PERGUNTA: Podeis dizer-nos se Jesus realizou realmente todos
os milagres relatados nos Evangelhos?
RAMATÍS: O Mestre realizou inúmeras curas e renovações
espirituais, que não devem ser consideradas milagres, mas resultantes de suas
faculdades mediúnicas. Em virtude de sua elevada hierarquia espiritual, e da incessante cooperação das entidades
angélicas que o assistiam, tudo o que ele realizava nesse sentido, embora tido
por miraculoso, era apenas conseqüência da aplicação inteligente das leis
transcendentais. Afora os Essênios terapeutas, que sabiam manejar com êxito as
forças ocultas e curavam pela imposição das mãos, só alguns outros iniciados ou
magistas, como Simão, o Mago, os discípulos de Apolônio de Tyana, sacerdotes, budistas
iogas ou adeptos emigrados do Egito, é que sabiam provocar tais fenômenos. Os demais,
mesmo cientistas altamente intelectualizados da Judéia e de Roma, ignoravam as
leis do mundo invisível; o conhecimento atual da fenomenologia mediúnica e a
existência de médiuns de alta capacidade ectoplásmica comprovam os mesmos
feitos do Sublime Galileu.
PERGUNTA: Então, os relatos evangélicos são exatos, quanto
aos milagres, embora possam ser explicados pela fenomenologia mediúnica?
RAMATÍS: Há grande confusão nos relatos evangélicos,
pois inúmeros fatos ocorreram de modo diferente do relatado; e também atribuíram-se a Jesus certos
milagres absolutamente estranhos à sua vida. Os compiladores do Evangelho
valeram-se bastante da tradição; no intuito de engrandecer a pessoa do Mestre
Galileu, atribuíam-lhe milagres que são repetições dos já atribuídos a outros
antigos missionários, reformadores, magos e videntes consagrados. A
ressurreição de Jesus e o desaparecimento de seu corpo lembram a aura lendária de
certos acontecimentos miraculosos do passado: Enoch teria sido arrebatado pelos
céus, desaparecendo o seu corpo carnal; Elias subiu aos céus em um carro de
fogo; o profeta babilônico Habacuc fez sua ascensão aos céus, pelos cabelos;
Pedro, em companhia de Jesus, andou sobre as águas do mar, assim como já o
haviam feito Rama, Moisés e outros precursores do Mestre. Em verdade, se Jesus
houvesse praticado tantas coisas consideradas sobrenaturais, tornando-se a cópia-carbono de magos e alquimistas famosos, então a sua fama
também seria fixada na história profana, como aconteceu a Simão, o Mago, Apolônio
de Tyana, Paracelso e outros iniciados. No entanto, somente os quatro
Evangelhos, aliás, escritos "segundo" o que os evangelistas disseram,
e não o que eles mesmos escreveram, referem-se aos milagres de Jesus.
O próprio Flavius Josefus, historiador da época, em suas narrativas,
não fez a mais leve citação a respeito dos milagres de Jesus.
DO LIVRO: “O SUBLIME PEREGRINO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO
CONHECIMENTO.
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