PERGUNTA: Haverá alguma correlação entre os casos
desses indigentes e os dos curandeiros, charlatões ou falsos médiuns, que
também promovem curas tidas como surpreendentes?
RAMATÍS: É evidente que, se algum curandeiro ou médium houvesse tratado desses doentes
curados de forma espontânea, ele seria consagrado como famoso terapeuta que
poderia devolver a saúde aos desenganados da medicina oficial. E, em breve, a imaginação
exaltada do povo crédulo o tomaria como um ser possuidor de virtudes ou poderes
sobrenaturais, atraindo multidões de sofredores.
O homem astuto e experimentado também pode simular a
prática da mediunidade e até receitar com acerto, caso conheça a ação
terapêutica dos medicamentos, orientando-se mediante as bulas e pela leitura
dos"mementos farmacêuticos". Há indivíduos ledores de revistas
médicas, que chegam a formular diagnósticos aceitáveis, em contraste com certos
médiuns anímicos, incultos ou supersticiosos, cuja ignorância constitui sério
obstáculo, que anula as benéficas intuições do seu guia. Esse é um dos motivos
que nos levam a insistir em concitar os médiuns a integrarem-se conscientemente
nos postulados do Espiritismo e estudar o mecanismo da mediunidade, assim como
assimilar os ensinamentos básicos da própria ciência profana do mundo material.
Só assim ser-lhes-á possível cooperarem com êxito no serviço terapêutico, em
favor do próximo, e sanear o ambiente espírita, afastando os aventureiros e os
pseudomédiuns.
PERGUNTA: Gostaríamos de ressaltar a necessidade
de se fazer a seleção na seara espírita, a fim de que o serviço mediúnico selivrasse
dos pseudomédiuns e dos charlatões que oneram as tarefas dos médiuns dignos!
RAMATÍS:
É muito difícil distinguir, de início, o charlatão na seara espírita, pois o
fenômeno mediúnico, principalmente o intuitivo, não demonstra sinais visíveis
que comprovem a sua falsidade. Também não existe uma fiscalização oficial por
parte do mundo espiritual a esse respeito, afora a advertência de que será dado
a "cada um segundo suas obras"! Não há dúvida de que tanto o médium
mercenário que negocia com o dom mediúnico, como o charlatão que o mistifica,
igualam-se pelo serviço deficiente, censurável e interesseiro. Malgrado o protesto
dos mais sentimentalistas, que não se conformam com o fato de a doutrina
espírita sofrer a fiscalização da própria Ciência terrena, no futuro, realmente,
esta muito ajudará a demarcação definitiva dos trabalhadores espiríticos, definindo
serviços mediúnicos reais e justos, em confronto com os que invadem a seara espírita
para encetar o comércio perigoso com os mefistófeles do mundo oculto, ou prostituírem
o dom medi único concedido para sua própria redenção espiritual.
O médium intuitivo, bom, honesto e benfeitor, ainda é
instrumento preferido para o intercâmbio com os espíritos superiores, antes de
qualquer médium sonambúlico ou mecânico excepcional, mas subvertido em sua
conduta moral pelo ganho capcioso. Raras criaturas detiveram no mundo faculdade
tão poderosa quanto Rasputin; e, no entanto, o seu intercâmbio com o mundo
oculto foi apenas um serviço inferior e egotista. Malgrado ele ter sido
utilizado pelo Alto com a finalidade de apressar a demolição do império russo
faustoso e cristalizado pela cupidez, vaidade, orgulho e impiedade
de uma aristocracia viciosa explorando o povo esfomeado, o dom mediúnico
excepcional manejado por Rasputin não é o que mais beneficia o gênero humano.
Qualquer tarefa comum e sem manifestações espetaculares é sempre superior a tal
poder, caso esteja garantida pela assistência sublime de Jesus!
A faculdade mediúnica intuitiva, só em casos
raríssimos oferece alguns resultados integralmente autênticos, pois os médiuns,
durante o seu contacto com os espíritos, não abdicam de sua vontade, nem
abandonam a bagagem de virtudes ou de pecados das suas existências pregressas.
O médium intuitivo, evangelizado, repetimos, embora seja tecnicamente
incipiente para transmitir a realidade do mundo oculto para os encarnados, pode
revelar mensagem superior desde que a mesma mereça a chancela angélica.
Do livro: Mediunidade de Cura – Ramatís/Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento.
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