa os pensamentos fluírem. Ao mesmo
tempo, ele escreve rapidamente, digitando as ideias no teclado do computador,
deixando-as fluir com agilidade muito superior àquela que pode ser atingida em
estado normal de vigília.
Embora não tenhamos mais um corpo astral, [3] atuamos seguidamente e com desenvoltura no plano astral, por meio
dos chamados corpos de ilusão (nos aglutinamos, por nossa força mental, às
moléculas astralinas, a fim de formar novos veículos de manifestação, como
hindu, caboclo atlante, preto velho ou outra configuração que se fizer
necessária, para atuar perante os sensitivos).
Quanto ao atual instrumento de que nos
servimos, isso não se faz mais necessário, uma vez que ele percebe nitidamente
nossa vibração e nosso magnetismo peculiares, independentemente de quaisquer
formas ilusórias. Essa facilidade de recepção se moldou por muitos séculos,
entre várias encarnações, com o exercício mediúnico continuado na umbanda, na
vida atual, indispensável à sua percepção, para ditar diretamente nosso
pensamento. Não é de nossa índole espiritual utilizar emissários, para nossa
comunicação com os que estão na Terra. Lamentavelmente, vemos muitos escritos
circulando nos meios espiritualistas que são improcedentes.
Para compreender melhor, consultar a obra A
Segunda Morte, R. A. Ranieri,
publicada pela Editora
da Fraternidade.
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