PERGUNTA: Deveríamos censurar ou afastar o médium que se
deixa sugestionar tão facilmente, de modo a causar prejuízos à contextura
doutrinária do Espiritismo?
RAMATÍS: Em qualquer situação da vida, ainda
é a recomendação de Jesus, "Não julgueis para não serdes julgados",
que deve orientar nossas apreciações sobre os atos do próximo. É evidente que,
se o médium demasiadamente sugestionável tivesse certeza do fato desastroso que
ocorre consigo, não o contaria, semeando o seu próprio ridículo. Não existindo dolo,
por não haver propósitos censuráveis, o dever dos espíritas esclarecidos é
nortear o médium desgovernado para exercer o serviço mediúnico com o máximo de
critério, evitando causar o desânimo e a decepção aos que o ouvem.
O êxito
das comunicações intuitivas mediúnicas depende principalmente da maior passividade
do médium intuitivo. No entanto, nesse estado neutro o seu psiquismo tende muitíssimo
ao estado de autohipnose, em cuja fase é bem fácil a sugestão e o domínio das ideias
que foram alimenta das durante o dia. Há casos em que sensitivos de pouco
controle mental chegam a transmitir, à conta de mensagens de espíritos
desencarnados, as ideias e os pensamentos de algum frequentador do trabalho
mentalmente desenvolvido. Outros são facilmente dominados pela
"empatia", ou seja a capacidade da criatura em colocar-se no lugar de
outrem e viver-lhe as dores ou vicissitudes. E os mais sugestionáveis passam
então a materializar, à noite, no centro espírita, aquilo que durante o dia
mais os impressionou.
Raros
médiuns sabem controlar os avançados recursos de sua imaginação, de modo a aproveitá-los
para dinamizar as ideias que os espíritos lhes transmitem, pois, em geral,
confundem as imagens virtuais do seu pensamento, supondo-as como de entidades
concretas e fora do corpo físico. A ausência de estudo e a falta de autocrítica
leva grande número de medianeiros a confundir a realidade com a fantasia.
DO
LIVRO: “MEDIUNISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.
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