Sabedoria Ramatis

Sabedoria Ramatis

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Qual era o aspecto físico do menino Jesus?







Era um menino encantador, de olhos claros, doces e aveludados, como duas jóias preciosas e de um azul-esverdeado encastoadas na fisionomia adornada pela beleza de Maria e cunhada pela energia de José! Vestia pobremente, como os demais meninos dos subúrbios de Nazaré, onde proliferavam as tendas de trabalho dos homens de ofício e as lavanderias do mulheril assalariado.
O menino Jesus tinha os cabelos de um louro-ruivo, quase fogo, que emitiam fulgores e chispas à luz do Sol; eram soltos, com leves cachos nas pontas e flutuavam ao vento. Quando ele corria ladeira abaixo perseguido pelos cabritos, cães e aves, seus cabelos então pareciam chamas vivas esvoaçando em torno de sua cabeça angélica! A roupa íntima era de pano inferior, que depois ele cobria com uma camisola de algodão, de cor sépia ou salmão. Só nos dias festivos ou de culto religioso ele envergava a veste domingueira de um branco imaculado, sendo-lhe permitido usar o cordão de neófito da Sinagoga.
Sobre os ombros, nas manhãs mais frias, Maria punha-lhe o manto azul-marinho, de lã pura, tecida cm Jerusalém que fora delicado presente de Lia, uma de suas mais queridas amigas de infância.
Aos doze anos de idade o porte do menino era ereto e altaneiro, pois as roupas caíam-lhe majestosas sobre o corpo impecável, de anatomia tão admirável, que causava inveja às mães dos meninos trôpegos ou defeituosos. Nele se justificava o provérbio de que o "belo e o bom não são imitados, mas apenas invejados", pois tanto o invejavam pela fartura do seu encanto, pela prodigalidade de sua doçura e cortesia, como devido à sua dignidade e conduta moral mais própria de um sábio e de um santo! Embora fosse criatura merecedora de todos os mimos do mundo, nem por isso a maldade humana deixava de atingir o menino Jesus, em cuja fisionomia, esplêndida e leal, às vezes pairavam algumas sombras provocadas pela maledicência, injustiça e despeito. Aliás, o que é delicado é mais fácil de ser maltratado, pois enquanto o condor esfacela um novilho, o beija-flor sucumbe sob o afago do menino bruto! Assim também acontecia com Jesus. Seu porte atraente, a sua beleza angélica, a sabedoria prematura e a meiguice invulgar, tornavam-no um alvo para a concentração de fluidos de ciúme, de inveja e sarcasmo! Enfrentou, desde cedo, a maldade, a má-fé, a malícia e a hipocrisia humanas, o que é natural às almas sublimes exiladas no plano retemperador e educativo dos mundos materiais.

Ramatís – “O Sublime Peregrino”

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