Sabedoria Ramatis

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sexta-feira, 22 de maio de 2015

A VIDA NO PLANETA MARTE E OS DISCOS VOADORES - Aspectos humanos – VI




PERGUNTA: Os marcianos usam jóias, distintivos, ornamentos ou enfeites? As mulheres marcianas apreciam colares, pulseiras ou decorações?

RAMATIS: Isso seria incompatível com o grau de espiritualidade que já alcançaram. Vivendo ardentemente o conceito de "ser útil e verdadeiro", evitam motivos ou recursos que as valorizem artificialmente. Nas estatísticas de ascensão espiritual, observa-se que, à medida que a alma se vai libertando das contingências das formas, vai revelando, também, que se apossa de uma concepção de beleza real e superior. As pinturas berrantes, os enfeites excessivos na forma de berloques, brincos ou condecorações, tão ao gosto terreno, lembram ainda o deleite primitivo dos silvícolas, enlevados nas suas quinquilharias e penduricalhos exteriores. Eles compensam a ausência de raciocínio espiritual, com os entretenimentos e exterioridades infantis, assim como algumas seitas religiosas compensam a vacuidade espiritual das massas na ostensividade das cerimônias idólatras e nas liturgias de colorido fascinante. O verdadeiro desapego ao mundo ilusório das formas sugestivas é apanágio das almas já afeitas ao "reino silencioso do Cristo".

PERGUNTA: Mas os enfeites humanos da Terra não deixam de revelar essa delicada estesia a que o irmão alude com referência a Marte, pois são confeccionados nas mais sedutoras ourivesarias. Não acha?

RAMATIS: Embora sejam enfeites de safiras, turmalinas, diamantes, topázios ou rubis, engasgados em rendilhados de ouro ou de prata, ou pendentes de ricos colares ou, ainda, em pulseiras refulgentes – na realidade, é tudo a ingênua sublimação dos zulus das contas de vidro ou dos pajés com os seus penduricalhos de ossos. A diferença consiste, apenas, na qualidade ou natureza dos objetos. As pinturas ostensivas e berrantes, nas máscaras dos selvagens, ainda encontram o seu reflexo no "maquillage" da civilização ou nos folguedos de carnaval. Aliás, no vosso mundo, já conceituais que os homens sábios são modestos e avessos a jóias ou bens materiais. Isto vos comprova que os descobridores dos tesouros que "a traça não rói e a ferrugem não come"' não colocam a sua ventura na transitoriedade dos superficialismos terrenos, que se findam à beira do túmulo.
O estado espiritual dos marcianos, de maior grau evolutivo do que vós, afasta-os de exterioridades exibicionistas, tal é a riqueza de sua sensibilidade sideral. Eles preferem revestir o solo, os umbrais e os pisos dos edifícios e dos lagos, com lâminas de metais preciosos, a retalhá-las para os enfeites do corpo perecível.

PERGUNTA: É desairoso, porventura, o uso de um cronômetro no pulso, a fim de se verem as horas que marcam a disciplina cotidiana?

RAMATIS: Folgamos em que tenhais determinado: "a fim de se verem as horas que marcam a disciplina cotidiana"; pois confundis a função intrínseca do relógio humano com a sua virtual aparência de enfeite, o que vos leva ao uso de custosos e ricos cronômetros, mais ostensivos como "ornamentos de pulso" do que, propriamente, pela sua utilidade prática.
No entanto, é comum agravardes os vossos orçamentos domésticos, no sacrifício do "essencial útil", como é um cronômetro para marcar as horas, pelos espalhafatosos enfeites, que são ainda um eco longínquo do bugre ornamentado de lentejoulas exóticas.

Do livro: “A VIDA NO PLANETA MARTE E OS DISCOS VOADORES” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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