Sabedoria Ramatis

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A Volição e o Poder da Vontade – Final




Pergunta: Não podemos deixar de nos emocionar ante a constatação dessa possibilidade de o espírito voar liberto das peias do solo físico!
Atanagildo:  Sei que isso vos entusiasma; noto-vos a sensação eufórica e a respiração excitada, ante este quadro atrativo que vos apresento. Como ser-vos-á delicioso volitar no Espaço, após a vossa desencarnação, livres das preocupações com duplicatas, dentistas, armazéns, aluguel de casa ou impostos! Que júbilo ouvir a música das esferas, sentir o perfume embriagador das flores paradisíacas e apreciar a po1icromia de paisagens encantadoras! São revelações que vos arrebatam a estados celestiais, de repouso e contemplatividade; sonhos que realmente vivem no subjetivismo de vossa memória etérica e repontam emotivamente, embora ainda permaneçais reclusos na carne terrena! O espírito encarnado é um viajante que deixou a sua pátria celestial e, mesmo quando ignora essa circunstância, costuma rever fugazmente alguns fragmentos do panorama sublime que o aguarda no futuro, assim como conserva no íntimo a recordação do seu verdadeiro lar celestial. E essas recordações se avivam quando alguém vos associa mentalmente às paisagens cerúleas dos planos superiores, como agora acontece convosco.
O que importa, porém, não é conhecerdes a natureza dos cenários edênicos, com suas sublimidades, mas tudo fazerdes para habitá-los, o que só se consegue através de uma vida digna e liberta das paixões tumultuosas, que intoxicam o perispírito e o impedem de desferir seu alto vôo ardentemente sonhado. Que vale sonhar com os ciprestes do Líbano, os lagos da Itália ou a majestade dos Andes, se nada fazemos para conhecê-los pessoalmente?

Pergunta:  O desenvolvimento da vontade, para o êxito da volição, no Espaço, deve começar quando ainda estamos encarnados?
Atanagildo:  As seqüências naturais e milenárias da vida- humana, no plano físico, sempre terminam desatando na alma as energias mentais adormecidas pela ociosidade espiritual. A existência planetária é uma perfeita e incessante "iniciação", em que o discípulo é submetido a uma multiplicidade de provas e práticas que o experimentam e melhoram a sua graduação. Entretanto, se a alma for preguiçosa, carecerá de milhões de anos para chegar a um estado de perfeição que lhe permita gozar da união com Deus. Existem seres (por exemplo, os iogas) que, pela auto-realização, abreviam de alguns séculos certas experimentações que lhes exigiriam longo tempo sob a letargia passiva da Lei do Carma.
Eles dinamizam a sua vontade, purificam o coração e extinguem a atribulação pela vida ilusória da matéria, até conseguirem ingressar na "corrente cósmica", que então os aproveita como novos condutores de almas e prepostos criadores no seio da vida sideral.
É óbvio, pois, que, se a vontade for desenvolvida por meio de algum salutar treinamento disciplinado, que desperte as forças internas e vos permita melhor domínio sobre o meio ilusório, a volição, no Além, ser-vos-á uma conquista indescritível pelos vocábulos humanos. No entanto, assim como o balão não ascensiona se estiver preso pelas amarras ao solo, também não podereis lograr êxito, de início, na volição, se partirdes do mundo terreno algemados às forças tirânicas das paixões e das sensações inferiores.
Do livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís/Atanagildo – Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.





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