Sabedoria Ramatis

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terça-feira, 17 de março de 2015

Novos aspectos da saúde e das enfermidades - IX





PERGUNTA:  Mas o heroísmo e o sacrifício incondicionais na existência humana em favor alheio, não beneficia o espírito, atenuando-lhe as provas atrozes?

RAMATÍS:  Efetivamente, se a criatura, além de enfrentar a sua prova, ainda vive existência digna e laboriosa, dando tudo de si, em sacrifício incondicional a favor do próximo, ela fará jus ao auxílio dos espíritos assistentes aos que sofrem, os quais lhe amenizarão o sofrimento pela terapêutica magnética, sem, no entanto, anularem a prova a que ela está sujeita, pois trata-se de um resgate cármico. Suavizarão a dor, porém, sem destruir ou impedir o expurgo dos fluidos tóxicos do mal, pois este só pode ser extinto mediante a "limpeza" profilática que o destrua "pela raiz". 
Os fluidos de natureza inferior, densos nocivos, aderidos ao perispírito, são um fardo ou "carga" molesta e perturbadora do metabolismo perispiritual, e têm de ser expurgados através do corpo carnal, que funciona como uma espécie de "mata-borrão" vivo, a absorver esses fluidos venenosos, os quais, dessa forma são despejados depois, no seio da terra, pela decomposição do cadáver. Mas o homem não deve queixar-se de tais provas dolorosas, pois ele próprio é quem lhes dá motivo. Protestando contra as mesmas, assemelha-se à criança, que, depois de haver atirado brasas incandescentes nos seus companheiros, grita e revolta-se contra o fato de as suas mãos terem ficado queimadas!

A dor e o sofrimento que atormentam o homem durante o período dessa limpeza psíquica não são um castigo determinado por Deus, mas apenas fruto ou efeito da reação natural e própria do tecido carnal afetado pela ação corrosiva de elementos nocivos. No entanto, o objetivo é purificar a alma. Se o cascalho, a semente de trigo ou os bagos de uva tivessem a faculdade de sentir, decerto também se queixariam ao serem submetidos ao processo de alcançarem melhor pureza ou qualidade, transformando-se, respectivamente, mediante "provas" dolorosas, no cobiçado brilhante, na generosa farinha nutritiva e no vinho delicioso! 
A carga fluídica deletéria acumulada no perispírito não se vaporiza mediante um "passe de mágica". É um expurgo saneador útil ao espírito enfermo, e do qual não escapam a criança, o velho, o sacerdote, o bandido, a santa, a prostituta, o herói ou o sábio, porquanto, se na sua ficha cármica estiver averbado o débito de tal provação, a solução radical para eliminar a doença e obter saúde é sanear a alma, livrando-a dos venenos psíquicos. 
O homem que, num momento de insânia, atira-se ao charco repugnante de um pântano, mesmo que, depois, se arrependa do seu gesto imprudente e se entregue à oração e modifique seu temperamento impulsivo, nem por isso se livra do mau odor do seu corpo enlameado. E o recurso eficaz para ficar limpo é providenciar um banho salutar! Ora, o lodo fluídico do perispírito lava-se no "tanque de lágrimas" do próprio mundo onde foi produzido.

Do livro: Mediunidade de Cura – Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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