Sabedoria Ramatis

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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

MEMÓRIAS - CÉREBRO FÍSICO E PERISPIRITUAL

 
Pergunta: - Quando o espírito volta para o corpo físico, não deveria a sua memória astral conjugar-se automaticamente à memória do cérebro carnal?

Ramatís: - Aquilo que é visto e vivido pelo cérebro físico transforma-se em conhecimentos definitivos para o espírito, visto que este sempre se encontra presente a todos os acontecimentos em ambos os mundos, o material e o astral; mas aquilo que o espírito só percebe ou de que participa quando em liberdade no astral, não pode ser registrado no cérebro físico, pela simples razão de que se mantém ausente. Deste modo, é muito difícil ao espírito, quando encarnado, recordar com clareza as suas saídas astrais, ou então evocar acontecimentos que só foram vividos noutras existências anteriores, pois embora tudo isso esteja realmente gravado no cérebro do perispírito imortal, continua a ser da mais completa ignorância do cérebro físico de cada nova encarnação.
Uma vez que o cérebro carnal não pode perceber acontecimentos que, durante a noite, são presenciados unicamente pelo perispírito, ou que se registraram em outras encarnações e só foram observados por outros cérebros já "falecidos", é evidente que também não poderá recordá-los através de nova consciência gerada no mundo físico e completamente alheia ao pretérito! Se não podeis transportar para o cérebro físico, em cada nova encarnação, a lembrança dos acontecimentos gravados exclusivamente no cérebro do perispírito imortal, é natural que, durante a nova existência carnal, também não possais recordar o passado, salvo por efeito de aguçada sensibilidade psíquica ou através de alguma experiência psíquica incomum, como no caso da hipnose. As evocações do passado, no entanto, tornam-se possíveis àqueles que se ausentam com facilidade do corpo físico, pois a libertação astral, quando assídua, muito ajuda a projetar a memória perispiritual para o cérebro de carne. A maior familiaridade dos orientais para com o fenômeno do mundo oculto e os seus labores iniciáticos permitem-lhes maior revivescência da memória etéreo-astral, fazendo-os recordarse dos fatos mais importantes das suas vidas anteriores.
Pergunta: - Podeis nos explicar com detalhes a natureza desse fenômeno que se processa entre a memória dos dois cérebros – o perispiritual e o físico – de modo a que possamos nos assenhorear melhor do assunto?

Ramatís: - Os acontecimentos de vossa presente existência não poderão ser recordados com nitidez, nas vossas encarnações futuras, porque o cérebro físico, que vos serve de arquivo para todas as lembranças e fatos vividos atualmente, há de se desintegrar na cova do cemitério, depois da morte carnal. Entretanto, todos os acontecimentos de agora, ou ocorridos nas vossas existências anteriores, hão de permanecer fielmente gravados no vosso cérebro perispiritual que, sendo imortal, é órgão que preexiste e sobrevive à destruição de
cada corpo físico, compondo a memória verdadeira e definitiva do espírito.
O cérebro do perispírito poderá ser comparado a um negativo fotográfico que tivesse a propriedade de gravar a lembrança de todos os fatos ocorridos convosco em cada existência física, para revelá-los à alma desencarnada a qualquer momento desejado. Isso já não poderá suceder com o cérebro de carne, porquanto este só pode registrar os fatos ocorridos em uma só existência física, constituindo apenas uma memória provisória, que depois desaparece no seio do túmulo terreno. No entanto, graças aos neurônios magnéticos do cérebro do perispírito, todas as impressões vividas pelo homem encarnado se transferem para ali, nítidas e inapagáveis, para se incorporarem aos registros sobreviventes e definitivos da memória etéreo-astral, que reúne a, memória de todas as encarnações anteriores do espírito. Então as lembranças do passado, que ficam definitivamente arquivadas na memória perispiritual, podem se manifestar com mais facilidade à luz da consciência do espírito desencarnado; mas, durante a existência física, o cérebro carnal se assemelha a um anteparo ou biombo que obscurece as recordações do pretérito, assim como os óculos pretos reduzem a visão normal da criatura diante de uma paisagem, por mais bela que seja.
Quando o perispírito se ausenta do corpo material, o cérebro físico se antepõe, depois, à clareza das imagens que não presenciou, dificultando a sua devida filtração para a mente desperta no mundo terreno. Posteriormente, através de alguns ecos vibratórios, como se fossem os últimos movimentos de uma rede após o seu balanço inicial, é que então o homem guarda, ao despertar, algumas vagas recordações da sua atuação livre no mundo astral, que em seguida considera como sonhos indistintos, emersões do subconsciente ou então produto das influências cotidianas.

LIVRO: "A SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO" RAMATÍS e ATANAGILDO/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.

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