Sabedoria Ramatis

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sábado, 26 de setembro de 2015

“Umbanda no solo dessa pátria chamada Brasil”.






PERGUNTA:  A Umbanda, enquanto expressão de religiosidade, como espiritualismo em que se pratica o intercâmbio mediúnico com desencarnados, só existe em solo brasileiro. Qual o motivo desse exclusivismo?

VOVÓ MARIA CONGA:  Essa situação é condizente com o carma coletivo do Brasil, pátria que abrigou em seu fértil solo grande parte dos espíritos ligados à Inquisição. Inquisidores vieram como escravos, e suas vítimas de outrora como" donos" da terra, como se retomassem a posse dos bens confiscados. Aliado a isso, o fato de a população indígena aqui presente, que também foi escravizada e "catequizada" pelo homem branco, juntamente com os ritos africanistas e a cultura católica dos colonizadores portugueses e espanhóis, e mais recentemente o Espiritismo provindo da França de Kardec, terem demarcado o sentimento de religiosidade dos brasileiros como se fosse uma grande colcha de retalhos.
Fez-se necessário um movimento religioso que abrigasse harmoniosamente todas essas tendências que desaguaram no país, expurgando-se definitivamente o carma negativo gerado pela intolerância e pela perseguição religiosa do "Santo" Ofício inquisitorial. Sendo assim, reuniu-se uma Alta Confraria Branca no Astral Superior, que planejou, com a permissão direta de Jesus, o nascimento da Umbanda no solo dessa pátria chamada Brasil.
Todo esse movimento, aparentemente contraditório na visão transitória dos homens impacientes, é abençoado resgate dos conhecimentos mais antigos, da solidariedade e fraternidade que existiram na Terra de antanho, e que está contribuindo decisivamente para a formação da mentalidade universalista cristã prevista para se consolidar no futuro.

PERGUNTA: - Podemos afirmar que já existe uma "identidade" umbandista, embora não haja um sistema doutrinário e ritualístico codificado que propicie uniformidade para a Umbanda. Essa identificação não se estende à maioria dos seus adeptos, que não se declaram de fé ou crença umbandista, e sim de outras religiões, principalmente a católica. Por que esse "receio"?

VOVÓ MARIA CONGA:  Em todos os povos e sociedades que já se formaram na Terra, têm os filhos registros da utilização da magia. Desde as comunidades mais antigas e tribais, os homens já se reuniam à volta do fogo e, com urros e danças agressivas, se preparavam para a caçada. As forças cósmicas atuavam por meio da criação de formas pensamentos emitidas pelo grupo nesse ritual à volta da fogueira, pois a mente sempre foi e será geradora de magia, que por si só não é boa nem má, porque está ligada à intenção de quem o gerou e não à magia em si, que pode ser valioso instrumento de cura.
Ocorre que o conflito do "sagrado" católico com o profano "herege" das crenças mágicas, foi igualmente criado pelos homens em busca do domínio de sua religião sobre as coletividades. Pela ancestralidade divina que vibra em todos, os filhos são por si só agentes mágicos, já que a mente é um motor gerador de pensamentos que nunca cessa.
A Umbanda lida com a magia, manipula fluidos os mais diversos e forças do Astral, tendo na comunicação com o Além e na chamada mecânica de incorporação o alicerce de sua caridade na Terra. O mediunismo ainda é visto como espécie de "culto de possessão", situação que não se prende somente à Umbanda, pois se estende como um todo àquelas doutrinas e crenças sustentadas pelo exercício da mediunidade.
Muitos dos líderes das religiões que atacam e perseguem o intercâmbio com o Além estão intuídos por magos negros do Astral Inferior, e não apresentam sinais visíveis dessa influenciação aos limitados olhos carnais. A Umbanda, por ser mais observada a mecânica de incorporação em sessões de caridade feitas à portas abertas e para todos que quiserem assistir, infelizmente, ainda fica mais visível para o ataque das sombras.
Não importando a procedência do seu culto, o filho médium, fervoroso em sua crença e dedicado trabalhador da caridade que cura e alenta, na opinião desses perseguidores se encontrará "possuído pelos demônios" no exercício da abençoada mediunidade. Esse tratamento injusto e cruel das religiões para com a capacidade de comunicação com os espíritos desencarnados foi marcando o inconsciente dos filhos, causando-lhes excessivo receio ao longo de várias encarnações. Esquecem os homens, de memória curta diante da perenidade das questões da Espiritualidade, que o mal ou o bem está em cada um, situação que paira acima das religiões, crenças e doutrinas da Terra e não se subordina diretamente a quaisquer mediunismos.
Rendamos graças a Oxalá, pois cada vez mais essas incompreensões estão se desfazendo. O tempo a todos educará na união e tolerância amorosa que prepondera no Cosmo.
Do livro: “Evolução No Planeta Azul” Ramatís e Vovó Maria Conga/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento.






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