Sabedoria Ramatis

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domingo, 10 de abril de 2016

EUTANÁSIA

PERGUNTA: Segundo a conceituação, eutanásia seria a morte sem sofrimento; a morte feliz, em seu sentido orgânico; porém, sobre o aspecto espiritual, como a interpretar?
RAMATÍS:  Para os espiritualistas reencarnacionistas, constituiria um desperdício de tempo e energia apressar o desencarne de qualquer pessoa. Muitas delas necessitam ficar mais algum tempo no corpo carnal, cumprindo os seus ditames cármicos e, nesse caso, obrigaria a uma nova vida material para cumprir
alguns dias ou meses completando o tempo necessário na eliminação de energias deletérias.
PERGUNTA:  Mesmo quando se tratar de enfermos terminais, sem qualquer possibilidade de cura, e padecendo de dores atrozes?

RAMATÍS:  Sim. E as leis humanas, como reflexo dos princípios que regem o Universo, a consideram crime perante os códigos legais e as religiões dogmáticas a classificariam entre os pecados. Repetimos: ninguém tem o direito de matar qualquer ser, mesmo nos processos dolorosos insuportáveis e resistentes aos mais potentes analgésicos e, ainda, quando a previsão da ciência oficial for de morte.
O tempo de vida de cada criatura é -resultado de suas necessidades evolutivas na experiência da vida terrena para a ascensão espiritual.
Como pode o homem, cego para o mundo maior, arrogar-se o direito de modificar o desenvolvimento anímico do indivíduo, se desconhece as razões da vida e da morte?
Pode livrar, aparentemente, o doente de suas aflições dolorosas, entretanto não o livra de suas obrigações espirituais no universo paralelo da matéria quintessenciada. Aliás, em Esparta — na Grécia Clássica — jogavam-se as crianças com defeitos físicos ou psíquicos do cimo da Rocha Tarpéia, como processo eugênico de eliminar os possíveis socialmente inúteis. Mas, isso ocorreu numa etnia bastante bárbara e primitiva. Em circunstância alguma, por mais racional que seja a argumentação, cabe ao homem o direito de deliberar e julgar sobre a vida e a morte de seu próximo, ou a própria. Cada criatura traz um programa de vida, ao deixar o Além para reencarnar. Esse programa vivencial, diríamos, numa linguagem cibernética, é formado por vários projetos — profissional, social, familiar, onde estão previstas as metas máximas e mínimas, dentro de um tempo mais ou menos determinado e, além disso, o seu perispírito traz cargas pesadas de energias negativas, que, no processo de higienização pessoal, passam para o mata-borrão carnal, com todas as dores e angústias devidas pelo ser eterno.
Por desconhecer esses preceitos da ciência espiritual, o próprio enfermo, julgando-se incapaz de agüentar o sofrimento, pede a morte, como alívio final, sem saber que as dores do psicossoma o acompanharão no outro mundo. Há o alívio dos padecimentos corporais e não da individualidade eterna; pois, a eutanásia interrompe o processo de desintoxicação psíquica dos resíduos cármicos densos, aderidos ao perispírito, resultantes das imprudências em vidas pregressas e da atual.
Inúmeros casos de morte clínica são relatados na medicina e, no entanto, retornam à vida em conseqüência de necessidades evolutivas 1.
1 — Nota do organizador: Nos atuais estudos de tanatologia, nos casos de ressuscitamento após a morte clínica há uma coincidência das descrições sobre as ocorrências no período do falecimento, assim descrito por Raymond A Moody Jr. em "Reflexões sobre a vida depois da vida": "Um homem está prestes a morrer e, ao atingir o ponto máximo do sofrimento físico, ouve o médico declará-lo morto. Começa a ouvir um ruído desagradável, como uma campainha tocando muito alto e, ao mesmo tempo, sente-se em movimento rápido através de um longo túnel. Depois, encontra-se fora do seu corpo físico, mas, ainda no ambiente físico imediato, e vê o seu próprio corpo à distância, na posição de espectador, assistindo, assim, às tentativas de reanimação, numa situação vantajosa e invulgar, sob um estado emocional complexo. Passado algum tempo, acalma-se, e começa a habituar-se à sua nova condição, verificando que tem um "corpo", mas de natureza e possibilidades muito diferentes das do corpo que acabou de deixar. Em breve, começam a suceder outras coisas. Vêm ao seu encontro seres que o ajudam, e vê os espíritos de parentes e amigos mortos.
Um ser cheio de amor, de uma espécie nunca encontrada — um ser de luz — surge diante dele. Este ser faz-lhe, não verbalmente, uma pergunta que o obriga a avaliar sua vida e ajudá-lo, mostrandolhe
a visão panorâmica dos principais acontecimentos por que passava antes de morrer. Então, encontra-se próximo de uma espécie de barreira ou fronteira que, aparentemente, representa o limite entre a vida terrena e o que a ela se segue. No entanto, percebe que tem de regressar à Terra, que a sua hora ainda não chegou. Nesse ponto resiste, pois agora, a sua experiência no Além fascina-o, e não deseja voltar. Sente-se inundado por uma intensa situação de paz, alegria e amor, mas, apesar disso, reencontra o seu corpo físico — e vive. Mais tarde, tenta contar aos outros, mas sente dificuldade em fazê-lo. Em primeiro lugar, não consegue encontrar palavras adequadas à descrição destes episódios extraterrenos. Compreende que os outros duvidam, não se refere mais ao assunto, mas, a experiência afeta profundamente a sua vida, principalmente, no que se refere aos seus pontos de vista sobre a morte e às suas relações com o mundo dos vivos."
DO LIVRO: “SOB A LUZ DO ESPIRITISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITROA DO CONHECIMENTO.






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