PERGUNTA:
- Qual é a diferença da mesma palavra de sentido comum no mundo profano, mas
consagrada como um "mantra" nos ambientes religiosos, esotéricos e
iniciáticos?
RAMATÍS: Há homens que passam indiferentes diante de um majestoso roseiral
esmagando as pétalas espalhadas no solo; o artista, no entanto, comove-se,
enlevado diante da mais singela rosa! Há homens que falam no Cristo com a mesma
displicência com que mencionam a marca do cigarro preferido. Mas, também,
existem os que se alheiam do próprio mundo quando pretendem evocar a imagem do
mais generoso amigo do homem! Aliás,
o vocábulo profano define uma idéia oposta ou estranha ao que é sagrado,
venerável, inviolável, puro e santo, vinculado a ritos mágicos, cultos
religiosos ou cerimônias iniciáticas.
Em
conseqüência, a mesma palavra que só identifica uma idéia ou idéias, no mundo
profano, pode despertar encanto ou euforia, quando pronunciada mantranicamente
no mundo sagrado ou de intimidade espiritual do ser!
O
que dá força à palavra transformada em "mantra", além de sua
significação superior ou consagração sublime, é a vontade, a ternura, a
vibração pessoal e o amor de quem a recita em fusão com a vibração individual
do próprio Espírito Cósmico! O recitativo mantrânico, disciplinado pelas leis
de magia do mundo oculto, transborda de poder e força no campo mental, astral e
etérico do homem. É poderoso vocábulo ou detonador psíquico, que liberta as
energias do espírito imortal e o conduz ao arrebatamento, à suspensão dos
sentidos comuns, pela fugaz contemplação do mundo divino.
PERGUNTA:
- Se o
"mantra" é o vocábulo que arrebata nossa alma pela sua sublimidade sonora
e idiomática, porventura o seu oposto não seria uma palavra de profanação?
RAMATÍS: O "mantra" pode ser uma palavra, um verso, um aforismo
ou uma fórmula, variando o seu culto conforme as diversas fraternidades
iniciáticas, doutrinas espiritualistas e credos religiosos. Ele deve resultar
de uma consagração idiomática vivida num campo benfeitor ou imantado de
sentimentos amorosos, que irradiam ou convocam energias sublimes quando
enunciado sob determinado ritmo e evocação sonora! Há criaturas que mobilizam as
palavras mais comuns, dando-lhes um efeito mantrânico, porque são rogativas que
beneficiam os demais companheiros, enquanto outras, vingativas e inconformadas,
operam num sentido oposto produzindo o enfeitiçamento verbal na convocação de forças
mesquinhas, enfermiças e destrutivas!
PERGUNTA:
- Sentimos dificuldade em crer que um conjunto de letras agregadas numa palavra
consagrada por "mantra" provoque o arrebatamento contemplativo da
própria alma, ou o seu oposto possa congregar forças demolidoras contra o homem!
RAMATÍS:
A própria Natureza possui a sua linguagem específica e
expressa-se em sons diversos, através de motivos e funções dos seus reinos, onde
cada coisa, mineral, vegetal, animal ou humana, representa uma letra viva
compondo divinas palavras! Que é a vida, senão o Verbo de Deus? A linguagem
humana deriva-se de uma só base ou expressão lingüística primitiva, pois todos
os idiomas trazem sinais indeléveis de que provieram de um só tronco original.
As letras não são produtos de caprichos extemporâneos ou invenções a esmo; elas
nasceram como símbolos necessários para representar os estados da alma através
do físico, e por esse motivo estão fortemente impregnadas do próprio espírito e
das idéias que as originaram. Por isso, elas podem ser agrupadas e ajudar na
sua vibração sonora o dinamismo liberador dos
chacras do duplo etérico, produzindo elevadas emoções nas criaturas de bons
sentimentos e a serviço da Verdade Espiritual. No entanto, reunidas e
exploradas na sua vibração idiomática, também podem tornar-se agressivas,
operando desfavoravelmente no processo detestável do feitiço verbal!
Do Livro: “Magia de Redenção”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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