Sabedoria Ramatis

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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

FOLCLORE NO MEDIUNISMO UMBANDISTA...



PERGUNTA:  Se os orixás são vibrações cósmicas reguladoras da manifestação dos espíritos na forma, por que há tanto folclore, imagens e orixás se fazendo "ver" no mediunismo umbandista? Os homens não se excederam no fetichismo e não personificaram em demasia?

VOVÓ MARIA CONGA:  Sem dúvida! Os homens necessitam de apoios visíveis e que possam tocar em seus sentidos físicos, para acreditarem e terem fé. Infelizmente, quando um "Ogum" rodopia na entrada de um terreiro com espada de São Jorge na mão, um "Xangô" cai ao chão em urros batendo com a cabeça ou "Oxossi" se personifica em um médium vestido de índio em espécie de transe anímico e folclórico, entristecemo-nos por todos esses exageros. Respeitamos a consciência e a necessidade espiritual de cada cidadão, mas não podemos estar de acordo com os disparates de alguns "umbandistas" que transformam as giras e os terreiros em verdadeiros espetáculos circenses, onde as apoteoses chegam a ser mais importantes que qualquer outro trabalho de caridade. A discrição, a humildade e a simplicidade dos verdadeiros guias e protetores das vibrações dos orixás da Umbanda Sagrada aceitam e respeitam as imagens que materializam a fé ausente, muito em decorrência do sincretismo religioso e pouco dos ensinamentos umbandistas, mas abominam os exageros em que alguns homens incorrem pela vaidade desmesurada que os move.

PERGUNTA:  E o que são esses vários santos do catolicismo considerados Orixás?

VOVÓ MARIA CONGA:  Não são orixás, pois esses "santos" são espíritos de homens, assim como os filhos, nada mais. Muitos já reencarnaram e outros estão a dar consultas anonimamente em humildes casas de Umbanda ou a orientar, por intermédio da
psicografia, em mesas kardecistas.
Permanece o sincretismo como maneira de identificação do santo de fé para aqueles doentes da alma e desesperados que chegam às multidões nas portas dos terreiros e templos umbandistas, que ao se depararem com essas imagens se sentem carinhosamente acolhidos pelos "céus". Além do mais, as imagens desses santos nos congás se tornam importantes pontos de catalisação para a magia astral, pois ficam imantados de fluidos benfazejos, sendo instrumentos de recepção das emanações mentais de fé, adoração, respeito e amor espargidas e direcionadas pelos consulentes, servindo essas formas mentais para criação de egrégora elevada, fortalecendo a corrente mediúnica e a manifestação dos pretos velhos e caboclos.

DO LIVRO: “EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL” RAMATÍS E VOVÓ MARIA CONGA/NORBERTO PEIXOTO – EDITORA DO CONHECIMENTO.

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