Sabedoria Ramatis

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sábado, 8 de março de 2014

Os médiuns de cura e os curandeiros




PERGUNTA: - Como poderemos distinguir os verdadeiros médiuns de cura e aqueles outros que são apenas ignorantes, palpiteiros ou interesseiros, e que, sob a legenda de Espiritismo, exploram o sofrimento alheio? Às vezes, tais aventureiros astuciosos receitam com tal presteza e habilidade, à guisa de médiuns espíritas, que se torna bastante difícil distingui-los dos médiuns idôneos ou verdadeiros. Que dizeis?

RAMATÍS:  'A mediunidade também obedece a um roteiro progressista que se impõe e aperfeiçoa tanto pela experimentação como pelo estudo sensato. Deste modo, é difícil, no princípio de sua manifestação, alcançar-se o êxito e a clareza desejada, pois em sua fase inicial ela se manifesta envolvendo o médium em dúvidas e confusões. E, assim, esse período é propício a que o médium incipiente, pela sua inexperiência e invigilância, incorra na distorção da ética rígida exigida no desempenho de tal função. No entanto, efetivamente, há os que se dizem receitistas, mas que, de fato, são curandeiros mercenários. E os sucessos que, em alguns casos, lhes atribuem, é apenas aparente, pois os doentes que os procuram já estão, quase sempre, cumprindo prescrições médicas ou sentiriam melhoras em sua saúde independente de qualquer remédio.
As enfermidades, em sua maior porcentagem, são estados transitórios de reajuste fisiológico ou uma espécie de reação do metabolismo orgânico, no sentido de resguardar e evitar que o corpo sofra consequências mais graves, tal como a morte súbita; assim como também se destina a apurar o grau espiritual do ser na sua resistência moral contra a dor.
Existem determinadas metamorfoses na vida animal, cujas manifestações também se assemelham a enfermidades, embora se trate apenas de fenômenos destinados a revigorar o equipamento orgânico. Citamos, por exemplo, o caso da "muda" das penas, nas aves, da pele, nos répteis, do pelo, nos animais, ou da lã, nos carneiros. Mudanças físicas de aparência enfermiça, que são apenas transições processadas em épocas próprias. E graças a essa sábia disposição da Natureza, a "muda" resulta sempre num reajuste mantenedor de saúde mais vigorosa. Notai que, no homem, à medida que ele cresce e se desenvolve, ocorrem certas crises fisiológicas produzidas no seu corpo, as quais, embora sejam naturais, também se manifestam com aparência de "moléstias". Referimo-nos ao período da puberdade nos jovens, à menopausa nas mulheres ou à inatividade das glândulas sexuais, nos velhos. Muitos sintomas desagradáveis ou incomuns, no ser humano, têm seu ciclo, sua curva ascendente ou descendente, mas desaparecem na época apropriada, sem qualquer interferência estranha. No entanto, se as manifestações e o desaparecimento desses incômodos coincidirem durante o tratamento receitado por algum curandeiro, certamente que o resultado seria tido como invulgar sucesso do mesmo.

Os enfermos que, por coincidência ou espontaneamente, se livram de seus incômodos, quando sob o cuidado de algum charlatão, acabam sempre por gabar virtudes terapêuticas que tais aventureiros não possuem. E são-lhes gratos porque se acreditam realmente curados por eles.
Ditos curandeiros, quando a sua terapêutica resulta em fracasso, alegam negligência dos pacientes quanto ao tratamento prescrito; ou, então, censuram-lhes a falta de fé na medicação. E quase sempre eles se saem bem, pois o homem comum não entende, a contento, o que seja a fé, nem sabe mobilizá-la em seu próprio benefício. Sendo do feitio humano que um acontecimento espetacular suplanta dezenas de outros sem sucesso, uma só cura de aparência miraculosa é suficiente para propiciar fama a qualquer de tais charlatões. Há pouco tempo, certa instituição médica (dos Estados Unidos da América do Norte), ao efetuar autópsias e pesquisas em centenas de indigentes, comprovou que mais de um terço deles havia contraído doenças graves e resistido às mesmas durante longos anos, curando-se, até, espontaneamente, sem precisar de tratamentos médicos ou de medicamentos específicos, de ação fundamental. Esses indigentes recuperaram-se mobilizando suas próprias defesas e reservas orgânicas, sem necessidade de qualquer intervenção ou disciplina médica. Em alguns casos, as úlceras tinham cicatrizado, sumiram-se as metástases cancerígenas, os pulmões lograram sua calcificação espontânea e o pâncreas recuperara-se de graves atrofias. Residuais de tumores provaram que eles foram drenados naturalmente pelas vias emunctórias, assim como a circulação sanguínea vencera profundas anemias e o coração restaurara-se, evitando infartos perigosos. Em dois casos de alcoólatras, o tecido conjuntivo hepático revelava indícios de cirrose regredida; e quatro por cento traíam vestígios de pronunciada amebíase nas paredes do cólon intestinal, espontaneamente restabelecido.

Mediunidade de Cura - Hercílio Maes/Ramatís.   

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