Nota de Ramatís: Perdoe-me o leitor mais esta
digressão sobre a saúde e a enfermidade, assunto já abordado em nossas obras
anteriores, mas o Alto recomenda que devemos insistir em indicar aos terrícolas
quais são as causas mórbidas ocultas e responsáveis pela sua própria desventura
no mundo físico. Já é tempo de o homem certificar-se e convencer-se de que a
saúde do seu espírito imortal é que regula e mantém o equilíbrio da saúde do corpo
físico transitório. Aliás, na velha Grécia, de Sócrates, Apolônio de Tyana,
Platão, Pitágoras e outros renomados pensadores helênicos, já se encarava
seriamente o conceito de “alma sã em corpo são”, como uma advertência da
influência benfeitora ou maléfica, que a mente exerce sobre o organismo carnal.
PERGUNTA: Que dizeis sobre a
saúde física e a saúde espiritual, quanto à sua estreita relação ou dependência
recíproca durante a vida do espírito encarnado?
RAMATÍS: A administração Sideral classifica como virtudes todos os pensamentos e atos
dignos e nobres que o homem pratique; e como pecados, todos os seus pensamentos
e atitudes opostas ou contrárias ao bem.
Considerando, então, que, todos os atos têm como causa
ou matriz, o pensamento (do espírito), torna-se evidente que os pecadores são
enfermos da alma. 2 E, ao contrário do que estabelece a ética da maioria das
religiões, as suas transgressões não ofendem a Deus; mas a eles próprios
exclusivamente. Sob tal contingência, o organismo carnal que a generosidade do Pai faculta
ao espírito para redimir-se, sofre o impacto compulsório de enfermidades cruciantes,
pois o corpo humano até mesmo depois de "cadaverizado" é uma espécie
de "fio terra" a descarregar na intimidade da terra a
"ganga" de fluidos tóxicos que estava aderi da à contextura
delicadíssima do perispírito.
2 - Nota do Médium: Vide capítulos "A Saúde e a
Enfermidade" e a "Influência do Psiquismo nas Moléstias Digestivas",
da obra Fisiologia da Alma, de Ramatís.
Durante os momentos pecaminosos, o homem mobiliza e
atrai, do mundo oculto, os fluidos do instinto animal, os quais, na sua
"explosão emocional", convertem-se num resíduo denso e tóxico, que
adere ao corpo astral ou perispírito, dificultando então ao homem estabelecer
ligação com os espíritos do plano superior, devido ao abaixamento da sua vibração
mental. E se ele não reage, termina por embrutecer-se. Porém, mais cedo ou mais
tarde, a consciência do pecador dá rebate; e então, o espírito decide
recuperar-se e alijar a "carga tóxica" que o atormenta. Mas, nesta
emergência, embora o pecador, já arrependido, esteja disposto a uma reação
construtiva no sentido de purificar-se, ele não pode subtrair-se aos imperativos
da lei cármica (causa e efeito) do Universo Moral, ou seja: - a recuperação da
saúde moral do seu espírito enfermo só poderá ser conseguida mediante aquele
esmeril que se chama Dor e o lapidário que se chama Tempo. E, assim, como
decorrência de tal determinismo, o corpo físico que ele veste agora, ou outro,
em reencarnação futura, terá de ser, justamente, o dreno ou válvula e escape
para expurgar os fluidos deletérios que o intoxicam e o impedem de firmar a sua
marcha na estrada da evolução.
As toxinas psíquicas, durante a purificação perispiritual,
convergem para os tecidos, órgãos ou regiões do corpo; mas insistimos em explicar
que esse expurgo deletério, processado do penspírito para a carne, produz as
manifestações enfermiças de acordo com a maior ou menor resistência biológica
do enfermo. Entretanto, os técnicos do Espaço podem acelerar ou reduzir o
descenso dos fluidos mórbidos, podendo também transferi-los para serem expurgados na existência seguinte ou então serem
absorvidos nos "charcos" do Além, se assim for de conveniência
educativa para o espírito em prova. De qualquer modo, a provação será
condicionada ao velho provérbio de que "Deus não dá um fardo ou uma cruz superior
às forças de quem tem de carregá-la". 3
3 - Nota do Médium: A respeito desse provérbio popular,
os espíritos relatam a história de certa mulher que, depois de admitida à
presença do Anjo do Destino, queixou-se amargamente da injustiça de Deus, por
fazê-la carregar, na Terra, uma cruz de peso superior às suas forças.
Atenciosamente, o Anjo mandou-a entrar no recinto onde
se guardavam os modelos de todas as cruzes destinadas aos encarnados e
autorizou que ela escolhesse a cruz que mais lhe conviesse.
Depois de experimentar diversas cruzes nos seus ombros
frágeis, a mulher, satisfeita, escolheu a que ela julgou melhor e mais adequada
para carregar dali por diante. Diz a história que o Anjo, em seguida, mandou-a
ler o nome da pessoa que deveria carregá-la; e, então, com grande espanto, a mulher
identificou nela o seu próprio nome.
Do livro: Mediunidade de Cura – Ramatís/Hercílio
Maes – Editora do Conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.