Essa concepção deve-se à
própria Bíblia, no Velho Testamento, quando os profetas prediziam que o Messias
deveria nascer de uma virgem, e conforme o evangelista Mateus também, o
confirma, no Novo Testamento, dizendo: "Maria, sua mãe, desposada com José,
antes de coabitarem, achou ter ele concebido par obra do Espírito Santo"
(Mateus, cap. I, vs. 18).
Os
antigos profetas procuraram deixar aos pósteros algumas indicações que, no
futuro, os fizessem reconhecer o Messias; mas a insuficiência humana não pôde
entender os sinais exatos e prematuros da realidade do seu nascimento. As
sucessivas e deficientes traduções dos livros sagrados também contribuíram para
obscurecer o sentido concreto dessas alegorias proféticas, e mais tarde
interpretadas de um modo fantasioso. A Bíblia predisse que o Messias teria de
"nascer de uma virgem e ser concebido por obra e graça do Espírito Santo",
mas com isso não desmentiu o processo natural da gestação humana; apenas
indicou o sinal mais importante do advento e da identificação do Messias, ao
vir à Terra.
Jesus,
portanto, como o primeiro filho gerado por Maria, nasceu realmente de uma
virgem, pois virgem era sua jovem genitora quando deixou o templo de Jerusalém
para se casar com José.
Assim
cumprira-se a profecia e fora identificado o primeiro indício da presença do
Messias na Terra, para que a humanidade então o conhecesse no futuro e
aceitasse os seus ensinamentos libertadores do espírito humano. O primeiro
filho nascido da primeira concepção conjugai, como no caso de Maria, era
realmente de uma origem imaculada.
Maria,
pela sua estirpe elevada, era um anjo descido dos céus, e, portanto, um
"espírito santo", corroborando mais uma vez a predição da Bíblia. No
seu corpo virginal e por obra do seu "espírito santo", gerou-se nela
o corpo do Messias em cumprimento à profecia do Velho Testamento. A velha lenda
dos nascimentos sagrados e miraculosos, das mães virgens e dos espíritos
santos, como Hermes, Orfeu, Zoroastro, Crisna e Buda, também foi atribuída
literalmente ao nascimento de Jesus, na ingênua suposição do sacerdócio
organizado, em valorizá-lo acima do mecanismo da concepção carnal humana.
A
vida monástica das criaturas que fugiram dos pecados do mundo profano e se
retiraram para os conventos, quase sempre lhes produz na mente uma exagerada desconfiança
e prevenção contra o sexo humano, ao qual então atribuem a culpa de quase todas
as mazelas do mundo. Assim, as organizações religiosas terrenas tudo têm feito
para situar os seus Messias, Avatares ou Instrutores espirituais acima do
processo das relações sexuais, pois o consideram um ato pecaminoso ou impuro,
obviamente eles então devem nascer de virgens em divino esponsalício com
espíritos santas, ou então de raios fulgurantes ou gênios fabulosos, que os
cercam de esplendores e glórias, independente da genética sexual do mundo
físico.
Ramatís – “O Sublime Peregrino”
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