PERGUNTA: Alguns críticos espíritas afirmam que as
vossas mensagens, embora entusiasmem pelo assunto profético pelo exotismo das
revelações, distraem os discípulos, fazendo esquecerem a mensagem singela do
Evangelho. Que nos podeis dizer a respeito?
RAMATÍS: Certos de que Deus sabe o que faz, cingimo-nos às
suas diretrizes e não às dos homens.
Não opomos dúvida quanto à urgente necessidade da singela
evangelização da criatura terráquea, a fim de poder enfrentar galhardamente os
momentos dolorosos de que se aproxima o vosso mundo. Inegavelmente, é melhor a
purificação do sentimento do que o brilho do raciocínio; que o coração domine
primeiro o cérebro. Mas a própria angelitude exige absoluto equilíbrio entre
cérebro e coração. A figura do Anjo, revelando-se na harmonia perfeita das suas
asas, é o símbolo desse augusto binômio divino, em que a asa direita da
sabedoria se ajusta ao completo equilíbrio da asa esquerda, do sentimento purificado.
Só a sabedoria e o sentimento, completamente desenvolvidos, é que facultam à alma o vôo incondicional no Cosmo. O espírito pode evolucionar exclusivamente pelos caminhos
do coração, se assim preferir, mas não se livra de retornar à vida física, a
fim de obter alforria completa na educação do intelecto.
As mensagens que vos ofertamos estão isentas de ódio, de
malícia ou de discórdia; não é o seu conteúdo exótico que produz fascinações extemporâneas;
o próprio momento profético e entrevisto no subjetivismo do espírito é que desperta
atração para o tema “Os tempos chegados”. Há que compreenderdes também que a
mensagem singela do Evangelho não exige o retorno do homem ao primitivismo das
cavernas; Jesus não veio destruir a Lei, mas cumpri- la. Não vos pede que troqueis
o terno de casimira pela tanga do selvagem ou o veículo motorizado pelo carro
de bois; nem vos ordena que excomungueis o conhecimento e que vos dediqueis exclusivamente às compungidas orações.
Oxalá fôsseis realmente sábios como Jesus o é! Justamente a sua sabedoria é que o tornava tão compreensível, e o seu extraordinário conhecimento psicológico é que o fazia tão terno. Na Terra, o ermitão fanático, que foge do mundo e se recolhe às grutas das florestas, também é capaz de abrir o coração do infiel que lhe rejeite a cartilha de devoção; no entanto,
muitos sábios, trajando a rigor social, renunciam à vida para o bem da ciência
humana. Francisco de Assis, quer vestindo-se com o hábito de frade ou pelo último
figurino da moda, portador de um anel de grau ou simples operário na limpeza
das cidades, nunca se distanciaria da singeleza do Evangelho! Só a perturbação
íntima é que distrai do Evangelho, e muitos há que se perturbam até mesmo no
exercício dos ensinos de Jesus.
Ramatís. (Informativo Ramatís
- 08)
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