PERGUNTA - Sendo raríssima a inconsciência, como podemos entender a manifestação de uma outra entidade extracorpórea, que adota uma personalidade especifica do passado remoto, tratando-se, na esmagadora maioria, de médiuns conscientes, na atualidade do movimento umbandista?
RAMATÍS - Um filho criado por um pai culto, aquinhoado e de refinada educação, não saberá sentar à mesa, e de olhos vendados identificar os talheres adequados para cada tipo das iguarias que serão servidas em farto banquete? Podeis concluir por esse singelo exemplo que assim procede o médium com o benfeitor espiritual. A consciência é única e as personalidades afloram e conseguem se manifestar pelos laços de ancestralidade entre ambas.
Mesmo que a identificação com o ego, e consequentemente com as personalidades vividas pelos espíritos imortais, sejam ilusões diante da constatação maior de que a consciência do espírito é una, vós ainda não tendes na Terra condição evolutiva para acesso integral ao manancial de informações contidos nos registros da essência espiritual eterna. Faz-se necessária a fragmentação em personalidades, conscientemente diminuindo-se o ego atual para que um mais antigo se aposse, mas os registros básicos da programação evolutiva são os mesmos. Dentro dos critérios rituais da Umbanda, de firmeza e desenvolvimento dos médiuns, manipulando-se as energias necessárias para a "fixação" da entidade ancestral em "seu" aparelho mediúnico, ocorre um casamento fluídico quase perfeito, como se duas mentes ocupassem o mesmo cérebro físico.Durante o transe, o medianeiro não perde a consciência, mas a diminui e silencia o seu ego para o visitante ancestral se fazer manifestar, falar, andar e gesticular com toda a naturalidade, como se o corpo físico fosse dele.
RAMATÍS - JARDIM DOS ORIXÁS
NORBERTO PEIXOTO
IMAGEM: INTERNET
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