PERGUNTA:
Por que os benzedores, em geral, são criaturas
incultas, pobríssimas, supersticiosas e até analfabetas?
RAMATÍS:
Eles podem ser incultos, analfabetos e supersticiosos com as suas crendices
exóticas, mas lidam com forças ocultas na mesma igualdade de condições com que
os radiologistas mobilizam os raios de "Roentgen", na radiografia, o
médico, o ultra-som, a eletroterapia, o infravermelho ou ultravioleta. Mas
enquanto as energias projetadas pelos aparelhamentos da ciência médica só agem
na estrutura física ou atômico-molecular, as forças mobilizadas pelos
benzedores atuam intimamente no psiquismo humano.
O
benzimento é uma projeção etéreo-astral impregnada da substância mental e emotiva
do benzedor,
ativando o campo energético combalido ou perturbado do paciente. Os médicos, benzedores
"oficiais", usam a eletroterapia de projeção de ondas de toda a
espécie oculta, e desintegram quistos, tumores ou excrescências virulentas,
assim como substâncias enfermiças que formam a sinusite e outras consequências
anômalas. No entanto, eles fracassam, quanto a eliminar o
"tóxico-psíquico" aderido ao perispírito do enfermo, cuja faixa
vibratória transcende a interferência dos aparelhos materiais e que só é
acessível às criaturas dotadas de faculdades mediúnicas.
Os
benzedores, malgrado serem incultos, agem exclusivamente pelo sentimento
caritativo de servir, enquadrando-se na simplicidade que é própria das "crianças"
do generoso convite de Jesus! A sua fé e boa-vontade transformam-nos em
verdadeiras usinas de forças catalisadas do mundo oculto, as quais penetram na
zona psicofísica dos enfermos e desintegram os fluidos ruinosos que aderem ao
perispírito e são produzidos por sentimentos de inveja, ciúme, vingança ou maledicência.
Enquanto o aparelhamento eletroterápico do mundo material só atua na
organização física, as cargas do "magneto vivo", que é o benzedor,
penetram a fundo na intimidade astralina do enfermo e removem-lhe a causa
mórbida.
Se
os benzedores fossem criaturas eruditas ou científicas, não tardariam em
fracassar, perturbados pela especulação acadêmica e a frieza do intelecto
humano. Aliás, muitos cientistas ainda lembram um eletricista teimoso, que
julga mais importante o vidro da lâmpada do que a força da usina elétrica. Como
o êxito do benzimento depende mais da fé e do sentimento amoroso do benzedor,
em vez da sua especulação científica, então é melhor que ele seja inculto e
ingênuo, a servir incondicionalmente sem alimentar qualquer desconfiança de ordem
científica. O intelecto do homem atual ainda é resultante de um desenvolvimento
artificial repleto de equívocos e frustrações; o cientista moderno é um
incontestável produto de laboratório fortemente dominado pelo vício de negar "a
priori" os princípios espirituais superiores da vida humana. Lembra, às
vezes, o cego que se julga seguro na caminhada pelas estradas do mundo, mas só
vê as coisas pelos olhos do cachorro que o guia. É um condicionado ao aforismo
de que "o espírito não existe", e que são tolas, supersticiosas e "não
cientistas" as pessoas que o creem. Em face desse condicionamento de "não
crença", o cientista pesquisa o imponderável através de fórmulas negativas
e já consagradas pelos cientistas precedentes, os quais, por sua vez, também as
herdaram de outros cientistas cépticos.
O
benzedor não pode ser um cientista, pois, se ele o fosse, jamais se abalaria a
benzer criaturas que se dizem vítimas de mau-olhado, enfeitiçamento, quebrantos
ou inveja! O poeta que se extasia diante do poente irisado de cores
deslumbrantes ficaria seriamente perturbado, caso o cientista lhe provasse que
a paisagem deslumbrante derramada pelo céu não passa de pura reflexão solar!
Ele também deixaria de cantar a beleza e a fragrância da rosa, ante a perfídia
do legista botânico, ao demonstrar-lhe a matemática atômica da flor, a composição
química da cor e a técnica prosaica da construção da nervura vegetal, que nada
têm de poesia, mas apenas de ciência.
Do livro: “Magia De Redenção”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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