PERGUNTA: Os marcianos usam jóias, distintivos, ornamentos ou enfeites? As mulheres
marcianas apreciam colares, pulseiras ou decorações?
RAMATIS:
Isso seria incompatível com o grau de espiritualidade que já
alcançaram. Vivendo ardentemente o conceito de "ser útil e
verdadeiro", evitam motivos ou recursos que as valorizem artificialmente.
Nas estatísticas de ascensão espiritual, observa-se que, à medida que a alma se
vai libertando das contingências das formas, vai revelando, também, que se apossa
de uma concepção de beleza real e superior. As pinturas berrantes, os enfeites excessivos
na forma de berloques, brincos ou condecorações, tão ao gosto terreno, lembram ainda
o deleite primitivo dos silvícolas, enlevados nas suas quinquilharias e
penduricalhos exteriores. Eles compensam a ausência de raciocínio espiritual,
com os entretenimentos e exterioridades infantis, assim como algumas seitas religiosas
compensam a vacuidade espiritual das massas na ostensividade das cerimônias
idólatras e nas liturgias de colorido fascinante. O verdadeiro desapego ao
mundo ilusório das formas sugestivas é apanágio das almas já afeitas ao
"reino silencioso do Cristo".
PERGUNTA:
Mas os
enfeites humanos da Terra não deixam de revelar essa delicada estesia a que o
irmão alude com referência a Marte, pois são confeccionados nas mais sedutoras
ourivesarias. Não acha?
RAMATIS:
Embora sejam enfeites de safiras, turmalinas, diamantes, topázios
ou rubis, engasgados em rendilhados de ouro ou de prata, ou pendentes de ricos
colares ou, ainda, em pulseiras refulgentes – na realidade, é tudo a ingênua
sublimação dos zulus das contas de vidro ou dos pajés com os seus penduricalhos
de ossos. A diferença consiste, apenas, na qualidade ou natureza dos objetos.
As pinturas ostensivas e berrantes, nas máscaras dos selvagens, ainda encontram
o seu reflexo no "maquillage" da civilização ou nos folguedos de
carnaval. Aliás, no vosso mundo, já conceituais que os homens sábios são
modestos e avessos a jóias ou bens materiais. Isto vos comprova que os descobridores
dos tesouros que "a traça não rói e a ferrugem não come"' não colocam
a sua ventura na transitoriedade dos superficialismos terrenos, que se findam à
beira do túmulo.
O
estado espiritual dos marcianos, de maior grau evolutivo do que vós, afasta-os
de exterioridades exibicionistas, tal é a riqueza de sua sensibilidade sideral.
Eles preferem revestir o solo, os umbrais e os pisos dos edifícios e dos lagos,
com lâminas de metais preciosos, a retalhá-las para os enfeites do corpo
perecível.
PERGUNTA: É desairoso, porventura, o uso de um cronômetro no pulso, a fim
de se verem as horas que marcam a disciplina cotidiana?
RAMATIS:
Folgamos em que tenhais determinado: "a fim de se verem as
horas que marcam a disciplina cotidiana"; pois confundis a função
intrínseca do relógio humano com a sua virtual aparência de enfeite, o que vos leva
ao uso de custosos e ricos cronômetros, mais ostensivos como "ornamentos
de pulso" do que, propriamente, pela sua utilidade prática.
No
entanto, é comum agravardes os vossos orçamentos domésticos, no sacrifício do "essencial
útil", como é um cronômetro para
marcar as horas, pelos espalhafatosos enfeites, que são ainda um eco longínquo
do bugre ornamentado de lentejoulas exóticas.
Do livro: “A VIDA NO PLANETA
MARTE E OS DISCOS VOADORES” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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