PERGUNTA
- E quais são as características fundamentais que indicam os tipos espirituais
para habitar planetas primários semelhantes à Terra?
RAMATÍS
- Sem dúvida, um planeta primário, cuja estrutura geológica instável
oferece pouco conforto no seu ambiente físico, só pode servir de palco ou
moradia educativa, para espíritos de características psíquicas primárias ou
deficientes, ainda necessitados de corretivos redentores, como as intempéries,
as mudanças climáticas e os cataclismos geológicos.
Os
alunos ignorantes, rebeldes, instintivos, daninhos e briguentos, que frequentam
as escolas primárias de alfabetização do mundo, são naturalmente desordeiros e irresponsáveis,
pois destroem sanitários, entopem tinteiros, quebram torneiras, sujam assoalhos,
aniquilam jardins, desmontam janelas, riscam portas e carteiras, retalham bancos,
rasgam livros, furtam dos companheiros, escrevem obscenidades nas paredes, zombam
dos professores, gazeiam as aulas, vivem aos pontapés e socos, malcriados e desbocados
para com os próprias colegas.
Comparativamente,
quais são os tipos de espíritos, que anualmente habitam a Terra e foram
atraídos pela mesma afinidade primária, para encetar o aperfeiçoamento espiritual
sob a rudeza de um mundo agressivo e inferior? Os terrícolas, muitos
semelhantes às crianças analfabetas e ignorantes que freqüentam as escolas
primárias do mundo, também são daninhos, irresponsáveis, orgulhosos, avarentos
e destruidores. À guisa de alunos perversos, vândalos e brutos arrasam cidades
com bombas atômicas, destroem bibliotecas, igrejas, templos, escolas, teatros,
hospitais, institutos de cultura, centros de saúde e estâncias de recuperação
física. Lançam bombas incendiárias e queimam campos, florestas, pomares e
jardins, aniquilando as reservas de alimento da própria humanidade. São tipos
de almas primárias tão insensatas, que se embriagam de álcool até a morte
liquidá-los nas valetas ou nos hospitais psiquiátricos; loucos e desajustados,
atiram os seus veículos contra postes, muros, casas, animais e pedestres, ou
despenham-se colinas abaixo em abismos insondáveis, onde perecem tragados por
trágicas fogueiras.
Malgrado
serem criaturas adultas e com pretensos foros de civilização, elas sugam o fumo
fétido e carbonizado de cigarros, charutos ou cachimbos em ridícula competição
com os bugres infantis. Noutro sentido, apesar da fartura de legumes e cereais,
que Deus derramou pela Terra, os terrícolas devoram rins, nervos, miolos,
fígado, estômago, tripas e chouriços manufaturados com o sangue dos animais
inocentes massacrados nos frigoríficos e matadouros, construídos sob os mais
avançados recursos da técnica e da ciência terrena.
Ainda
são tão cruéis, que prostituem as próprias "colegas" do educandário
terrícola e deixam-nas apodrecer nos catres de hospitais de indigentes, à guisa
de lixo humano, ou exaurem-nas junto à tina de lavar roupa para sustentarem os
filhos frutos de amores ilícitos, ou de irresponsabilidade espiritual.
Os
homens mais imprudentes viciam-se em entorpecentes e degradam o corpo sensível
sob a ação alucinógena dos psicodislépticos; os mais desatinados matam-se em batalhas
sangrentas por defender retalhos de panos coloridos que simbolizam as pátrias situadas
entre limites de terras pertencentes exclusivamente ao Criador. Os mais
fanáticos massacram-se sob o rótulo de católicos, protestantes, hindus,
budistas, muçulmanos ou judeus e ensanguentam o solo do orbe em defesa do
"seu" Deus. Outros promovem cruzadas piedosas e homicidas, fogueiras
de inquisição e atos de fé, onde esturricam os irmãos componentes da mesma
família humana planetária. Os seres mais astutos enganam os
colegas e vendem-lhes bens inexistentes ou jóias falsas, carros furtados ou
emitem cheques sem garantia. Os mais hábeis e eloqüentes iludem os seus
eleitores em campanhas políticas interesseiras e mistificadoras; os academizados
defendem o direito fazendo chicanas, alguns constroem edifícios que desmoronam
ante a má-fé edificativa e a ambição de lucros fáceis; outros industrializam a
"dor humana", mutilando órgãos sadios de pacientes histéricos, a fim
de liquidarem as prestações do luxuoso veículo da moda e manter as aventuras
licenciosas. Finalmente, há beócios que deixam suas fortunas para o gozo epicurista
de cães, gatos e aves numa sub-reptícia vingança contra a humanidade, sob o
máximo carinho e prodigalidade, enquanto os vizinhos fenecem na miséria. Os
mais duros de coração ainda são capazes de vestir trajes caríssimos,
completamente indiferentes aos maltrapilhos sem sorte, mas deslumbrados pelas
pedrarias e penduricalhos caríssimos sobre o corpo perecível, e não poucas
vezes já minados pelo carma cancerígeno.
Os
mais severos, à guisa de sensores gratuitos, reclamam contra a alta do preço do
leite, pão e dos cereais, mas silenciam diante do aumento do uísque, da cachaça
e do cigarro, que lhes satisfazem o vício escravizante. E a Terra, em serviço
educativo às almas entorpecidas, irresponsáveis e ambiciosas, ainda tinge-se de
sangue nos matadouros das batalhas fratricidas, onde seus alunos matam-se entre
si, somente pela diferença de doutrinas políticas, diversidade de cor, da
vestimenta carnal, e porque uns são brancos ou pretos, outros amarelos ou
vermelhos, alguns por manter o imperialismo econômico, outros pelo espírito de
anarquia às instituições disciplinadoras do mundo.
Do
livro: “O Evangelho À Luz Do Cosmo” Ramatís/
Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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