PERGUNTA: Que nos dizeis
quanto aos recém-nascidos que já vêm à luz do mundo estigmatizados por
enfermidades ou deformações físicas, sem, no entanto, haverem pecado?
RAMATÍS: Já explicamos que certos espíritos, ao
encarnarem-se, já são portadores de "carga fluídica" deletéria
acumulada em suas existências pretéritas. Então, ele nasce com o corpo lesado
por aleijões ou doenças congênitas, iniciando o seu expurgo saneador desde o
berço. Mesmo durante o período uterino e à medida que as energias ocultas se
condensam, para materializar o feto na figura humana, pode iniciar-se a
"descarga mórbida" do perispírito para o corpo físico ainda tenro, o
qual se transforma numa espécie de "mata-borrão" vivo e absorvente
das manchas e nódoas existentes no espírito. Inúmeras doenças constitucionais
do homem são válvulas de "despejo" ou purgação violenta de fluidos deletérios,
que se processa com o objetivo de possibilitar ao espírito, ao baixar à Terra,
livrar se, quanto antes, das toxinas perispirituais que o tornam enfermo.
PERGUNTA: E que dizeis
das criaturas abnegadas e virtuosas, que desencarnam torturadas por moléstias
atrozes, tendo, no entanto, vivido uma existência digna, sem os pecados que dão
origem aos fluidos tóxicos das doenças que as vitimaram?
RAMATÍS:
Efetivamente, falecem na Terra muitas criaturas boníssimas, serviçais e
abnegadas até ao sacrifício e que, no entanto, são vítimas do câncer, morféia, tuberculose
e outras moléstias cruciantes. Contudo, embora tais casos pareçam desmentir a tese
das toxinas psíquicas baixadas do perispírito para a carne, tais exceções têm
uma justificação. Trata-se de espíritos bastante endividados com a Lei Cármica.
E então, atendendo aos conselhos dos seus guias, no sentido de submeterem-se ao
sacrifício de uma limpeza drástica dos venenos que lhes intoxicam o perispírito,
eles decidem-se a reencarnar, empenhados numa luta de expiação dolorosa na vida
carnal, a fim de resgatarem maisdepressa as suas dívidas contraídas em
existências pretéritas.
Tais criaturas desligam-se dos bens do mundo, geram numerosa
prole e, às vezes, até criam filhos alheios, órfãos. Devotam-se febrilmente a
tarefas sacrificiais, imolando-se ao holocausto voluntário de servir e amar o
próximo sem condições ou interesses secundários. E algumas, mesmo doentes,
ainda buscam trabalho ou missões árduas, que causam espanto a quem as observa.
Vítimas do câncer ou de quaisquer outras enfermidades cruciantes, tão resignadas e pacientes elas se mostram, que até parecem
rejubilar-se ante a sua pesada "via-crúcis". 9
9 - Nota do Médium: Semelhante fato
aconteceu com nossa sogra, criatura boníssima, serviçal e devotada ao próximo,
mãe de 17 filhos e benfeitora de seus parentes. Vítima de um câncer atroz na
bexiga, ela atingiu a sua desencarnação sem pronunciar uma só palavra de
rebeldia contra Deus ou a própria vida. À noite, ela sufocava os gemidos para
não acordar os familiares que lhe velavam o sofrimento; na hora derradeira de
sua desencarnação e depois de tantas dores e padecimentos, só lhe ouvimos, em
sinal de queixa contra o seu destino pungente, o seguinte: "Ai, meu Deus!
já não suporto mais!" Um mês depois de desencarnada, graças à nossa
vidência, pudemos vê-la feliz e radiosa, recortada por extensa aura de um azul-claro
translúcido e celestial, cujas fímbrias emitiam reflexos prateados. Sua
fisionomia rejuvenescera e o seu físico (obeso) ficara elegante e gracioso. No
entanto, mais tarde soubemos que o seu espírito vinha-se preparando para essa
prova severa do expurgo do fluido cancerígeno, que ela também mobilizara, no
passado, pelo manuseio das forças negativas da magia, em prejuízo do próximo. No
entanto, a sua redenção fora tão excepcional, que, sob a influência do seu
espírito, hoje, sentimos renovar a nossa capacidade de estoicismo para
enfrentar as dores do mundo e as vicissitudes morais sem as queixas ou mágoas comuns.
Do livro: Mediunidade de Cura – Ramatís/Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento.
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