Sabedoria Ramatis

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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

APEGO - "OBSESSÕES DE POSSE"



PERGUNTA: - Alhures lemos em certa obra que os objetos podem exercer forte influência nas criaturas que muito se apegam a eles. Isso é verdade ou trata-se de simples superstição?

RAMATÍS: - Pouco a pouco o terrícola irá comprovando que detrás de muita superstição do passado escondem-se as mais inconfundíveis verdades. É óbvio que os objetos e as coisas do mundo físico são apenas núcleos de energias ali concentradas, mas sem consciência formada e capaz de exercer domínio sobre os seres vivos. Na realidade, as criaturas é que se deixam influenciar pelas coisas do mundo exterior, pois abdicam de sua vontade, escravizam-se a caprichos tolos e obsessões de posse, terminando por imantaremse imprudentemente àquilo que na Terra é alvo de sua adoração fanática ou avareza.
Em inúmeras habitações terrenas ainda perambulam espíritos recém-desencarnados, bastante debilitados pelo sofrimento e demasiado apego e ciúme do que possuíam na matéria. Bastante saudosos, eles ainda hesitam em se afastar da rica biblioteca que adoravam egocentricamente, da coleção de selos raros, fruto de anos de labor infatigável, das jóias valiosas ou da vivenda luxuosa que haviam edificado para o "descanso" da velhice interrompido pela morte cruel. Há seres desencarnados ainda presos fortemente ao cachimbo de espuma, ao disco invulgar da radiola, à medalha exótica, ao troféu do melhor atirador de pombos, à relíquia pertencida a certo fidalgo inescrupuloso, ou então ao anel de brilhante herdado do bisavô. São almas que atravessam a existência humana sofrendo mil sustos e angústias cada vez que, por descuido, esquecem onde ficou a jóia ou o objeto a que se encontram imantados. Giram em torno daquilo que os escraviza; narram detalhes voluptuosos e assoma-lhes o prazer ao rosto ante a posse da coisa rara, exótica ou cobiçada por outrem. Algumas, empenham toda a sua fortuna e o seu tempo colecionando as coisas mais exóticas, grotescas ou tolas, vivendo a existência terrena exclusivamente ligadas a motivos e fatos que se relacionem com a sua mania. Desnecessário é dizer que essas criaturas, tão facilmente dominadas pela fixação mental dos objetos do mundo material transitório, logo em seguida à sua desencarnação
deixar-se-ão arrastar inapelavelmente para junto das mesmas coisas com que em vida se deixaram fascinar. Os seus protetores não conseguem afastá-las das quinquilharias terrenas, a que se imantam derramando lágrimas de dor e soluços de desespero. Às vezes, demoram se alguns anos interferindo no seio da família terrena, interpondo-se nas tricas domésticas, como se ainda vivessem no corpo físico. Doutra feita, angustiam-se, gritam discutem e até criam ódio aos parentes que resolvem se desfazer dos objetos ou bens que ainda os ligam fanaticamente à vida material.

PERGUNTA: - Qual a idéia mais clara que poderíamos formular sobre o modo como se imantam essas criaturas aos objetos materiais?

RAMATÍS: - Elas se imantam em demasia, com suas próprias impressões e sentimentos fanáticos, às coisas que possuem na vida terrena; e depois de mortas, sofrem a cruel escravização de não poderem se furtar à sua influência psicométrica. A mente cristaliza-se de tal forma, apegada às coisas da matéria, ou àquilo que lhe requer demasiada atenção, que termina gerando um forte liame de fascinação sobre o perispírito. Entre o objeto e a mente fascinada produz-se verdadeiro circuito magnético, impedindo o espírito desencarnado de pensar noutra coisa ou mobilizar energias para devotar-se a outros misteres. A libertação será tão breve quanto seja o afinamento.perispiritual do ser, ou então pela volatização natural da substância mental-magnética, que se enfraquece por falta de nutrição.
Os fluidos incessantemente projetados por nós sobre os objetos, quer devido à posse, à atração, ao encanto, ou pelo medo de perda, produzem certos estados obsessivos. Muitas vezes nos distanciamos deles, mas deixamos a nossa mente colada à sua aura etérica. Assim há perigo do apego fanático à jóia de estimação herdada do parente famoso ou que pertenceu ao personagem importante, em que os mais exagerados muitas vezes preferiam ter cortado um braço ou uma perna, a perdê-la para sempre.
É refletindo sobre esse processo de imanização ou imantação da mente humana aos objetos da matéria, pela influência dos atos e dos sentimentos das criaturas naquilo que amam, que melhor entendemos certos conceitos do Mestre Jesus. Reconhecemos, assim, que além de iluminado Instrutor Espiritual da Terra, o Divino Amigo é abalizado Psicólogo e genial Cientista Sideral, que resumia em seus ensinamentos as leis imutáveis da vida macro e microcósmica. Detrás de suas máximas sublimes, que para muitas criaturas só despertam um misticismo lacrimoso, ocultam-se as advertências de um indiscutível "energetismo evangélico" tal como se certifica quando Jesus adverte e aconselha: "Não acumuleis tesouros na terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam". (Mateus, 6: 19) ou então: "Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos". (Mateus 10:9).
Embora em sua época o povo ainda ignorasse as descobertas modernas e a comprovação do inumerável contingente de forças ocultas que atuam sobre os seres vivos, Jesus já ressaltava o valor dos bens espirituais, enquanto advertia quanto aos perigos da fascinação da criatura pelos tesouros perecíveis do mundo material. Sem dúvida o Divino Cientista ainda não podia explicar aos homens imaturos, que toda posse fanática, cúpida e avara dos objetos e das coisas da Terra termina por "imanizar" o seu dono, mesmo depois de sua morte física, fazendo-o sofrer as maiores aflições e impedindo-o na sua ascensão espiritual. A advertência de Jesus, embora em época tão recuada, já deixava entrever que os objetos fascinam e exercem influência escravizante nos seres avaros e imprudentes que os adoram pela sua cegueira espiritual. Aconselhou o Mestre, legando-nos a lição admirável e oculta de que é perigosa a posse do ouro, da prata ou dos bens do mundo, quando ainda não podemos fugir de seu indesejável poder de imantação.

DO LIVRO: "ELUCIDAÇÕES DO ALÉM" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES -EDITORA DO CONHECIMENTO.

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