Obediente ao próprio esquema traçado pelo Alto, a Umbanda evolui, dia a dia, no sentido de tomar-se a cobertura religiosa ao sentimento devocional e religioso do povo brasileiro, enquanto ainda o esclarece pelos ensinamentos avançados da Lei do Carma e da Reencarnação!
O brasileiro ainda conserva desde o berço de sua raça a tendência fraterna e afetiva das três raças que lhe cimentam a formação do seu temperamento e constituição psicológica. Do negro, ele herdou a resignação, a ingenuidade e a paciência; do silvícola, o senso de independência, intrepidez e a boa fé; do português, a simplicidade comunicativa e alvissareira. Nele imprimiu-se um tipo de sangue quente e versátil, no qual circulam tanto as virtudes excepcionais, quanto os pecados extremos, mas, louvavelmente, em curso para a predominância de um caráter de espírito superior. E esse caldeamento heterogêneo ou mistura, que poderia sacrificar a qualidade dos seus caracteres originais, terminou por avivar o psiquismo do brasileiro, despertando-lhe uma agudeza espiritual incomum e em condições de sintonizá-lo facilmente à vida do mundo oculto. Consolida-se, então, uma raça possuidora de diversos valores étnicos de natureza espiritual benfeitora e que o Espiritismo e a Umbanda catalisam, pouco a pouco, para os grandes desideratos da Fraternidade entre os povos da Terra.
Jamais o brasileiro poderia viver à distância de um rito, uma cerimônia ou contato com espíritos desencarnados, o que justifica tanto a mesa espírita como os terreiros de Umbanda. O brasileiro ateu é uma anomalia psicológica, um caso de tratamento psicoterápico, pois ele é a semente destinada a germinar a sétima raça-mãe espiritual da Terra. Daí o motivo porque a Umbanda, através do seu "élan" e "denominador psíquico" em comum, que é o preto-velho, conseguiu realizar a curto prazo a confraternização positiva e incondicional de várias raças sob o mesmo credo, coisa que jamais pôde fazer até o momento qualquer outra doutrina, filosofia ou sistema político do mundo. Ela conseguiu aliciar sob a mesma bandeira, negros, poloneses, italianos, sírios, árabes, portugueses, russos, espanhóis, alemães, japoneses e judeus, os quais se comovem e se tornam verdadeiras crianças temerosas diante do preto-velho "sabido"...
Ramatís
Página 140 do capítulo “O Espiritismo e a Umbanda” - livro “A Missão do Espiritismo”. Primeira edição em 1967.
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