PERGUNTA: Mas se o homem não possui o "livre-arbítrio" de agir a seu
contento, é óbvio que ele também não pode avaliar a natureza incomum e ilimitada
de Deus, o que requer a máxima liberdade de ação. Daí certa descrença e rebeldia
humana. Não é assim?
RAMATÍS: O espírito do homem tem o "livre-arbítrio" e pode agir
até onde não prejudique o companheiro. Mas é insensato se maldisser ou
rebelar-se contra Deus, quando ele, somente ele, é o responsável direto por
tudo o que fizer de mal ou de bem. A legislação disciplinar é tão-somente no
sentido de promover a indesviável ventura de seus filhos e ajustá-los ao
caminho certo e redentor, sem qualquer intenção punitiva. O homem deve aprender
corretamente cada lição ministrada pela vida nas escolas planetárias, sofrendo
as regras disciplinares desse curso educativo, a fim de fazer jus aos direitos
incondicionais
no futuro e aos poderes incomuns no seio do Universo. O livre-arbítrio dilata-se
em sua área de poder e capacidade, tanto quanto o espírito também desperta a
sua consciência e já manifesta um comportamento tão sensato e correto, que
jamais causa prejuízos ao próximo.
Só
a ignorância humana de não saber que o Criador permanece integrado na sua própria
obra e pode ser "sentido "pelas suas criaturas, é que induz o homem à
descrença divina. Quem sobrepõe o intelecto orgulhoso da personalidade humana
transitória sobre a intuição do espírito imortal, jamais vibra com a essência
Divina. É o símbolo do "anjo rebelde", que dinamizado pelo
cientificismo querelante, sente-se humilhado em fazer concessões além de si
mesmo. A descrença em Deus não é atestado de inteligência incomum, mas apenas
fruto da excessiva escravidão aos sentidos físicos do homem transitório. Jamais
a criatura poderá equacionar o Universo e assimilar a natureza divina do Criador,
confiando tão-somente nos sentidos, mesmo que amparado pela mais perfeita técnica
instrumental do mundo transitório e limitado, que apenas lhe serve de cenário
de vivência física. Nenhum botânico conseguirá vislumbrar a configuração
majestosa do pinheiro, apenas examinando a contextura superficial do pinhão. Em
conseqüência, também não se deve confundir a deficiência da sensibilidade
humana, com a conclusão genial de que Deus não existe.
Assim
como o neurônio do cérebro humano não está em condições de avaliar o equipo
"psicofísico" do seu dono, a criatura, que é tão-somente uma
partícula microcósmica do Universo, também não está capacitada para julgar e
explicar o Cosmo em todos os seus aspectos.
Ramatís -
“O Evangelho À Luz Do Cosmo”
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