PERGUNTA: Mas não é estranhável, quando os
"pretos-velhos" ou os caboclos também receitam alopatia, num
desmentido à tradição ou ao receituário peculiar do mediunismo de Umbanda?
RAMATÍS:
Não opomos dúvida a que o "preto-velho", o caboclo e o silvícola às
vezes prescrevam drágeas, comprimidos, injeções, sedativos e até antibióticos,
que não conheciam em vida, em flagrante contradição ao seu velho hábito de
receitar ervas, infusões, xaropes ou homeopatia.
Mas isso explica-se facilmente pela interferência anímica
dos próprios médiuns ou "cavalos" de Umbanda, quando eles prescrevem
a alopatia que é do seu conhecimento pessoal e lhe emerge do subconsciente
associada à natureza da doença do consultante. Aliás, não existindo regra sem
exceção em todo o Cosmo, há casos urgentes em que os "pretosvelhos" ou
os caboclos decidem-se pela alopatia; mas eles assim o fazem sob a recomendação
de espíritos de médicos desencarnados, que também os ajudam e os assistem do
"lado de cá", uma vez que o serviço de socorro espiritual aos
"vivos" é sempre efetuado por meio de equipes. Acontece, também, que,
quando o "cavalo" de Umbanda, além de médium, é médico, custa-lhe
vencer o seu próprio condicionamento acadêmico, forjado na sua profissão
escrava da medicina alopática. Embora atuando sob a influência dos "pais de
terreiro" e prescrevendo corretamente a medicação para combater as doenças
dos consulentes, de início, o médium-médico substitui os remédios de ervas,
infusões e mezinhas domésticas pela sua farmacologia alopática mais conhecida,
a qual lhe inspira mais confiança. Mas esses percalços não significam desdouro
para o médico entregue à tarefa generosa e humilde de servir ao próximo, embora o faça
no ambiente de Umbanda, desde que se despreocupe de qualquer remuneração
profissional. Em breve há de atrair para junto de si os espíritos de bom
quilate espiritual, capazes de ajudá-lo no desempenho de suas tarefas caritativas.
Quer o médico receite ervas, xaropes ou infusões sob o comando dos "pretos
velhos", e dos caboclos, ou seja, pela intuição acadêmica de outros
colegas desencarnados, sempre há de lograr melhor sucesso, quando faça o bem
pelo Bem.
Em verdade, a cura dos enfermos não se subordina
somente à capacidade ou à fama dos remédios prescritos pelos médicos ou pelos
espíritos desencarnados, mas o sucesso quase sempre depende da receita mais
acertada. Não importa se é homeopatia, xarope, erva, injeção ou antibiótico,
mas, sim, se a prescrição se ajusta perfeitamente às condições do enfermo. Quantas
pessoas, no vosso país, depois da "via-crucis" pelos consultórios
médicos, hospitais e tratamento de águas terapêuticas, aflitas por livrarem-se da
úlcera gástrica ou duodenal, depois conseguiram restabelecer-se prontamente só
pelo uso prolongado da famosa erva original do Brasil, denominada
"Maytenus iliciforia martius", ou mais popularizada como "espinheira-santa"?
Assim, o médico que desenvolve sua faculdade mediúnica
no intercâmbio humilde entre os espíritos de "pretos-velhos",
caboclos ou silvícolas, mas preocupado apenas em servir o próximo sem qualquer
interesse pessoal, não deixa de ser um espírito superior liberto do preconceito
acadêmico do mundo transitório, para filiar-se às falanges do Bem inspiradas por
Jesus!
Do livro: Mediunidade de Cura – Ramatís/Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento.
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