Pergunta: Em face das dificuldades que na vida física nos impedem de conhecer com
exatidão a vida do espírito desencarnado, ser-vos-á possível dar-nos melhores
detalhes sobre a natureza do perispírito depois da morte do corpo físico?
Atanagildo: Desde que vos compenetreis de que um espírito não é nenhum fantasma
compungido ou consagrado pelas lendas fantásticas do passado, ou um produto virtual
da imaginação do médium, julgo bastante conveniente que indagueis sobre a seqüência
de nossa vida espiritual, o que muito poderá vos auxiliar depois da
desencarnação.
Pergunta:
- Apesar de diversas obras espíritas fornecerem numerosos detalhes sobre a
natureza e a estrutura do perispírito, ainda não conseguimos formular uma idéia
exata desse corpo astral depois de desencarnado, por cujo motivo gostaríamos
que nos auxiliásseis a clarear melhor as nossas idéias a esse respeito. Podeis
explicar, por exemplo, como sentis o vosso perispírito ou, então, como ele se
vos apresenta neste momento?
Atanagildo: Sinto-me mais vivo; muitíssimo mais vivo do que quando me encontrava algemado
ao pesado escafandro de carne, que deixei na sepultura terráquea. Esse corpo
sobrevivente e que denominais de "perispírito" é muito mais complexo
e de maior valor que o organismo físico, pois o corpo de carne é feito para o
homem viver na Terra a média de 60 ou 80 anos; por esse motivo, a técnica sideral
o projeta no campo de forças planetárias dentro de uma resistência prevista
para essa média de vida. O perispírito, no entanto, é organização definitiva,
cuja vida não pode ser medida pelo calendário humano; a sua constituição teve
início há alguns milhões de anos terrenos, durante os quais ele veio se plasmando
através de todos os reinos da natureza e no seio de todas as espécies
inferiores.
Durante
esse prolongado mas progressivo desenvolvimento, acumularam-se nele as energias
fundamentais, plasmaram-se os órgãos e os sistemas etéreo-astrais, até ele
alcançar o progresso e a sensibilidade suficiente para servir como o mais
valioso veículo intermediário entre o mundo invisível dos espíritos, e o mundo
físico dos encarnados.
Ainda
são raras as criaturas que se apercebem da complexidade de todos os órgãos e atividades
do perispírito, cujo equipo tanto preexiste ao nascimento físico como sobrevive
após a morte carnal.
Pergunta: Segundo temos observado, a maioria das
criaturas ainda pensa que o perispírito é um corpo constituído do éter flutuante,
que esvoaça à vontade do espírito e não possui qualquer organização ou função
que lembra o corpo físico. Que dizeis?
Atanagildo: Não ignoro que algumas pessoas imaginam o perispírito como sendo um bloco de
fumaça ou, então, o supõem igual a uma espécie de massa vaporosa e informe, que
vagueia daqui para ali, mas que tudo vê, ouve e sente, assim como se um floco de
nuvem tivesse inteligência e vida própria.
Se
eu fosse uma dessas configurações etéricas esvoaçantes, é óbvio que neste momento,
não poderia levar a minha mão à cintura, como o estou fazendo, pois seria de
crer que essa mão afundar-se-ia no seio da massa gasosa de que devia ser eu
constituído. Mas a verdade é que, ao apertar minha cintura etéreo-astral, tenho
o sentido do tato e, além disso, uma percepção de vida muitíssimo mais viva do
que se estivesse no corpo físico. Encontrome atuando num campo vibratório
excessivamente mais dinâmico e fenomenicamente mais elástico do que o é o plano
letárgico e pesadão da matéria.
DO
LIVRO: “A SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO” RAMATÍS E ATANAGILDO/HERCÍLIO MAES –
EDITORA DO CONHECIMENTO.
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