O
homem evangelizado, o herói sideral, ou autêntico vencedor da batalha da vida
humana, sabe perfeitamente que os seus maiores inimigos são os vícios, as
paixões degradantes e os prazeres extravagantes. São bens transitórios e não
duradouros, como se afirmam as qualidades do espírito imortal. Embora
considerado um tolo, ou pobre de espírito, porque se apaga na competição
violenta do mundo carnal, o evangelizado é justamente a alma livre emancipada,
que domestica essas forças animais alojadas em si mesmo e dominantes na face
triste e ilusória do orbe físico.
Paradoxalmente,
nessa eventual "fraqueza humana" é que reside exatamente o poder e a
glória do espírito evangelizado, o qual se liberta definitivamente da coação
das formas ilusórias da matéria. Sem dúvida, o homem que renuncia
incondicionalmente à porfia humana, para ceder em favor do seu competidor e
desafeto, proclama-se um ser excêntrico, que cultua no mundo físico uma lei
estranha e inacessível às criaturas ainda afeitas à espoliação alheia. O
evangelizado é um fraco perante' o mundo de César, aliás, presa fácil da rapina
alheia, ou aparente fracassado em qualquer iniciativa utilitarista ou
mercenária do mundo. No entanto, suposto mendigo entre os homens ambiciosos, é
o gigante indestrutível e poderoso, mobilizado de armas superiores para um reino
onde a vida é autêntica, porque é definitiva.
Ramatís – “O Evangelho À Luz Do
Cosmo”
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