Pergunta: Existe
algum lugar, no Além, que se assemelhe ao inferno bíblico, tão apregoado pelo
Catolicismo e pelo Protestantismo?
Atanagildo:
Na verdade, os espíritos
que no mundo físico se deixam dominar por paixões degradantes e se entregam a
crimes aviltantes passam a habitar regiões no Além, que de qualquer modo
superam a velha idéia do inferno teológico, que a lenda afirma ser dirigido por
um. Diabo revoltado contra Deus, sempre afadigado no seu reinado de fogo e enxofre.
É evidente que Deus não criou nenhum. inferno para colocar nele os seus filhos pecadores;
estes é que se elegem voluntariamente para a hospedagem em regiões que se afinam
às suas vilezas. Sem dúvida, não há inferno pior que aquele que a alma cria em
sua própria intimidade espiritual, quando depois é acicatada pelo remorso
proveniente de suas mazelas espirituais.
Pergunta: Qual a diferença
que existe entre o inferno teológico, pregado pelos católicos e protestantes,
comparando-o com a natureza dessas regiões do astral inferior?
Atanagildo:
Como se vê pelas velhas oleogravuras
hebraicas, o inferno teológico é um produto lendário e tradicional, criado pela
fantasia dos povos hebreus, que escolheram o que há de melhor do mundo para
compor o cenário do céu, assim como reservaram o que de mais cruel é conhecido
na Terra, para então imaginarem o inferno, com o seu temível Satanás! Mas
acontece que os teólogos cometeram um grave equívoco, ao se esquecerem de
melhorar gradativamente tanto o céu como o inferno que idealizaram, uma vez que
a humanidade tem se entregado incessantemente a novos inventos, realizações artísticas
e grandes descobertas científicas. Por
isso, o paraíso teológico ainda apresenta, no século XX, as mesmas emoções e prazeres
já conhecidos há milênios, enquanto que o inferno continua com os seus castigos
anacrônicos e o seu cenário ilógico e infantil, bastante insuficiente para
atemorizar os homens da era atômica.
Acontece
que esse inferno, idealizado como o foi, desmente a Bondade e a Justiça de Deus,
pois inclui a idéia cruel de que os pecadores tem de sofrer atrozmente por toda
eternidade, quando a verdade é que as regiões inferiores, ou abismais,
descritas nas comunicações mediúnicas, não são zonas de sofrimento eterno,
embora eu mesmo tenha constatado a existência de certas situações de pavor e
desespero nessas regiões, que ultrapassam de muito qualquer aspecto do inferno
mitológico e mesmo impressionantes descrições da "Divina Comédia" de
Dante Alighieri.
Do
livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís – Atanagildo/Hercílio Maes –
Editora do Conhecimento.
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