Realmente,
já o dissemos, a Unidade é indissolúvel e, como Deus é único, jamais poderia
ser parcelado. Apenas no exercício disciplinar de conscientização e
auto-suficiência criadora, o espírito do homem precisa amparar-se em contrastes
e concepções limitadas, dualísticas e polimorfas, porque ainda é incapaz de vislumbrar
a realidade imensurável além da sensibilidade humana. Mas, através da própria dualidade,
o homem termina por aperceber-se da Unidade, assim como o vapor de água e a água
sob a forma líquida, são apenas aspectos diferentes da mesma substância. O
Universo único está imanente em cada partícula, pois tudo é feito de uma única
matéria-prima oculta.
Uma
gota de água dos oceanos, analisada, demonstra o que é o Todo, assim como Deus
existe no homem, porque sentimos que as mesmas leis que regem a vida dos protozoários
atuam em cada célula da criatura humana e nos induzem às leis consequentes do
Macrocosmo. Em conseqüência, Deus se manifesta em todos os Seus componentes
pela Onipresença, vibrando no musgo, na teia de aranha ou no fragmento de rubi
ou cascalho.
Assim,
avançando do mundo transitório de Mamon, ou da consciência relativa para a
consciência do espírito de luz com a visão panorâmica de Deus, o espírito em individualização
lembra o viageiro, que ainda não podendo abranger na sua mente finita a imensidade
do Cosmo, só lhe resta investigar e analisar, mesmo à longa distância, os planetas
do nosso sistema solar, a fim de extrair as melhores e mais certas ilações
sobre a constituição do Universo. Aliás, o Universo não é um palco com
cenários, que devem ser desmontados após a representação teatral de cada
"Manvantara", ou "Grande Plano", após o abandono dos seus atores
já promovidos.
Mas
assim como a água, sob intenso calor, decompõe-se nos seus elementos puros constituintes,
oxigênio e hidrogênio, também sob a ação do Princípio Universal renova-se fora
do tempo e do espaço o imenso Universo, que é eterno e inesgotável viveiro de consciências
incessantemente criadas para a ventura espiritual.
Do livro: “O Evangelho À Luz Do Cosmo”
Ramatís/Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.
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