Sabedoria Ramatis

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domingo, 27 de março de 2016

A IMPORTÂNFCIA DO TRABALHO.



Pergunta:  Apesar de o homem dignificar-se com uma tarefa nobre, ninguém deseja, em sã consciência, ser um escravo do trabalho! Que dizeis?

Ramatís: - Em verdade, o trabalho não honra nem dignifica o homem, à guisa de uma função meritória para graduação celestial! São as criaturas extremamente ambiciosas que trabalham como animais desde o nascer até o pôr-do-sol, mas apenas buscando a sua segurança e fortuna, avaros e indiferentes aos problemas dos subalternos ou companheiros. E o pior é que tais homens, depois de ricos e injustos para os que os ajudam a enriquecer, às vezes causam mais prejuízos ao próximo do que quando pobres! 40

40 - Nota do Médium: Conheci em 1939 certo mendigo lamurioso, que se queixava amargamente das injustiças sofridas no mundo, inclusive quando prostituiram-lhe a filha mais velha, por culpa de afortunado industrial liberado pela Justiça. Mas, por um golpe de sorte, durante a última guerra ele conseguiu acumular regular fortuna vendendo ferro e metais velhos, esmolados. Quando morreu, em 1965, esse "ex-mendigo" deixou o seguinte passivo na sua vida: desonrara cinco menores; duas degradaram-se na prostituição e uma delas suicidou-se infamada. Além disso, lançara na miséria um sobrinho que lhe emprestara importância da venda de sua casa; ludibriara duas firmas fornecedoras, esquivando-se de assumir o compromisso público, além de prejuízos a diversos operários numa concordata fraudulenta. Finalmente, nos últimos meses de vida abandonara a própria mulher e os filhos, que o haviam acompanhado nas horas amargas, para viver nababescamente com uma vedeta de má fama!

Por isso, a Divindade ajusta os espíritos primários aos orbes físicos, como a Terra, onde o trabalho é uma condição fundamental de sobrevivência! Ficam presos às obrigações cotidianas, sustados na excessiva liberdade ou no poder financeiro, que poderiam levá-los prematuramente a atos danosos para si e para a coletividade. O conceito de que os "burros andariam cheios de medalhas, se o trabalho fosse honra", demonstra a ignorância do terrícola quanto à ação dinâmica e criadora do trabalho na formação indireta da consciência espiritual do homem, que lhe ativa o processo criador do futuro anjo.

O homem tanto pode aceitar como renegar o trabalho, tornando-se um cidadão útil ou marginal revoltado e danoso para a comunidade! Ele dispõe do "livre-arbítrio" para decidir e agir quanto à sua própria pessoa; mas, é de Lei Sideral, que será tolhido espiritualmente, toda vez que de seus atos egotistas resultarem prejuízos aos demais companheiros. 
No entanto, tudo o que existe sobre a face do orbe terreno, que glorifica e beneficia a humanidade, é fruto indiscutível do trabalho! Embora a mente humana seja criadora, ela nada poderá realizar sem o recurso dinâmico do trabalho, operação indiscutível, que transforma em atividade concreta os desejos e as idéias permanentemente vividas na alma humana! Sob qualquer hipótese, o trabalho disciplina, dá calor e energia aos músculos do homem, faz convergir a sua atenção e cuidado para uma realização positiva. 41

41 - "O trabalho distingue a humanidade do animal. Desperta as messes nos pampas. Extrai metal luzindo dos mais negros antros, converte a argila em lar, a pedreira em estátua, o trapo em vela, a cor em quadro, a chispa em frágua, a palavra em livro, o raio em luz, a catarata em força, a hélice em asa. Seu esforço secular criou o poder do homem sobre as forças naturais, dominando-as antes, para utilizá-las depois. É obra sua a alavanca, a cunha, o machado, a roda, a serra, o motor e a turbina. Nada existe no mundo que não conserve o vestígio de suas virtudes vencedoras do tempo. 
O trabalho é um dever social. Os que vivem sem trabalhar são parasitas mórbidos, que usurpam aos outros homens uma parte do seu labor comum." - Trechos extraídos da obra "As Forças Morais" de José Ingenieros, editada pela Livraria Tupã.



DO LIVRO: “A Vida Humana e o Espírito Imortal” Ramatís/Hercílio Maes – EDITORA DO CONHECIMENTO.




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