Sabedoria Ramatis

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terça-feira, 9 de junho de 2015

O Diabo e a sede do seu reinado - I





Pergunta:  Existe algum lugar, no Além, que se assemelhe ao inferno bíblico, tão apregoado pelo Catolicismo e pelo Protestantismo?
Atanagildo:  Na verdade, os espíritos que no mundo físico se deixam dominar por paixões degradantes e se entregam a crimes aviltantes passam a habitar regiões no Além, que de qualquer modo superam a velha idéia do inferno teológico, que a lenda afirma ser dirigido por um. Diabo revoltado contra Deus, sempre afadigado no seu reinado de fogo e enxofre. É evidente que Deus não criou nenhum. inferno para colocar nele os seus filhos pecadores; estes é que se elegem voluntariamente para a hospedagem em regiões que se afinam às suas vilezas. Sem dúvida, não há inferno pior que aquele que a alma cria em sua própria intimidade espiritual, quando depois é acicatada pelo remorso proveniente de suas mazelas espirituais.

Pergunta: Qual a diferença que existe entre o inferno teológico, pregado pelos católicos e protestantes, comparando-o com a natureza dessas regiões do astral inferior?
Atanagildo:  Como se vê pelas velhas oleogravuras hebraicas, o inferno teológico é um produto lendário e tradicional, criado pela fantasia dos povos hebreus, que escolheram o que há de melhor do mundo para compor o cenário do céu, assim como reservaram o que de mais cruel é conhecido na Terra, para então imaginarem o inferno, com o seu temível Satanás! Mas acontece que os teólogos cometeram um grave equívoco, ao se esquecerem de melhorar gradativamente tanto o céu como o inferno que idealizaram, uma vez que a humanidade tem se entregado incessantemente a novos inventos, realizações artísticas e grandes descobertas científicas. Por isso, o paraíso teológico ainda apresenta, no século XX, as mesmas emoções e prazeres já conhecidos há milênios, enquanto que o inferno continua com os seus castigos anacrônicos e o seu cenário ilógico e infantil, bastante insuficiente para atemorizar os homens da era atômica. 
Acontece que esse inferno, idealizado como o foi, desmente a Bondade e a Justiça de Deus, pois inclui a idéia cruel de que os pecadores tem de sofrer atrozmente por toda eternidade, quando a verdade é que as regiões inferiores, ou abismais, descritas nas comunicações mediúnicas, não são zonas de sofrimento eterno, embora eu mesmo tenha constatado a existência de certas situações de pavor e desespero nessas regiões, que ultrapassam de muito qualquer aspecto do inferno mitológico e mesmo impressionantes descrições da "Divina Comédia" de Dante Alighieri.
Do livro: “A Sobrevivência do Espírito” Ramatís – Atanagildo/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.


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