As
fraternidades iniciáticas de outrora eram bastante criteriosas no acesso de
novos discípulos e aprendizes. Não é por acaso que havia iniciações,
antecedendo o primeiro grau de aprendizado junto aos mestres, que chegavam a
durar sete anos. Os neófitos eram avaliados, criteriosamente, durante esse período.
Os mestres, magos brancos, sabiam que havia perigo nos conhecimentos ocultos,
se o estudante não tivesse em si as chaves do discernimento para distinguir os
caminhos retos ou tortuosos da magia, correndo grande risco no acesso
precipitado às obras ocultistas. Dual é o poder da magia; daí a facilidade de
que se degenerasse em feitiçaria ou magia negra, pois para tanto bastava um mau
pensamento.
Esses
aprendizados ocultos, setenários, estavam relacionados com os mistérios da
física, da fisiologia, do psiquismo, da natureza dos elementos cósmicos e da
teogonia. Com a ausência de espiritualidade e de sentido moral na grande
maioria da população daquela época, em que predominavam os interesses
mesquinhos e mundanos, normais à falta de cultura daquelas comunidades e àquele
contexto evolutivo, a revelação generalizada desses conhecimentos faria muito
mal aos não iniciados e prejudicaria a todos. Por isso, era recomendado aos
discípulos dos grandes iniciados a propagação da verdade por meio de parábolas,
como forma de esclarecerem-se as criaturas sem revelar os mistérios. Isso tanto
é verdadeiro, que Jesus recomendava: "Não deis aos cães as coisas santas,
nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não aconteça que as pisem
com os pés e, voltandose, vos despedacem." O divino mestre antevia que se
os discípulos não estivessem preparados, não adiantava descortinar-lhes as
verdades ocultas. Essas questões são tão antigas quanto o homem, e todos os
iniciados que antecederam Jesus as entendiam e as percebiam: Zoroastro,
Pitágoras, Confúcio, Sócrates, Buda, Lao Tsé e tantos outros.
A
grande maioria dos "entendidos" de vossos dias ri dos feitiços e dos
amuletos, mas, no entanto, acaba sendo manipulada pelos "magos negros
encarnados", que não se utilizam mais desses meios externos para a prática
da magia.
Esses
magos negros são aqueles que, tendo pertencido às antigas fraternidades
brancas, foram banidos pela utilização incorreta dos ensinamentos ocultos e dos
elementais, que estão presentes em todos os planos vibracionais. Hoje, utilizam-se
desses conhecimentos para a dominação e o enriquecimento, com propósito
particular e egoísta.
São
de grande poder mental e carisma; quando falam, sua oratória magnetiza as
multidões. Estão representados na política em vosso parlamento, defendendo os
interesses de suas seitas; conseguem acesso aos meios de comunicação e se
aproveitam da pureza dos inocentes para angariar valores pecuniários, como se
fosse em prol da construção de novos templos.
Diante
da pureza da benzedeira, que com o galhinho de arruda e suas ervas propicia a
cura e o alento aos pobres e aos necessitados, eles a ridicularizam e a
classificam de possuída pelo demônio. Olham o mediunismo com escárnio, dizendo
que é coisa de doentes mentais. Manipulam a fé, ameaçando "que fora de
suas igrejas não há salvação". São dissimulados e muito inteligentes e,
nas reuniões entre si, planejam formas de angariar mais recursos e crescer mais
rapidamente.
Aproveitam-se
da pobreza e das mazelas ainda existentes em vosso orbe. A cada um é dado conforme
suas obras, e o tempo é o implacável professor das leis de causalidade que
regem o
Cosmo.
São
chegados os dias em que se resgatam os conhecimentos milenares dos mestres
antigos, trazendo à tona a verdade. O espiritismo esclarecedor, como o
Consolador enviado pelo Cristo-Jesus, aos poucos vai despertando as criaturas.
Jorram, sistematicamente, da fonte do Altíssimo informações e esclarecimentos,
e a via de comunicação da mediunidade é ferramenta abençoada para a expansão
das consciências. Amplia-se, aos poucos, o discernimento coletivo, e as
próprias comunidades já se mostram incrédulas quando não têm as elucidações
adequadas, requeri das pelo crivo da razão.
As
benzedeiras e os caboclos, tão ridicularizados, hoje já são vistos com outros
olhos. A utilização de ervas e fitoterápicos, como instrumentos de cura popular
e amparo aos necessitados, se faz mais presente em vossa própria medicina, que
lhes confere maior importância.
Nesse
resgate dos conhecimentos milenares, a fitoterapia despontará. É originária da medicina
ayurvédica, considerada como a mais antiga ciência
da
saúde, tendo surgido na Índia há cerca de 5 mil anos atrás. Foi ensinada por
milhares de anos nos templos das fraternidades iniciáticas, dentro da tradição
oral de transmissão dos conhecimentos dos mestres para os aprendizes.
Ramatís
- Do livro: “Chama Crística”
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