PERGUNTA: Mas conhecemos
criaturas tão magnânimas e santificadas, que achamos um verdadeiro sacrilégio
acharem-nas portadoras de mau-olhado!
RAMATÍS: Ainda não transitam
pela superfície da Terra "inocentes", "santos" ou "corações
puros", injustamente estigmatizados com mau-olhado, câncer ou
enfeitiçamento. Malgrado a surpresa das pessoas que nada encontram de nódoa ou culpa
nessas almas boníssimas e aparentemente injustiçadas, elas colhem os frutos
podres das ruins sementes lançadas no passado!
Mesmo devotando-se ao bem, elas podem ser portadoras do
mau-olhado, cujo fluido pernicioso ainda é o residual sobejado das existências
anteriores! Sem dúvida, elas sofrem e mortificam-se, curtindo remorsos pelos
prejuízos que semeiam involuntariamente, devido ao prolongamento da ação e da
carga maléfica estigmatizada nas atividades de outrora. Elas percebem o temor
alheio à sua amizade e suportam os mais cruéis vexames das criaturas primitivas,
pois são alvo de práticas supersticiosas e esconjuros hostis contra o seu
"olho ruim"! 4
4 - Nota do Médium: - Quando menino, presenciei um
acontecimento trágico a que somente agora dou o devido apreço. Defronte de
minha moradia viera morar uma senhora procedente de Pernambuco, simpática e
bastante serviçal para com os vizinhos. Mas alguns meses depois corria a
notícia de que ela possuía mau-olhado provocando na vizinhança as mais
descontroladas reações e temores. Dali por diante, a infeliz senhora foi
responsabilizada por toda espécie de doenças, desentendimentos caseiros, morte
de aves, quebranto de crianças e prejuízos nas plantações. Quando ela aparecia
à janela, os vizinhos persignavam-se ostensivamente, faziam esconjuros e figas,
inclusive algumas mandingas à sua porta, a fim de ela mudar-se! Finalmente,
certo dia estourou a notícia trágica; ela suicidara-se com soda cáustica, desesperada
pelo sofrimento de tão estranho estigma!
PERGUNTA:
- E que poderiam fazer tais pessoas para diminuir ou neutralizar os efeitos
danosos do próprio mau-olhado?
RAMATÍS: Só a continuidade de uma vida regrada, amorosa e sacrificial ao
próximo poderá reduzir no ser um estigma tão infeliz! O fluido mau do passado,
acumulado na região perispiritual adjacente à visão humana, lembra o fenômeno
da água suja da cisterna, a qual deve ser esgotada incessantemente para surgir
a água limpa. No caso do mau-olhado só há duas coisas a fazer: a criatura
libertar maior cota de luz interior pela renúncia, pelo amor e perdão
incondicional a todas as ofensas do mundo, ou descarregar o fluido do seu
mau-olhado em algum objeto que sirva propositadamente para um despejo
preventivo. Aliás, a carga maligna do mau-olhado se enfraquece pelo seu
esgotamento natural ou então purifica-se pelo sofrimento.
Do
livro: “Magia de Redenção” - amatís/Hercílio Maes – Editora do
Conhecimento.
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