PERGUNTA:
— Qual a manifestação mais característica dos espíritos perversos, quando se
comunicam pela tiptologia?
RAMATÍS:
— Os espíritos perversos, levianos e escarnecedores enleiam os
encarnados com respostas incompletas e ditam frases tolas à conta de assuntos importantes.
Algumas vezes obrigam os componentes do trabalho tiptológico a longas esperas e
imobilizam a mesinha enquanto se riem à socapa da perplexidade e indecisão
incomodativa que causa. Eles fazem escrever as mesmas palavras inúmeras vezes;
produzem ditados paradoxais, compõem farsas históricas, revelações exóticas e
predizem acontecimentos contraditórios. Um dos seus habituais prazeres é o de
atiçarem a curiosidade dos assistentes, para depois deixá-los a meio caminho.
Os
mais pervertidos aproveitam-se da incipiência, da leviandade ou do interesse
vulgar dos presentes e, através da mesinha, compõem palavras e frases obscenas.
Os mais cruéis transmitem falsos avisos
de morte e semeiam a aflição entre os que os recepcionam, prevendo enfermidades
atrozes; para os doentes eles receitam remédios extravagantes e beberagens
nocivas, à conta de sábias prescrições médicas.
Certas
vezes induzem os seus admiradores às adorações idólatras e os incentivam na
crença de parvoíces religiosas; doutra feita, recomendam o uso de talismãs ridículos,
de insígnias tolas ou de orações misteriosas. Despreocupados de qualquer
conseqüência futura, eles fazem profecias levianas; asseguram excelentes
promoções para os militares, predizem extraordinários sucessos políticos ou
excelentes transações no comércio. Nenhum escrúpulo os detém, pois, conforme já
vos explicamos nesta obra, quando lhes aparece o ensejo oportuno, indicam
tesouros enterrados e traçam roteiros confusos para mortificarem aqueles que
tolamente se lançam à aventura infrutífera.
PERGUNTA: Em alguns
trabalhos tiptológicos, conhecemos espíritos solícitos que atendiam aos
interesses pessoais solucionavam problemas que beneficiavam grandemente os seus
consulentes. Qual o interesse deles nesse caso?
RAMATÍS:
— Como não há regra sem exceção, mesmo no Além, às vezes existe o
merecimento cármico da criatura para ser atendida diretamente nas suas
solicitações triviais ou mesmo de interesse material. No entanto, afora esses casos
acidentais, há que vigiar a intromissão de espíritos irresponsáveis,
galhofeiros ou imprudentes que, completamente equivocados naquilo que ensinam,
dispõem-se a orientar os seus consulentes levianos.
Não
há dúvida de que a continuidade do intercâmbio mediúnico, para fins de proveito
material, há de atrair para ambiente os espíritos ociosos, petulantes e interesseiros,
que ainda se apegam fanaticamente às tradições personalistas e às formas do
mundo físico. Eles são solícitos, mas sem escrúpulos; cuidam de todas as tricas
e quizilas da parentela consulente, enquanto também aceitam e sugerem qualquer
incumbência que possa amolecer as fibras dos seus simpatizantes incautos. Não
se recusam a atender às evocações assíduas que lhes fazem os interessados;
colocam-se serviçalmente à disposição da família e dos seus amigos, opinando quanto
ao dia favorável para se fazer a viagem de turismo, ou sobre a vizinha com quem
convém interromper a amizade.
Habilmente
evitam perder a simpatia daqueles que os consultam, e para isso só lhes ministram
orientações agradáveis e afastam as responsabilidades espirituais. Os conflitos
na família, as indisposições temperamentais e os seus pecados são transferidos
para a culpa de outrem; há sempre o vizinho invejoso, o "mau olhado",
a mediunidade em eclosão ou o serviço maléfico contrário, que então passam a
justificar todas as inânias. A tudo atendem e tudo prometem; são solícitos no
servir e hábeis no desfibrar as almas invigilantes.
DO
LIVRO: “MEDIUNISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.
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