Sabedoria Ramatis

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Problemas do Vício de Fumar – III





Pergunta: Mas fumar é uma condição natural e comum em nosso mundo; é mesmo uma tradição cultivada em todas as classes e profissões, pois é adotada por homens cultos, cientistas, filósofos, médicos, alunos, professores, moços e velhos, homens e mulheres. Que dizeis?

Ramatís: Não é a preferência da quantidade de pessoas que fumam que justifica ou suaviza a sua característica viciosa e prejudicial, assim como ninguém passa a cultivar devotadamente as ervas daninhas só porque elas são mais numerosas que as flores do jardim!
O tabagismo é fonte de renda tão comum, que há cérebros especializados queimando fosfatos para descobrir novas técnicas e estímulos na arte de fumar ou na queima da erva tirânica, que deve ser ajustada conforme a classe, fortuna, hierarquia e distinção social do fumante.
Os sertanejos e os aldeões fumam o malcheiroso cigarro de palha ou então chupam os sarrentos pitas de barro ou madeira; os cidadãos comuns viciam-se aos cigarros de papel, enquanto os mais afortunados distinguem-se pelo uso de piteiras de arco de ouro e filtros. Os homens de responsabilidade, chefes de indústrias, autoridades públicas e políticas, sugam polpudos charutos de fumo escolhido e de marca requintada. Há, também, os epicuristas dos luxuosos e artísticos cachimbos de "espuma do mar", que lhes pendem dos lábios salivados, a disfarçar o cheiro acre e tóxico do tabaco, pela mistura de baunilha e cacau. Os menos educados e mais preocupados com a sua íntima satisfação não se pejam de queimar o desagradável charuto ou impregnar de sarro de cachimbo os ambientes saudáveis. 58

58 - Nota do Médium: Considerando-se que se pode avaliar o temperamento, os costumes e até as qualidades das pessoas através dos gestos das mãos, do modo de colocarem o chapéu, segurarem um copo ou uma xícara, a maneira esfomeada ou fidalga de se alimentarem, há de ser bastante egoísta, prepotente e "grosso" na gíria moderna o indivíduo que penetra numa confeitaria, restaurante familiar, trens e ônibus, a sugar ostensivo charuto ou fétido cachimbo pouco se importando com aqueles que repugnam o fumo.

Pergunta: Em face de vossas explicações, concluímos que não se fuma em planetas, cuja humanidade é de graduação espiritual superior ao homem terreno. Não é assim?

Ramatís:  Não é preciso o homem ser médico, anatomista ou fisiologista, para compreender quão delicada é a função e a composição dos pulmões humanos, os órgãos respiratórios responsáveis pela oxigenação que sustenta a vida física. A extensa e complicada rede de brônquios, lóbulos e toda espécie de canais e ramificações capilares, dispersas por toda a área pulmonar respiratória, não foram criados para atender ao metabolismo vicioso do fumo, mas destinados ao fenômeno da hematose ou oxigenação do sangue. É uma insensatez o homem transformar o equipo pulmonar, tão valioso, em filtrador de fumaça corrosiva e depósito de fuligem a comprometer a sua saúde.
É inacreditável que o homem, ser racional e pensante, submeta-se voluntariamente às consequências de sujeitar o seu sistema respiratório aos perigos da asma, bronquites, resfriados, gripes, edemas pulmonares, intoxicações, atrofias, pleurites, irritações laríngeo faríngeo, tuberculose e até câncer! Essas enfermidades podem estabelecer-se e progredir na área pulmonar, quando no primeiro surto já encontram terreno eletivo para grassar, evoluir e dominar.
A supercarga de anidrido carbônico, que resulta da má oxigenação, forma um residual opressivo disseminado pela rede venosa e sobrecarrega ó sistema arterial, produzindo uma percentagem indesejável de anorexia cerebral. Então, é comum as hemicranias, enxaquecas, mau hálito, cefaleias agravadas pela intoxicação anidrido-carbônica, inclusive pela vertência dos demais derivados do fumo, além da saliva nicotinizada e resíduos de picumã, que depois atingem o estômago, alteram a composição dos sucos gástricos, excitam o esôfago e perturbam o peristaltismo do intestino. Em suma, as humanidades espiritualmente mais evoluídas do que a terrena são sadias e conscientes de sua realidade imortal, bastante zelosas do seu organismo físico na vivência humana, semelhantes ao artista sensato que cuida seriamente do seu instrumento. Jamais elas se abalariam à tolice e ao ridículo de sugar ervas tóxicas e malcheirosas.

Do livro: “A vida Humana E O Espírito Imortal” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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