PERGUNTA: Mas o heroísmo e o sacrifício incondicionais
na existência humana em favor alheio, não beneficia o espírito, atenuando-lhe
as provas atrozes?
RAMATÍS:
Efetivamente, se a criatura, além de enfrentar a sua prova, ainda vive
existência digna e laboriosa, dando tudo de si, em sacrifício incondicional a
favor do próximo, ela fará jus ao auxílio dos espíritos assistentes aos que
sofrem, os quais lhe amenizarão o sofrimento pela terapêutica magnética, sem,
no entanto, anularem a prova a que ela está sujeita, pois trata-se de um resgate cármico.
Suavizarão a dor, porém, sem destruir ou impedir o expurgo dos fluidos tóxicos
do mal, pois este só pode ser extinto mediante a "limpeza"
profilática que o destrua "pela raiz".
Os fluidos de natureza inferior, densos nocivos,
aderidos ao perispírito, são um fardo ou "carga" molesta e
perturbadora do metabolismo perispiritual, e têm de ser expurgados através do
corpo carnal, que funciona como uma espécie de "mata-borrão" vivo, a
absorver esses fluidos venenosos, os quais, dessa forma são despejados depois,
no seio da terra, pela decomposição do cadáver. Mas o homem não deve queixar-se
de tais provas dolorosas, pois ele próprio é quem lhes dá motivo. Protestando
contra as mesmas, assemelha-se à criança, que, depois de haver atirado brasas
incandescentes nos seus companheiros, grita e revolta-se contra o fato de as
suas mãos terem ficado queimadas!
A dor e o sofrimento que atormentam o homem durante o
período dessa limpeza psíquica não são um castigo determinado por Deus, mas apenas
fruto ou efeito da reação natural e própria do tecido carnal afetado pela ação
corrosiva de elementos nocivos. No entanto, o objetivo é purificar a alma. Se o
cascalho, a semente de trigo ou os bagos de uva tivessem a faculdade de sentir,
decerto também se queixariam ao serem submetidos ao processo de alcançarem
melhor pureza ou qualidade, transformando-se, respectivamente, mediante
"provas" dolorosas, no cobiçado brilhante, na generosa farinha
nutritiva e no vinho delicioso!
A carga fluídica deletéria acumulada no perispírito
não se vaporiza mediante um "passe de mágica". É um expurgo saneador
útil ao espírito enfermo, e do qual não escapam a criança, o velho, o
sacerdote, o bandido, a santa, a prostituta, o herói ou o sábio, porquanto, se
na sua ficha cármica estiver averbado o débito de tal provação, a solução
radical para eliminar a doença e obter saúde é sanear a alma, livrando-a dos
venenos psíquicos.
O homem que, num momento de insânia, atira-se ao
charco repugnante de um pântano, mesmo que, depois, se arrependa do seu gesto
imprudente e se entregue à oração e modifique seu temperamento impulsivo, nem
por isso se livra do mau odor do seu corpo enlameado. E o recurso eficaz para
ficar limpo é providenciar um banho salutar! Ora, o lodo fluídico do
perispírito lava-se no "tanque de lágrimas" do próprio mundo onde foi
produzido.
Do livro: Mediunidade de Cura – Ramatís/Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento.
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